21.11.22

MS : Problemas de Apolonio (continuadas - 5)


(5) Círculo tangente a dois pontos e um círculo (PPC)
iniciativa de Mariana Sacchetti:

5.1. Um ponto é exterior ao círculo e outro é interior ao círculo


Esta situação não tem solução.

5.2. Um ponto pertence ao círculo e o outro é exterior ou interior ao círculo
Ou os dois pontos pertencem ao círculo

Estas situações têm uma só solução. No caso de ambos os pontos pertencerem ao círculo essa solução é o próprio círculo.
O centro da circunferência pretendida é a interseção da mediatriz de $\;[PQ]\;$ com a reta $\;OQ\;$ (sendo $\;Q \;$ o ponto que pertence ao círculo)
Na construção pode deslocar o ponto $\;P\;$ e observar cada uma destas situações.

5.3. Os dois pontos são exteriores ao círculo ou interiores ao círculo
As duas situações têm duas soluções, que se encontram da mesma maneira
Comecemos por traçar a mediatriz de $\;PQ$. Esta poderá ou não passar pelo centro da circunferência dada.

5.3.1 A mediatriz de $\;[PQ] \;$ não passa pelo centro da circunferência dada

Tracemos uma circunferência qualquer que passe por $\;P \;$ e $\;Q \;$ e que intersete a circunferência dada em $\;C \;$ e $\;D \;$
A reta $\;CD \;$ interseta a reta $\;PQ \;$ no ponto $\;E.\;$

Tracemos a circunferência de diâmetro $\;OE.\;$ Esta interseta a circunferência dada nos pontos de tangência das soluções pretendidas.
Basta agora traçar as soluções que passam por três pontos $\;T_{1}$, $\;P \;$ e $\;Q \;$ e $\;T_{2}$, $\;P\;$ e $\;Q\;$

5.3.2 A mediatriz de $\;[PQ] \;$ passa pelo centro da circunferência dada

A construção torna-se mais simples pois a mediatriz de $\;[PQ]\;$ determina no círculo dado os pontos de tangência $\;T_{1}\;$ e $\;T_{2}\;$


Se os dois pontos são interiores ao círculo as soluções são:



3.11.22

MS : Problemas de Apolonio (continuadas - 4)



(4) Círculo tangente a duas retas e um ponto (LLP)
iniciativa de Mariana Sacchetti:

4.1. As duas retas são paralelas

4.1.1. As duas retas são paralelas e o ponto está fora da faixa entre elas

Esta situação não tem solução


4.1.2. As duas retas são paralelas e o ponto pertence a uma delas

Esta situação tem uma única solução
Basta traçar a perpendicular às retas a passar por P que interseta a outra reta no ponto D. O segmento de reta [PD] é o diâmetro do círculo pretendido

4.1.3. As duas retas são paralelas e o ponto está entre elas


Esta situação tem duas soluções
Os centros dos círculos pretendidos situam-se na linha média entre as paralelas e têm raio igual a metade da distância entre elas


4.1. As duas retas são secantes

4.1.1. As duas retas são secantes e o ponto não pertence a nenhuma delas


Esta situação tem duas soluções

Sabemos que os centros dos círculos pretendidos se situam na bissetriz do ângulo. Traçamos um círculo auxiliar (O, OF) tangente às duas retas e com centro na bissetriz. Consideremos as homotetias com centro em A deste círculo auxiliar. Traçando a reta AP esta corta o círculo auxiliar nos pontos F e G. Por P tracemos paralelas a OF e a OG. Estas determinam os centros O1 e O2 das soluções pretendidas consoante consideramos P homotético de F ou P homotético de G.

4.1.2. As duas retas são secantes e o ponto pertence a uma delas


Esta situação tem 2 soluções.
Basta traçar as bissetrizes e uma reta perpendicular a AP no ponto P. Esta reta determina nas bissetrizes os centros dos círculos pretendidos.


4.1.3. As duas retas são secantes e o ponto pertence a ambas

Esta situação não tem solução

25.10.22

ABA : circunferências, triângulos e relações

há quem veja não mais que nada, outros enquanto outros estudam simples teoremas que levam a sério?
1- 1.13: Tomadas uma qualquer corda de uma qualquer circunferência e quaisquer dois pontos da corda, ...



2- 1.14:
De um triângulo qualquer, tomamos um dos seus vértices e a bissectriz do ângulo respetivo...



3- 1.15:
Tomámos uma circunferência (que pode ser alterada ....) e por cada um de 4 pontos dela se toma a respetiva tangente. Consideramos o quadrilátero circunscrito à circunferência. .....



4- 1.16):
A figura seguinte levou-nos a que os nossos segmentos a+c = b+d ..... Só nos falta ver a figura e demonstrar que....



5- 1.17):
Tomamos 3 pontos $\;A,\;B,\;C\;$ duas retas $\;AB\;$ e $\;AC\;$ que se intersectam em $\;A\;$ e o segmento de recta $\;BC\;$ que corta as duas $\;AB\;$ e $\;AC\;$. Olhamos para a figura a que acrescentamos as circunferências que tocam as rectas $\;AB,\;BC\;$ e $\;CA\;$.
E há alguma coisa na figura que nos fale?



6- 1.19) pode mover os pontos da circunferência da figura e procurar as invariância




7- 1.20):



7- 1.21):



... e continuaremos a construir por aqui..... escrevendo poucas palavras adequadas às figuras que me lembre ou... que alguém me lembre....

20.10.22

Por um ponto P passa uma reta que corta duas circunferências em cordas iguais

iniciativa de Mariana Sacchetti:
respondendo a Marco Antônio Manetta que comentou em "Resolver um problema de construção usando uma translação"
15/09/2014:
Como seria a resolução se, ao invés de uma reta paralela, fosse dado um ponto (externo às duas circunferências) por onde a reta deve passar e determinar cordas iguais nas duas circunferências
Sejam dadas duas circunferências e um ponto P exterior às duas.
Traçar por P uma reta que determine cordas de igual comprimento em ambas as circunferências.



Clicando passo a passo pode ir seguindo a construção acima
1. Traçar o eixo radical das duas circunferências:
- Traça-se uma circunferência auxiliar que intersete as duas circunferências.
- Traçam-se as retas definidas pelos pontos de interseção da circunferência auxiliar com cada uma das circunferências
- O eixo radical é a reta que passa pelo ponto de interseção das duas retas e é perpendicular à reta dos centros das circunferências
2. Seja $\;M\;$ o ponto médio de $\;[O_{1}O_{2}]\;$
3. Traçar a circunferência de diâmetro $\;[MP]\;$
4. A reta que define nas circunferências cordas com o mesmo comprimento é a reta que passa por $\;P\;$ e o ponto de interseção do eixo radical com a circunferência de diâmetro $\;[MP]\;$ $$\; \overline{𝑄𝑅} = \overline{𝑆𝑇}\;$$

Nota:.........Problema nº 227 proposto no Geometriagon (http://polarprof-001- site1.htempurl.com)

19.10.22

Problemas de Apolónio (continuada)

iniciativa de Mariana Sacchetti:
(3) Círculo tangente a dois pontos e uma reta (PPL)
3.1.) Os dois pontos pertencem à reta ou estão de lados diferentes da reta.
Em ambos as situações não existem soluções.
Uma circunferência que passe pelos pontos $\;A\;$ e $\;B\;$ ou $\;C\;$ e $\;D\;$ corta sempre a reta em dois pontos. Logo, não é tangente à reta.


3.2.) Um ponto pertence à reta e o outro não

Existe uma solução cujo centro é a interseção da perpendicular à reta em $\;A\;$ e a mediatriz do segmento de reta $\;[AB]\;$
3.3) Os pontos não pertencem à reta e estão do mesmo lado

3.3.1) Os pontos pertencem a uma perpendicular à reta dada.
Nesta situação há duas soluções:
Sendo $\;[AB]\;$ uma corda do círculo pretendido o seu centro situa-se na mediatriz de $\;[AB]\;$ e o seu raio é a distância da linha dos centros à reta dada $\;(𝑀𝐶)$.
Assim, traça-se a circunferência com centro no ponto $\;A\;$ ou no ponto $\;B\;$ e raio $\;𝑀𝐶\;$ que determina na linha dos centros os centros das duas soluções possíveis. Soluções $\;(O_1, MC)\;$ e $\;(O_2, MC)\;$

3.3.2) Os pontos pertencem a uma paralela à reta dada
Esta situação tem 1 solução.

A mediatriz de $\;[AB]\;$ determina na reta dada o ponto de tangência $\;(T)$. Trata-se, então, de desenhar o círculo que passa por 3 pontos

3.3.3) Os pontos estão alinhados numa secante à reta dada
Esta situação tem duas soluções



$\;AB\;$ secante à reta dada, interseta-a em $\;C.\;$ Como $\;T_1\; (T_2)\;$ pertence à reta e é o ponto de tangência da circunferência pretendida, sabemos que:
$\;𝐶𝐴. 𝐶𝐵\; = \;𝐶𝑇^{2} ⟺ 𝐶𝑇 = √{𝐶𝐴. 𝐶𝐵}\; , \;CT_1\;$ é a média geométrica de $\;CA\;$ e $\;CB\; (=CF)\;$. 11 Uma vez determinados os pontos de tangência, basta desenhar a circunferência que passa pelos três pontos $\;A, \;B\;$ e $\;T_1\;$ (ou $\;T_2$).

10.10.22

Problemas de Apolónio

iniciativa Mariana Sacchetti:
Dadas três coisas, cada uma delas pode ser um ponto, uma reta ou um círculo, traçar um círculo que é tangente a cada uma das três coisas.
Nota: Ser tangente a um ponto significa conter o ponto
Teremos ao todo 10 situações:
(1) 3 pontos (PPP)
(2) 3 retas (LLL)
(3) 2 pontos e1reta (PPL)
(4) 2 retas e 1 ponto (LLP)
(5) 2 pontos e 1 círculo (PPC)
(6) 2 círculos e 1 ponto (CCP)
(7) 2 retas e 1 círculo (LLC)
(8) 2 círculos e 1reta (CCL)
(9) 1 ponto, 1 reta e 1 círculo (PLC)
(10) 3 círculos (CCC)



(1) Círculo tangente a 3 pontos (PPP) (vulgarmente: círculo que passa por 3 pontos)
Este problema não tem solução se os três pontos forem colineares. Caso contrário tem sempre uma única solução




(2) Círculo tangente a três retas (LLL)

1.1. As 3 retas são paralelas ou as três retas são concorrentes no mesmo ponto

Ambas as situações não têm solução


2.2 Duas das retas são paralelas e a terceira é concorrente

Neste caso há duas soluções
Ambas as soluções têm centro na linha média entre as paralelas, interseção com as bissetrizes $\;b_1\;$ e $\;b_2\;$

2.3. As retas são concorrentes duas a duas
Nesta situação há 4 soluções: a circunferência inscrita e as circunferências ex-inscritas ao triângulo que as três retas formam.


24.9.22

das estrelas de cinco bicos diremos um radiano para todas elas ?


Na nossa contrução dinâmica que se segue, os pontos $\;A,\;B, \;C, \;D, \;E\;$ podem ser deslocados de tal modo que os ângulos agudos $$\;\alpha\;= \angle C\hat{A}D,\;\beta\;= \angle D\hat{B}E, \;\gamma\;=\; \angle E\hat{C}A, \; \delta \;=\; \angle A\hat{D}B; \;\epsilon\;=\;\angle B\hat{E}C \;$$ tomem várias amplitudes.
Atente nos valores em radianos de cada uma das amplitudes dos ângulos da figura e da soma dessas amplitudes. E, basta deslocar um ponto ou vários para obter novas amplitudes dos ângulos.
E a soma das amplitudes varia ou é invariante?
$\;\Pi\;?$ para provar.

16.9.22

AB D C - a olhar para o esquecido!


Na construção que se segue:
  1. $\;A, \;B\;$? - livres. Pode deslocá-los - "$\;c=[AB]\;$?"
  2. Um ponto $\;D\;$ toma qualquer posição de $\;[AB]\;$ e toma-se perpendicular a [AB] por $\;D.\;$ E um ponto qualquer $\;C\;$ dessa perpendicular é tomado como o terceiro vértice de triângulo $\;\Delta [ABC]\;$ de lados $\;a=[BC],\; b=[CA]\;$.... e $\;c=[AB],\;$ como já sabemos.
  3. Podia ter sido escolhido $\;a,\;$ ou $\;b\;$, mas o ponto $\;E\;$ é o que poderá tomar qualquer posição de $\;b\;$ na nossa construção.
  4. Lembramo-nos que cada terno de pontos determinam uma circunferência e podemos falar da circunferência
E?

A circunferência $\;(FCE)\;$ terá forçosamente um centro $\;O\;$ equidistante dos pontos $\;F,\; C,\;E :\;$
$\;OF\;=\;OC\;=\;OE\;$.....
...onde estará o centro $\;O\;$?.......

(ABC) e [ABC], [AO] e [AH], OÂC e BÂH


A construção apresentada é dinâmica e pode escolher posiões para alguns pontos e verificar (e demonstrar) invariâncias ....

14.9.22

um triângulo ABC, um novo ponto por cada lado DEF e circunferências (BDF) e (FEA)...


Considerámos os triângulos de vértices $\;[A, \;B, \; C]\;$ que podem tomar posições diversas. Claro que em cada lado destes triângulos podemos considerar um ponto como mostra a figura: $\;D\;$ no lado $\;BC\;$, $\;E\;$ em $\;CA\;$ e $\;F\;$ em $\;AB\;$ de que podemos mudar as suas posições. Cada um dos ternos de tais pontos determina uma circunferência, por exemplo $\;(BDF)\;$ e $\;(FEA)\;$ que se intersectam em $\;H\;$. A nossa construção mostra-nos que...

12.9.22

uma circunferência, tangência num ponto e um triângulo


Tomamos uma circunferência e dois pontos que podem estar em qualquer posição dela: Um deles $\;,A, \;$ é tomado como ponto de tangência e dessa tangente tomamos a perpendicular em $\;A;$ que fica dependente da posição de $\;A\;$ e intersecta a circunferência em $\;B.\;$ Um terceiro ponto $\; C\;$ pode tomar várias posições. Interessam-nos as consequências das diversas variações.....

5.9.22

o ponto na circunferência como vértice de ângulos


Apresenta-se na figura seguinte uma circunferência e nela um ponto $\;V\;$ que pode tomar quaisquer situações na circunferência. Considerando $\;V\;$ vértice de algum ângulo de lados $\;VC\;$ e $\;VD\;$ tomando $\;C\;$ e $\;D\;$ quaisquer posições da circunferência.
Apresentamos ainda a bissectriz de cada ângulo $\,C\hat{V}D\;$


3.9.22

(4 )vértices de ângulos em circunferência


Apresentamos a seguir círcunferência que se pode manter a mesma se deslocarmos o ponto $\;A\;$ e outra diferente se deslocarmos $\;B\;$
Os pares de segmentos de recta
$\; CA, \;AD, \:DB, \;BC\;$ e os ângulos $\;B\hat{A}C\;$ e $\;C\hat{B}D\;$ dados de valores das amplitudes desses ângulos sugerem que a somas da suas amplitudes $\;C\hat{A}D\; + \;D\hat{B}C\;$ correspondem a um semicírculo,
O mesmo acontece com o outro par de ângulos de vértices $\;C\;$ e $\;D.\;$

31.8.22

circunferência(O) e 3 pontos A, B, C: BÂC BÔC


De uma círcumferência dada, tomamos o seu centro $\;(O)\;$ e três pontos $\; A, \;B, \;C \;$ e os segmentos de recta $\; CA, \;AB, \:BO, \;OC\;$ e os ângulos $\;B\hat{A}C\;$ e $\;B\hat{O}C\;$ e dados de vslores das amplitudes desses ângulos que nos sugerem que a amplitude do ângulo ao centro $\;B\hat{O}C\;$ é o dobro da amplitude de $\;B\hat{A}C.\;$
Espera-se que estude a figura geométrica e geometricamente (ou de outro modo) verifique que a conjectura nos conduz a um teorema...

círcunferência: pontos, arcos e ângulos


De uma círcumferência dada, tomamos quatro pontos $\; A, \;B, \;C, \;D\;$ e os segmentos de recta $\; AC, \;BC, \:AD, \;BD\;$ e os ângulos $\;C\hat{A}D\;$ e $\;A\hat{B}D\;$.

29.8.22

não basta olhar o que se vê


Na construção dinâmica que se apresenta a seguir, o triângulo $\Delta [ABC]\;$ rectângulo em $\;C\;$ e os quadrados $\;a^{2},\;b^{2} \;$ e também $\;c^{2},\;$ este dividido em dois paralelogramos um de área igual a $\;b^{2}\;$ e outro de área igual a $\;c^{2}$.
Como chegamos, geometricamente, às partes de $\;c^{2}\;$ e .... tudo bem?

27.8.22

dada construção para visitar um teorema elementar


Na construção dinâmica que se apresenta a seguir, qualquer dos triângulos $\Delta [ABC]\;$ é tal que é recto o ângulo $\;\angle {C\hat{A}B}, \;$ o que pode verificar para quaisquer posições dos pontos $\;A,\;B. \;C\;$ obtidas por deslocações que respeitam o valor recto desse ângulo $\;\angle {C\hat{A}B} \;$.
Tomado o ponto $\;D\;$ médio da hipotenusa $\;a=[BC] \;$, observe os pontos médios $\;E\;$ de $\;[CD],\; F\;$ de $\;[DB]\;$ e $\;G\;$ de $\;[AD].\;$
Prove conjectura que espreite.

10.6.22

uma propriedade de todos os triângulos


Os pontos $\;A, \;B, \;C, \;$ de que pode mudar as posições, são vértices de um triângulo $\;\Delta [ABC].\;$ $\;M\;$ é o ponto médio do lado $\;[BC].\;$
A circunferência definida pelos três vértices do triângulo $\;\Delta [ABC]\;$ e tomámos as suas tangentes em $\;B\;$ e em $\;C\;$ que se intersetam num ponto $\;D\;$. Olhamos para os ângulos $\;\angle {MÂB}\;$ e $\; \angle {CÂD}\;$.
Pedimos que prove ser verdade (ou não) que são iguais os ângulos $\;\angle {MÂB}\;$ e $\; \angle {CÂD}\;$.

Nós ficamos à espera de nós...
$ \;\hspace{3.5cm}\;$... e vós?

9.6.22

notas antigas tocadas de novo:
sobre harmonia para começar, acrescentada de notas brasileiras

Coxeter recomendou que nos detivéssemos na geometria euclidiana por mais uns momentos e que tomássemos uma corda esticada OC e G, E de tal modo que 3.OG=2.OC e 5.GE=2.GC. Assim fizemos. Diz ele que se afinarmos a corda OC para a nota C (Dó), a corda OG ficaria afinada para dar a nota G (Sol) e a corda OE ficaria afinada para a nota E (Mi). Dó, Sol, Mi são as três notas do acorde da terceira maior: o intervalo entre a nota produzida por OC e a nota produzida por OG é uma quinta perfeita e o intervalo entre a nota produzida por OC e a produzida por OE é uma terceira maior.



Desenhámos em seguida um quadrilátero completo PQRS de tal modo que O=RQ.PS, E=RP.QS e G em RS. Verificámos que QP passa por C, o que significa que (OO)(EE)(GC) é um conjunto harmónico.
Deslocando o ponto R, pode verificar a relação H(OE,CG).
Fica-se a saber que a designação de harmónica que aplicamos a essa relação tem origem na harmonia da terminologia musical.


Nota brasileira:


ARTE E MATEMÁTICA

29.5.22

área do círculo restante do dado hexágono regular que nele se inscreve


Começámos por apresentar um hexágono regular de vértices $\;A, \;B, \;C, \;D, \;E,\;F\;$ sendo $\;\overline{AB}=10 =\overline{BC}=..=\overline{FA}=.\;$
Queremos só que determine a área de parte do círculo exterior ao dado hexágono regular que nele se inscreve. .

25.5.22

a área do retângulo com um hexágono regular nele inscrito

A pedido, AAF,MIS e outr@s tudo farão:
Para a figura que se segue, começámos por apresentar um hexágono regular de vértices $\;A, \;B, \;C, \;D, \;E,\;F\;$ sendo $\;\overline{AB}=1.\;$ Em seguida, tomámos o retângulo $\;P, \;Q,\; R, \;S.$
Queremos só que determine a área deste retângulo.



O problema fica resolvido se tomarmos as três diagonais $\;\overline{AD}, \; \overline{BE};$ e $\;\overline{CF}\;$ do hexágono que o dividem em seis trângulos equiláteros (de lado 1)



Dos lados do retângulo, vemos que
$\overline{PQ} = \overline{RS} = 2 = \overline{CF}\;$ e
$\overline{PS} = \overline{PF}+\overline{FS} = \overline{AE} = \overline{BD} = \overline{QC}+\overline{CR} = \overline{QR}\;$
que são somas das alturas de dois triângulos $\;\Delta [FAF']\;$ e $\;\Delta [F'EF]\;$ congruentes,
e tais que as suas alturas iguais e iguais a $\;\overline{PF}=\overline{FS}=\overline{QC}=\overline{CR}\;$ que podem ser calculados imediatamente já que $\;\overline{AP}=\frac{1}{2}\;$ e, em conseguência, $\;\overline{AF}^2 = \overline{AP}^2 + \overline{PF}^2\;$ e $\;\overline{PF}^2 = 1-\frac{1}{4} =\frac{3}{4}.\;$
Concluindo: $\;\overline{PF}=\;\overline{FS}\;=\;\overline{QC}=\;\overline{CR}= \frac{\sqrt{3}}{2}.\;$
O outro lado $\;\overline{PS}\; (=\;\overline{QR})\;$ do retângulo mede $\;\sqrt{3}\;$ e a área do retângulo mede-se por $\;2\sqrt{3}.\;$

1.5.22

estrelas pentagonais escondem algum segredo comum?

Têm e não escondem:

Num plano tomamos 5 pontos livres $\;A,\; B,\;C,\;D,\;E, \;$ e os 5 segmentos de reta -$\;[AC],\;[CE], \;[EB], \;[DA]\;$ dependentes das posições desses pontos tais que se intersectam: $\;[AD]\;\cap \;[BE] = {F}$,$\; [AC] \cap [BE] = {G}\;$.....
Para o que interessa, basta considerar os triângulos $\;\Delta [AGF]\;$, $\;\Delta [FBD]\;$ e $\; \Delta [CEG]\;$.
Do triângulo $\;\Delta [AGF]\;$ tiramos $\; \angle{FÂG} +\angle{A\hat{G}F} + \angle{G\hat{F}A} = 180º.\;$
Do triângulo $\;\Delta[FBD]\;$ por $\;\angle{G\hat{F}A}\;$ ser seu externo $\;\angle{G\hat{F}A}\;$ sabemos que $$\;\angle{G\hat{F}A}\;= \;\angle{F\hat{B}D} + \angle{B\hat{D}F}\;=\;\beta + \delta\;$$ e, do mesmo modo, por ser $\;\angle{A\hat{G}F}\;$ ângulo externo de $\;\Delta[GCE]\;$, sabemos que $$\;\angle{A\hat{G}F}\;= \;\angle{G\hat{C}E} + \angle{C\hat{E}G}\;=\: \gamma + \epsilon.\;$$ E concluir assim que a soma dos ângulos $\:\alpha, \;\beta, \;\gamma, \;\delta, \;\epsilon\;$ das pontas das estrelas pentagonais é $\;180º.$
Não deixe de deslocar os vértices dos pentágonos estrelados para se convencer .... que a soma dos seus ângulos é rasa......

30.4.22

polígonos regulares aspiram a ser circunferências :-)

Tomámos polígonos regulares a partir de um só segmento dado. A multiplicidade dos lados desta família (gerada a partir de um só comprimento) aproxima de circunferências os polígonos gerados.

Un polygone a trois côtês au moins, s'il est régulier, la multiplicité de ses côtés le fait tendre vers un cercle.
a continuar uma imagem de Luc Joly.Editions IDEA....Suisse

Sobre Luc Joly - mais uma escolha :
......Pendant la grève générale contre la dictature du général Pinochet, en 1974, Luc Joly effectue, à pied, la traversée de Temuco au Chili à San Junin de los Andes en Argentine1. À Buenos Aires, la même année, il fait la rencontre de Jorge Luis Borges, de Mario Botta et d’Adolfo Perez Esquival. Il expose au Centro de Arte y Comunicación1......

24.4.22

Problema de Copernico


Problema copernicano:
Desenhe um círculo (C) de raio R, então imagine um círculo (C') de raio R/2 rolando para dentro sem escorregar em (C). Prove este resultado surpreendente:
todos os pontos das circunferências (C') permanecem numa mesma linha reta.
.

  1. (C): circunferência de centro O e raio OY;
  2. (C'): circunferência de centros A a passar por O e tangentes interiormente à circunferência (O, OY);
  3. Os pontos O, X, Y da circunferência (C) representam posições fixas desses pontos de (C) e os pontos A são centros das diversas circunferências (C') que se deslocam mantendo as propriedades de tangência em pontos F
  4. O ponto A, centro das circunferências (C'), está sempre a igual distância de O e de F, e da circunferência de centro O e raio OA(=AF=MX=OM=OG=GY). Na ilustração, aqui apresentada, podemos deslocar A no arco MG da cirucnferência (O, OA)
  5. $$ \alpha = \angle \;GÔA =\angle \;YÔF $$ $$ \beta = \angle EÂF $$ $$ Arco(YOF) = Arco(EAF)? $$ Porquê?
Nesta ilusrtração dinâmica, pode verificar as diversas posições de A e verificar que quando A toma a posição de GF toma a posição de Y, isto é, E coincide com F e Y. E quando A toma a posição de M, F assume a posição de X e e E a posição de O.....

André MYX. Grenier Circulaire. Bulletin de liaison des Professeurs de Mathématiques, n.28 Le Cercle,mai 1981.AUDECAM. Association Universitaire pour le Développement de l'Enseignement et la Culture en Afrique et à Madagascar Problème de Copernic
Tracer un cercle(C) de rayon R, puis imaginer un cercle (C') de rayon R/2 roulant intérieurement sans glisser sur (C).
Démontrer ce résultat étonnant: todo o ponto A de la circonférence de (C') reste sur une droite.

21.4.22

Triângulos de Perímetro Mínimo

I


Problema 1a:
Dados A e B e uma reta r determine C sobre a reta r de forma a que o triângulo [ABC] tenha perímetro mínimo.

Figura 1
Seja B’ simétrico de B relativamente à reta r. Então r é a mediatriz de BB’. Logo C é equidistante de B e de B’, CB’=CB.
AB’ é a distância entre os pontos A e B’ pois é o comprimento do segmento de reta que os une (é o comprimento do caminho mais curto que os une) AB’=AC+CB’=AC+CB, é, pois, o comprimento mínimo para ir de A a B passando por r. Logo o triângulo [ABC] é o triângulo de perímetro mínimo.
Na construção pode-se mover o ponto E, ao longo de r, e verificar o valor do perímetro dos diferentes triângulos que se vão formando.
O mais usual é formular-se este problema com o seguinte enunciado: Dados dois pontos A e B do mesmo lado de uma reta r, qual o caminho mais curto para ir de A para B passando por r, e é conhecido como Problema de Héron. Este problema já foi abordado em Problema usando reflexões -1 na entrada de 10.11.09
Problema 1b:
Prove que a perpendicular a r no ponto C, a reta XC, é a bissetriz do ângulo C.


Figura 2
Seja XC perpendicular a r em C. XC é paralela a BB’
O triângulo [BDC] e o triângulo [B’DC] são congruentes, logo 𝐶𝐵𝐷 = 𝐶𝐵′𝐷.
𝐶𝐵𝐷 = 𝐵𝐶𝑋, pois são alternos internos
𝐶𝐵′𝐷 = 𝑋𝐶𝐴, pois são ângulos correspondentes
Então, 𝐵𝐶𝑋 = 𝑋𝐶𝐴                          c.q.d.

Heron de Alexandria utilizou este princípio do caminho mais curto (afirmou que o caminho percorrido pela luz era sempre o mais curto), para estudar a reflexão da luz num espelho e provando que o ângulo de incidência (𝐴𝐶𝑋) é igual ao ângulo de reflexão (𝐵𝐶𝑋).

II


Problema:
De entre todos os triângulos com uma dada base e altura a ela referida, determinar qual deles tem perímetro mínimo.
Este problema é também abordado em Problemas usando reflexões 2 na entrada de 16.11.09.
Nele se mostra a solução (interativa) e se remete a sua resolução para o problema anterior.

Figura 3
É o triângulo [ABC] isósceles. Vejamos. Sendo OO’ a reta paralela a AB que dista desta a altura do triângulo, o vértice C situa-se sobre OO’. Trata-se então de procurar o caminho mais curto para ir de A a B passando por OO’. Se determinarmos o simétrico de A relativamente a OO’ encontramos C. Mas também poderíamos determinar o simétrico de B relativamente a OO’. Verificamos que A’B’ é paralela a AB, logo [ABA’B’] é um retângulo sendo C o ponto de interseção das suas diagonais. Logo AC=BC. O triângulo é isósceles.
Obtém-se uma prova analítica, escrevendo a função Perímetro
$$ P(x)\;=\;a+\;\sqrt{x^2+h^2} + \sqrt{(a-x)^2 +h^2}\;$$
Derivando, obtém-se
$$P'(x)\; =\; (x-a) + \sqrt{x^2+h^2} + x\sqrt{(a-x)^2+h^2}$$
Determinando os zeros, obtém-se
$$ P'(x)\;=\;0 \; \Leftrightarrow \;x\;=\;\frac{a}{2}$$
Logo é o triângulo isósceles!


Figura 4

III


Problema de Fagnano
Na entrada de 11.7.06 de Quinto despertar dos geómetras define-se triângulo órtico de um triângulo e regista-se a seguinte propriedade:
O triângulo órtico é o triângulo de perímetro mínimo que pode ser inscrito no triângulo [ABC]. Verifiquemos que assim é num triângulo acutângulo


Figura 5

Podemos reduzir este problema ao primeiro enunciado:
Qual o caminho mais curto para ir do ponto D ao ponto F passando pela reta BC? E verificamos que é o ponto E. E o mesmo para quaisquer outros dois pontos.
Com o descrito anteriormente, provamos também que as alturas do triângulo [ABC] são as bissetrizes do seu triângulo órtico (o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão), e que os lados do triângulo [ABC] são as bissetrizes externas do triângulo órtico (perpendiculares às bissetrizes internas nos vértices)

IV


Em 8.5.06 em Triângulos equiláteros num quadrado [8/5/06] é colocado o seguinte problema:
Problema: No interior de um ângulo 𝑨, toma-se um ponto P. Por P passam uma infinidade de retas que cortam os lados do ângulo 𝑨. Cada uma dessas retas define um triângulo. Determine o de perímetro mínimo.
E é apresentado um exercício interativo.


Figura 6
Vejamos a seguinte propriedade:
Construa-se uma circunferência inscrita num ângulo 𝐴. Os pontos de tangência definem dois arcos. Um interior e outro exterior. Seja um ponto X no arco interior e um ponto Y no arco exterior. Pelos pontos X e Y tracemos tangentes à circunferência e observemos o perímetro dos triângulos definidos pelas tangentes nos lados do ângulo. Pode deslocar os pontos verdes sobre os arcos.


Figura 7

Todas as tangentes ao arco interior definem triângulos com o mesmo perímetro:
𝑃 = 𝐴𝐶 + 𝐶𝐵 + 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶 + 𝐶𝐻 + 𝐻𝐵 + 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶 + 𝐶𝑁 + 𝐵𝑀 + 𝐴𝐵 = 𝐴𝑁 + 𝐴𝑀 = 2𝐴𝑀

e menor do que o perímetro dos triângulos definidos pelas tangentes ao arco exterior, que varia.
Respondendo agora ao problema inicial a circunferência inscrita no ângulo 𝐴 deverá passar pelo ponto P e a reta pretendida é a tangente à circunferência em P.
Trata-se de um dos problemas de Apolónio. Traçar uma circunferência tangente a duas retas concorrentes e que passa por um ponto


Figura 8

Tracemos uma circunferência auxiliar, tangente às duas retas e determinemos a sua homotética, de centro A, que passa no ponto P. Como vemos existem duas soluções. No entanto, na solução laranja o ponto P situa-se no arco exterior que, como vimos acima origina triângulos de perímetros superiores às tangentes num ponto do arco interior. Assim interessa-nos a solução a negro (P situa-se no arco interior)

Figura 9


V


Problema:
Determinar o triângulo de perímetro mínimo em que dois dos vértices situam-se um em cada lado de um ângulo  e em que o terceiro vértice é um ponto P no interior do ângulo.

Figura 10

Podemos enunciar o problema da seguinte maneira:
Qual o caminho mais curto para “sair” de P e “voltar” a P depois de ter passado pelas duas retas AB e AC.
Determinemos então o ponto P’ simétrico de P relativamente a AB e o ponto P’’ simétrico de P relativamente a AC. O segmento de reta P’P’’ determina em AB e AC, os vértices Q e R do triângulo pedido.

13.4.22

a pa(ciência) do compasso quando só....

B. PARZYSH. Un compas pour des polygones.
Bulletin de liaison des Professeurs de Mathématiques, nº 28, mai 1981 - difusion:AUDECAM - Association Universitaire pour le Développement de L'Enseignement et la Culture en Afrique et à Madagscar.

Dada uma circunferência (O,r) de que se conhece um ponto A de posição variável sobre ela. Recorremos a compassos (circunferências) para as construções que se seguem de determinar novos pontos que com A constituem os vértices de polígonos regulares sem recursos a quaisquer outras ferramentas.

Hexágono


Triângulo


Quadrado


Octógono


Dodecágono


Pentágono


Decágono


Pentadecágono

Transcrição de notas:
B. PARZYSH. Un compas pour des polygones.
Bulletin de liaison des Professeurs de Mathématiques, nº 28, mai 1981>br> A "geometria do compasso sozinho"tem a sua origem nos trabalhos do dinamarquês Georg MOHR (1640-1697) e do italiano Lorenzo MASCHERONI(1750-1800) que, com 125 anos de distância e separadamente, demonstraram o Teorema ao qual eles deram o seu nome:
Teorema de MOHR - MASCHERONI:
Qualquer ponto do plano, constructível com régua e compasso, é constructível só com compasso.
Para a pequena história, assinalemos que Napoléon BONAPARTE, membro da Academia das Ciênciastoinha por passatempo favoriro, por volta de 1800, de pôr como "cola" aos seus eminentes col...egas uma ou outra construção só comm compasso.
Mais modestamente, nós pretendemos, neste artigo, indicar ao leitor que tivesse perdido a sua régua — como se sabe os matemáticos são considerados distraídos — mas quem, no entanto, teria conseguido pôr as mãos no seu compasso, o meio de construir, com este único instrumento, os vértices de um polígono regular inscrito, de n lados (para n≤15) ... na condição, claro, de que este polígono regular que procurámos para inscrever em {C} seja constructível com régua e compasso, o que exclui os casos n=7, 9, 11, 13 ou 14.
Eis os dados que utilizaremos para cada valor de n:
Um círculo {C} de centro O, do qualqeur chamaremos r o raio, e um ponto A do círculo.
O ponto A será um vértice do polígono regular que tentamos inscrever na circunferência {C} dada....

8.4.22

de Conjectura a Teorema?

a conjectura

Na seguinte figura, tomamos
3 pontos em quaisquer posições do plano: A, B, C vértices
3 segmentos de retas: a=BC, b=CA, c=AB lados
3 pontos livres em: D em a, E em b, F em c
3 circunferências: d(F,B,D), e(D,C,E), f(E,A,F)

e nos parece que d.e.f ={P}

é um teorema.
Será?

21.3.22

De duas circunferências concêntricas uma delas vê-se ao espelho que a outra é....

Problema:
Considere a circunferência c, a preto na figura, e a inversão a ela associada na figura. Determine a transformada por essa inversão da circunferência verde, v


14.3.22

Seja espelho a dourada circunferência: qual a posição da imagem do ponto A a esse espelho?

Considere a inversão associada à circunferência dourada e determine o transformado de A por essa inversão.

...o triângulo retângulo com uma hipotenusa e a soma dos catetos dadas

.... continuando

Na anterior publicação refere-se que o problema se pode reduzir a um outro:

Construir um triângulo retângulo de que se conhece a hipotenusa e a soma dos seus catetos.
Observando a figura:

Figura 3

Seja $\;c\;$ a hipotenusa e $\;a, \;b\;$ os catetos
$$\;𝑐 = 𝑏 − 𝑟 + 𝑎 − 𝑟 ⟺ 2𝑟 = (𝑏 + 𝑎) − 𝑐 𝑒 2𝑅 = 𝑐 \;\rm{e}\; 2R= c\;$$ Assim podemos determinar $\;r\;$ e $\;R\;$ e resolver como o problema anterior.

Por último , e ainda na mesma entrada, é considerado um outro problema sugeridos pelos anteriores:
A partir do vértice do ângulo reto, determinar um triângulo retângulo $\;[ABC]\;$ de que se conhece só o raio da circunferência inscrita.
Parece-me que este problema tem uma infinidade de soluções. Vejamos a seguinte construção:

Figura 4
As retas $\;AB\;$ e $\;BC\;$ são perpendicular em $\;A.\;$
A partir de $\;A\;$ marcando $\;r\;$ sobre as duas retas determinamos $\;I, \;$ centro da circunferência inscrita. Traça-se o incírculo.
Seja $\;D, \;$um ponto livre sobre o arco $\;EF.\;$ Traça-se a tangente à circunferência inscrita em $\;D.\;$ Esta tangente determina os vértices $\;B \;\rm{e}\; C\;$ sobre as retas $\;AB\;$ $\;AC.\;$
Quando $\;D\;$ percorre o arco $\;EF,\;$ todos os triângulos retângulos assim gerados são solução.

Mariana Sacchetti
Aveiro, Fevereiro 2022.

12.3.22

Triângulo retângulo dados raios de incírculo e circuncírculo

... continuado do anterior...

Construir o triângulo retângulo do qual eram dados os raios das circunferências inscrita e circunscrita.

Resolvamos, agora o problema:

Figura 2

Como podemos observar o problema tem duas soluções, para o mesmo lado da reta $\; AB.\;$ (o problema tem no total 4 soluções)
A partir de um ponto $\;A\;$ e sobre uma reta suporte de $\;AB,\;$ o ponto $\;B\;$ dista $\;2R\;$ de $\;A.\;$
Tracemos uma reta à distância $\;r\;$ da reta $\;AB.\;$ Determinemos $\;\overline{𝐼𝑂}\;$ (média geométrica de $\;R\;$ e $\;R-2r\;$). A circunferência de centro $\;O\;$ e raio $\;\overline{𝐼𝑂,}\;$ determina sobre a reta paralela a $\;AB\;$ dois pontos de interseção, incentros das duas soluções possíveis.
Desenha-se, para cada solução, a circunferência inscrita e por $\;A\;$ ou por $\;B\;$ desenham-se as tangentes ao incírculo que determinam o vértice $\;C\;$ sobre a circunferência circunscrita.

Do mesmo modo haveria outras duas soluções simétricas das apresentadas relativamente à reta $\;AB\;$, como se vê nos últimos passos da construção.

a continuar

11.3.22

Triângulo rectângulo

A 13.04.06,
em Geometrias

é colocado o seguinte problema:
Construir o triângulo retângulo do qual eram dados os raios das circunferências inscrita e circunscrita.


Comecemos por referir e demonstrar a seguinte propriedade, que se verifica em qualquer triângulo:
$\overline{IO}^2 = R(R -2r),\;$ em que $\;I\;$ é o centro da circunferência inscrita, $\;O\;$ é o centro da circunferência circunscrita, $\;R\;$ é o raio da circunferência circunscrita e $\;r\;$ é o raio da circunferência inscrita. Podemos assim dizer, de outra forma, que a distância entre os centros das circunferências inscrita e circunscrita é a média geométrica entre $\;R\;$ e $\;R-2r,\;$ sendo $\;r\;$ o raio da circunferência inscrita e $\;R\;$ o raio da circunferência circunscrita.
Observemos a seguinte figura:

Figura 1

$\;I\;$ incentro ; $\;O\;$ circuncentro; $\;CE\;$ bissetriz do ângulo $\;C\;$; $\;FE\;$ mediatriz de $\;[AB]; \;AI\;$ bissetriz do ângulo $\;\widehat{A}\;$, $\;IJ\;$ paralela a $\;AB\;$
Prova:
O triângulo $\;[AEF]\;$ é retângulo, logo
$$\; \displaystyle \frac{AB}{ED} = \frac{EF}{AE} \Longleftrightarrow AE^2 = ED \times EF \hspace{5cm}(1)$$
O triângulo $\;[AEI]\;$ é isósceles, $\;\overline{𝐴𝐸} = \overline{𝐸𝐼},\;$ a bissetriz do ângulo $\widehat{C}\,$ e a mediatriz de $\;[AB]\;$ intersetam-se num ponto do circuncírculo $\;E\;$ equidistante de $\;A,\;I,\; B.\;$ (demonstrada na publicação anterior 9.2.22 - Triângulos-Algumas propriedades)
O triângulo $\;[IJO]\;$ é retângulo, logo $\;\overline{𝐼𝑂}^2 = \overline{IJ}^2 + \overline{JO}^2 \hspace{5cm} (2)$
O triângulo $\;[EIJ]\;$ é retângulo, logo $\; \overline{𝐸𝐼}^2\; =\;\overline{IJ}^2 + \overline{JE}^2 \hspace{5cm}(3)$
Fazendo $\;(2) – (3)\;$
$\;\overline{IO}^2\; -\;\overline{𝐸𝐼}^2\; =\;\overline{JO}^2\; -\; \overline{JE}^2 \Longleftrightarrow \;\overline{IO}^2\;=\; AE^2 \;+\;\overline{JO}^2\; -\; \overline{JE}^2\; \Longleftrightarrow $
$\;\Longleftrightarrow\overline{𝐸𝐼}^2\;= \; \overline{𝐸D}\;\times \; \overline{𝐸F}\;+ \;\overline{JO}^2\; -\; \overline{JE}^2\; \Longleftrightarrow \;\overline{IO}^2\;= \;(R - \overline{OD})2R \overline{JO}^2\;-\;(R+\overline{OJ})^2 \Longleftrightarrow$
$\;\Longleftrightarrow \overline{IO}^2\;=\;2R^2 - 2R\overline{OD} +\overline{JO}^2 - R^2 - 2R\overline{OJ} - \overline{JO}^2 \;\Longleftrightarrow\;\overline{IO}^2=R^2 - 2R\overline{OD} - 2R(r - \overline{OD}) \Longleftrightarrow $
$$\;\Longleftrightarrow \overline{IO}^2 =R^2 - 2r \Longleftrightarrow \overline{IO}^2 = R(R-2r) \hspace{5cm} c.q.d.$$


a continuar

14.2.22

Propriedade? Conjectura ou Teorema?


Qualquer quadrilátero de vértices $\;A, \; B,\; C, D \;$ e lados $\;AB, \;BC, \;CD, \;DA \;$ divide-se em dois triângulos:
$\;\Delta[ABC]\;$ e $\; \Delta[CDA]\;$ pela diagonal $\;[AC]\;$
$\;\Delta[DAB]\;$ e $\;\Delta[BCD]\;$ pela diagonal $\;[BD]\;$.

Na construção, que apresentamos a seguir, temos o quadrilátero $\;[ABCD]\;$ inscrito na circunferência $\;(O,\;r)$, os incírculos dos triângulos $\;\Delta [ABC]\;$, $\;\Delta [CDA]\;$, $\;\Delta [DAB]\;$ e $\;\Delta [BCD]\;$ com os respectivos incentros $\;I_a$, $\;I_b$, $\;I_c\;$ e $\;I_d\;$ e os raios $\;r_a$, $\;r_b$, $\;r_c\;$ e $\;r_d$.
Pode deslocar qualquer dos pontos $\;A, \; B,\; C, D \;$ sobre a circunferência $\;(O,\;r)$ e verificar que se mantém a seguinte igualdade
$\; r_a + r_c\; = \; r_b + r_d\;$



Para apoiar o pensamento de uma demonstração ... via amigos das canárias ... uma construção dinâmica oferecida a interessados. Publicaremos um texto que nos enviem, também comentários,... Temos saudade do tempo (?) em que os nossos alunos nos descreviam as suas interpretações geométricas. Por onde andarão? os seus pensamentos.

9.2.22

Triângulos — Algumas propriedades

Ao longo das publicações em
Geometrias

constatámos diversas propriedades deixando ao cuidado do leitor a sua demonstração.
Perceber o porquê, também me inquieta. Seguem-se, então, justificações para três propriedades que me reapareceram recentemente.
Mariana S. 2022


Seja o triângulo $\; \Delta [ABC] $. $\; \dot{C}M\;$ bissetriz do ângulo $\; B\widehat{C}A $, $\; M \;$ a interseção da bissetriz $\; \dot{C}M \;$ com o circuncírculo de centro $\; O \;$, $\; OM\; $ mediatriz de $\; \overline{AB}$.
Propriedade 1.a)
Num triângulo a bissetriz de um ângulo e a mediatriz do lado oposto a esse ângulo, intersetam-se num ponto $\; M\;$ do circuncírculo.

Figura 1

Prova:
$\; A\widehat{C}M \; =\; M\widehat{C}B,$ $\;\dot{C}M\;$ é bissectriz de $\; \angle \widehat{C}$

Então, $\;\displaystyle\frac{\widehat{AM}}{2} \;$ = $\; \displaystyle\frac{\widehat{MB }}{2}$, $\; A\widehat{C}M \;$ e $\; M\widehat{C}B \;$ são ângulos inscritos.
Logo, $\; \widehat{AM}\;$ = $\; \widehat{MB},\;$ $\;M\;$ é o ponto médio do arco $\;{AB}\;$, está à mesma distância de $\;A\;$ e de $\;B\;$, logo $\;M\;$ pertence à mediatriz de $\;[AB]\;$
c.q.d.



Propriedade 1.b)
$\;M\;$ é equidistante de $\;A,\;I. \;B, \;I_c\;$ sendo $\;I\;$ o centro do círculo inscrito no triângulo $\; \Delta[ABC]\;$ e $\; I_c\;$ o centro do círculo ex-inscrito oposto a $\;C$.


Figura 2


Prova:
Queremos provar que $\; MA \; =\; MB \; = \; MI\;= \; MI_c\; $

$\;MA\; = \; MB\;$ pois $\;M\; $ pertence à mediatriz de $\; [AB]$
Observemos o triângulo $\;\Delta [CIA]:\;$
$\;\displaystyle A\widehat{I}M =\frac{\widehat{A}}{2} \; + \; \displaystyle\frac{\widehat{C}}{2}$, o ângulo externo é igual à soma dos internos não adjacentes. $\;AI\;$ é a bissectriz do ângulo $\; \angle \widehat{A}$
$\;\angle A\widehat{M}C \;=\; \angle A\widehat{M}I\; = \; \angle \widehat{B},\;$ ângulos inscritos no mesmo arco
$$\;\displaystyle I\widehat{A}M \;=\; 180° - \frac{\widehat{A} + \widehat{C}} {2} \; = \;( \widehat{A} + \widehat{C}) -\frac{\widehat{A} + \widehat{C}} {2} \; = \; \frac{\widehat{A} + \widehat{C}} {2} $$
Como a ângulos iguais se opõem lados iguais, $\;MA \;=\;MI\;$
$\;I\widehat{A}I_c \; = \;90°\;$, as bissectrizes interna e externa de um ângulo são perpendiculares $$ \displaystyle \angle M\widehat{A}I_c\;= \;90° - \angle I\widehat{A}M \; = \; 90°- \frac{\widehat{A} + \widehat{C}} {2}\; = \; \frac{180° - \widehat{A} - \widehat{C}} {2}\; = \; \frac{\angle \widehat{B}}{2} $$ $$ \angle M\widehat{I_c}A\; = \;\angle I\widehat{M}A - \angle M\widehat{A }I_c \;=\; \widehat{B} - \frac{\angle \widehat{B}}{2}\; = \;\frac{\angle \widehat{B}}{2}$$ Como a ângulos iguais se opõem lados iguais, $\; \overline{MA} \; = \overline{MI_c}\;$ e como $\; \overline{MI} \; = \overline{MI_c},\;$ $\;M\;$ é ponto médio de $\; II_c\;$
c.q.d.


Sendo $\;R\;$ o raio do circuncírculo
Propriedade 2.
O círculo que passa pelos três ex-incentros de um triângulo tem raio $\;2R\;$ e centro $\;I'\;$ simétrico de $\;I\;$ relativamente a $\;O\;$

Figura 3


Prova:
Tracemos a perpendicular a $\;AB\;$ por $\;I_c.\;$ Esta é paralela a $\;OM\;$ e intersecta $\;IO\;$ em $\;I'.\;$
Sendo $\;M\;$ o ponto médio de $\;\overline{II_c},\;$ $\;O\;$ é o ponto médio $\;\overline{II'}\;$ e $\;\overline{I'I_c} \;=\; 2\overline{OM}\;=\; 2R.$
De forma análoga se demonstra que $\;\overline{I'I_A}\; = \;\overline{I'I_B}\; = \;\overline{I'I_C}\; = \;2R. \;$Logo $\;I'\;$ é o centro da circunferência que pssa pelos ex-incentros e o seu raio é $\;2R.\;$
c.q.d.


Propriedade 3.
$\;r_a + r_b + r_c \; = \;4R + r,\:$ sendo $\;r_a,\; r_b \;$ e $\; r_c \;$ os raios das circunferências ex-inscritas, $\;r\;$ o raio da circunferência inscrita e $\;R\;$ o raio da cirunferência circunscrita.

Figura 4
Prova:
Seja $\;P\;$ o pé da perpendicular tirada por $\;I_B\;$ para $\;AB.\;$ $\;I_B = r_b\;$
Seja $\;Q\;$ o pé da perpendicular tirada por $\;I_A\;$ para $\;AB.\;$ $\;I_AQ = r_a\;$
Seja $\;X'\;$ o ponto de intersecção de $\;I'I_C\;$ com $\;AB.\;$ $\;I'X' = 2R - r_c\;$
Seja $\;X'\;$ o ponto de intersecção de $\;I'I_C\;$ com $\;AB.\;$ $\;I'X' = 2R - r_c\;$
Seja $\;X'\;$ o ponto de intersecção de $\;I'I_C\;$ com $\;AB.\;$ $\;I'X' = 2R - r_c\;$
Seja o ponto de intersecção do círculo de $\;I'I_C\;$ inscrito com $\;AB.\;$ $\;OD\;$ é a mediana do trapézio $\;[IXI'X'].\;$ $$\;OD \; = \;\displaystyle \frac{IX+I'X'}{2}\; =\; \frac{r+(2R~r_c)}{2}$$ Seja N a intersecção da mediatriz de $\;AB\;$ com o circuncírculo. Provemos agora que $\;N\;$ é ponto médio de $\;I_AI_B :\;$ Os ângulos $\;I_AAI_B\;$ e $\;I_ABI_B\;$ são retos ( as bissectrizes interna e externa são perpendiculares). Assim, existe uma circunferência que passa pelos pontos $\;I_A,\; A,\; B\;$ e $\;I_B. $ de diâmetro $\;I_AI_B.\;$ Sendo $\;OM\;$ a mediatriz de $\;AB,\;$ $\; N\;$ é o centro da circunferência de diâmetro $\;I_AI_B.\;$ $\; N\;$ é ponto médio de $\;I_AI_B.\;$
Então $\;ND\;$ é a mediana do trapézio $\;[I_APQI_B]\;$ $$ND \; =\; \displaystyle \frac{r_a + r_b}{2} \;\Leftrightarrow\; R + OD \;= \;\frac{r_a + r_b}{2} \Leftrightarrow R + \frac{r+(2R - r_c)}{2}\;=\;\frac{r_a+r_b}{2} \Leftrightarrow $$ $$4R +r \; =\; r_a + r_b + r_c \;$$ c.q.d.


O conhecimento destas e outras propriedades facilita-nos a resolução de vários problemas. Por exemplo:
a) Em www. geometrias.blogspot.com , em 5.12.o6 , publica-se o seguinte exercício interativo
Determinar os vértices de um triângulo $\;\Delta[ABC]\;$ de que se conhecem o centro $\;I\;$ do circulo inscrito, o centro $\;I_C\;$ do círculo ex-inscrito em $\;C\;$ e o centro $\;O_e\;$ do círculo definido pelos três ex-incentros $\; I_a,\; I_b\;$ e $\;I_c\;$


Figura 5 A vermelho encontram-se os objetos alvo, a descobrir.
Usando as propriedades acabadas de demonstrar:
O ponto médio de $\;II_C,\; M,\;$ é equidistante de $\;A,\; I\;$ e de $\; B\;$ e situa-se no circuncírculo.
O centro do circuncírculo é o ponto médio de $\;O_eI \;$ e o seu raio é metade de $\; O_e I\;$

Figura 6
b)no site geometriagon encontramos o seguinte enunciado do n° 1679
Determinar o vértice $\;A\;$ do triângulo $\; \Delta [ABC],\;$ conhecidos o lado $\;[BC],\;$ a altura $\;h_a\;$ a ele relativa e a diferença entre a soma dos raios dos círculos ex-inscritos e o raio do círculo inscrito. E apresenta-nos o seguinte exercício interativo

Figura 7

Atendendo à última propriedade referida, a reolução é simnples.

Figura 8
Claro que a solução acima apresentada não é única.

Mariana Sacchetti. Aveiro, Janeiro de 2022

3.2.22

Arbelos

Por um ponto C de um segmento de reta [AB], tracem-se semicírculos de diâmetros [AC], [CB] e [AB], todos para o mesmo lado. Consideremos os seus raios 𝑎, 𝑏 𝑒 𝑎 + 𝑏, respetivamente. A área limitada por estes três semicírculos chama-se Arbelos.

Propriedade fundamental dos arbelos
A área do arbelos é igual á área do círculo de diâmetro [CD]

Raios das semicircunferências interiores: 𝑎, 𝑏
Raio da semicircunferência exterior: 𝑎 + 𝑏
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑟𝑏𝑒𝑙𝑜𝑠 = 𝜋(𝑎 + 𝑏) / 2 - 𝜋𝑎 / 2 - 𝜋𝑏 / 2 = 𝜋𝑎𝑏
𝐶𝐷 (𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑔𝑒𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 2𝑎 𝑒 𝑑𝑒 2𝑏) = 2√𝑎𝑏
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑐í𝑟𝑐𝑢𝑙𝑜 = 𝜋√𝑎𝑏2 = 𝜋𝑎𝑏

Problema:
Inscrever no arbelos um círculo tangente aos outros três.

Construção:
Sejam E e F os centros das circunferências interiores. GE e HF perpendiculares a AB.
Os segmentos de reta GF e EH intersetam-se em I. Desenhe-se a circunferência de centro I e raio IC. Esta determina nas circunferências interiores os pontos de tangência M e J da circunferência pretendida.
As retas EJ e FM determinam o centro N da circunferência tangente aos três círculos.
Círculos gémeos de Arquimedes num Arbelos

A perpendicular a AB tirada por C, divide o arbelos em dois triângulos curvilíneos com incírculos congruentes. A estes círculos chamam-se círculos gémeos de Arquimedes, pois o seu raio, prova-se que é
                                               𝑅= 𝑎𝑏 /(𝑎+𝑏)
                                              2𝑅 = 2𝑎𝑏 /(𝑎+𝑏)
                                        𝑜 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é 𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 h𝑎𝑟𝑚ó𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝑒 𝑏)
Construção:
Sejam E e F os centros das circunferências interiores. GE e HF perpendiculares a AB.
Os segmentos de reta GF e EH intersetam-se em I. Desenhe-se a circunferência de centro C e raio IC. Esta interseta AB nos pontos J e K
Desenhem-se as circunferências (E, EK) e (F, FJ).
Desenhem-se as retas perpendiculares a AB em J e K. Estas intersetam as circunferências (E, EK) e (F, FJ) nos centros das circunferências pretendidas M e O.
Os segmentos de reta EM e FO determinam os pontos de tangência P e Q.
Os círculos gémeos de Arquimedes são os círculos (M, MP) e (O, OQ).


Demonstração de que o círculo (I, IC) é um círculo de Arquimedes
Os triângulos [CIE] e [IPH] são semelhantes.
Logo, 𝑂𝐼 / CF = (𝑎−𝐼𝐶) / IC e como OI=EC, vem 𝐸𝐶 / CF = (𝑎−𝐼𝐶)/IC                                         (1)
Os triângulos [GOI] e [CIF] são semelhantes.
Logo, 𝐸𝐶 / IP = 𝐼𝐶 / (𝑏−𝑃𝐹) como IP=CF e PF=IC, vem 𝐸𝐶 / CF = 𝐼𝐶 / (𝑏−𝐼𝐶)                           (2)
De (1) e (2)
                          (𝑎−𝐼𝐶) / IC= 𝐼𝐶 / (b-IC) ⇔ 𝐼𝐶^2 = (𝑎−𝐼𝐶)(𝑏−𝐼𝐶) ⇔ 𝐼𝐶 𝑏 − 𝐼𝐶 ⇔
                           ⇔ 𝐼𝐶^2 = (𝑎𝑏−𝑎.𝐼𝐶−𝑏.𝐼𝐶+𝐼𝐶\up;{2} ⇔ 𝑎𝐼𝐶+𝑏𝐼𝐶 = 𝑎𝑏 ⇔ 𝐼𝐶 = 𝑎𝑏 /(𝑎+𝑏)                           2𝐼𝐶 = 2𝑎𝑏 / (𝑎+𝑏)                           𝑜 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é 𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 h𝑎𝑟𝑚ó𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝑒 𝑏

Demonstração de que o raio dos círculos gémeos de Arquimedes é 𝑅 = 𝑎𝑏/(𝑎+𝑏)
Comecemos por considerar o círculo da esquerda.

Vamos aplicar o teorema de Pitágoras aos triângulos retângulos [EMJ] e [OMJ], em que E é o centro do círculo da esquerda, O é o centro do círculo exterior, J é a projeção ortogonal de M sobre AB e M é o centro do círculo gémeo à esquerda. Assim, considerando o triângulo [EMJ] 𝐸𝑀=𝑎+𝑅; 𝐸𝐽=𝑎−𝑅;
𝑀𝐽^2 = (𝑎 + 𝑅)^2 − (𝑎 − 𝑅)^2 = (𝑎 + 𝑅 + 𝑎 − 𝑅)(𝑎 + 𝑅 − 𝑎 + 𝑅) = 4𝑎𝑅 (1)
Considerando o triângulo [OMJ] temos 𝑂𝑀 = (𝑎 + 𝑏) − 𝑅;
Mas para a expressão de OJ teremos de considerar 3 situações possíveis: 1. 𝑂 está entre 𝐸 𝑒 𝐽 (fig.6)
𝑂𝐽 = 𝑂𝐵 − 𝐶𝐵 − 𝐽𝐶 = (𝑎 + 𝑏) − 2𝑏 − 𝑅
2. 𝑂 está entre 𝐽 𝑒 𝐶 (fig.7)
𝑂𝐽 = 𝑅 − 𝑂𝐶 = 𝑅 − ((𝑎 + 𝑏) − 2𝑏) = −(𝑎 + 𝑏) + 2𝑏 + 𝑅
Simétrico do anterior, mas como vamos elevar ao quadrado é indiferente.

3. 𝑂 está entre 𝐶 𝑒 𝐹 (fig.8)
𝑂𝐽 = 𝑅 + 𝑂𝐶 = 𝑅 + 2𝑏 − (𝑎 + 𝑏) = −(𝑎 + 𝑏) + 2𝑏 + 𝑅

Assim:
𝑀𝐽^2 =((𝑎+𝑏)−𝑅^2 −((𝑎+𝑏)−(2𝑏+𝑅))^2 =(𝑎+𝑏)^2 +𝑅^2 −2𝑅(𝑎+𝑏)−(𝑎+𝑏^2 −(2𝑏+𝑅)^2 +2(𝑎+𝑏)(2𝑏+𝑅) =𝑅^2 −2𝑎𝑅−2𝑏𝑅−4?^^2 −?^^2 −4𝑏𝑅+4𝑎𝑏+2𝑎𝑅+4?^^2 +2𝑏𝑅 = −4𝑏𝑅 + 4𝑎𝑏 (2)
De (1) e (2) vem 4𝑎𝑅=−4𝑏𝑅+4𝑎𝑏 ⇔ 𝑅= 𝑎𝑏/(a+b) , 𝑐.𝑞.𝑑

De forma análoga se demonstra para o círculo da direita.

Extensão da propriedade fundamental dos arbelos para 3 dimensões

Considerando 3 semiesferas nas mesmas condições (duas tangentes exteriormente e tangentes internamente a uma terceira e com círculos máximos assentes no mesmo plano)

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑎𝑟𝑏𝑒𝑙𝑜𝑠 = 4/3(𝜋(𝑎+𝑏)^3) / 2 − (𝜋𝑎^3)/2 − (𝜋𝑏^3)/2 ) = 2𝜋𝑎𝑏(𝑎+𝑏)= 𝜋𝑎𝑏 × 2(𝑎+𝑏)
O volume do arbelos é igual ao volume de um cilindro cuja base é o círculo de raio √𝑎𝑏, (anteriormente considerado na propriedade fundamental a 2 dimensões) e a altura é o diâmetro da esfera exterior.