Processing math: 0%
Mostrar mensagens com a etiqueta circunferência. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta circunferência. Mostrar todas as mensagens

26.3.18

Meio proporcional das distâncias de um ponto numa circunferência às tangentes nos extremos de uma corda dada é a distância dele à corda.




TEOREMA:

A distância de um ponto qualquer \;P\; de uma dada circunferência a uma corda dada \;[AB]\; é o meio proporcional entre as distâncias de \;P\; às tangentes à circunferência em \;A\; e \;B, \; extremos da corda dada
Problema: Sendo \;D,\;E, \;F\; os pés das perpendiculares tiradas por \;P\; à corda \;AB\; e às tangentes à circunferência em \;B, \;A\; é preciso provar que \frac{PE}{PD} = \frac{PD}{PF} que é o mesmo que PD^2 = PE \times PF


F.G.-M., Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, (http://gallica.fr)- Théorème. 25.La distance \;MP\; d'un point quelconque \;M\; d'une circonférence à une corde donnée \;AB\; est moyenne proportionnelle entre les distances \;ME,\; MG\; du même point \;M\; aux tangentes \;AC,\; BC,\; menées par les extrémités de la corde donnée. Il faut prouver que l'on a : \;MP^2= ME \times MG.

\;\fbox{n=1}:\; São apresentadas a circunferência \;(O)\; e a sua corda \;[AB]\;

\;\fbox{n=2}:\; E o ponto \;P \in (O)\;

\;\fbox{n=3}:\; Apresentam-se as tangentes à circunferência \;(O, \;OA)\; perpendiculares aos raios \;[OB], \;[OA]\; que, no caso se encontram no ponto \;C\;.Para além disso, também se apresentam os segmentos \;[PD],\;[PE], \;[PF] \; em que \;D, \;E, \;F\; são os pés das perpendiculares tiradas por \;P\; respetivamente a \;AB, \;BC, \;CA\; que são os elementos entre os quais existirá a relação PD^2=PE \times PF \Leftrightarrow \frac{PE}{PD} = \frac{PD}{PF} que intentamos provar.



23 março 2018, Criado com GeoGebra



\;\fbox{n=4}:\; Da reta \;CO\; que é a mediatriz da corda \; AB\; (e bissetriz de \;B\hat{C}A\;) tomamos um dos pontos \;J\; da sua intersecção com a circunferência \;(O)\; equidistante de \;BC\; e de \;CA: \; \;(JK \perp BC) \wedge \;( LJ \perp CA ))\wedge (JK = LJ) \wedge (\angle C\hat{J}K = \angle L\hat{J}C) \; Por isso, e por ser \;\underbrace{(JK \perp BC) \wedge (PE \perp BC)} \wedge \underbrace{(JL \perp CA) \wedge (PF \perp CA)} \wedge \underbrace{(JC \perp AB) \wedge (PD \perp AB)}\; podemos concluir que \;JK \parallel PE, \;JL \parallel PF\; \mbox{e}\; JC \parallel PD, \; e, em consequência, \;\angle D\hat{P}E = \angle C\hat{J}K\; \;\mbox{e} \;\;\angle F\hat{P}D = \angle L\hat{J}C.\; Finalmente, como tínhamos visto que \;\angle C\hat{J}K = \angle L\hat{J}C),\; podemos concluir que \;\angle D\hat{P}E= \angle F\hat{P}D \; Os triângulos \; \Delta PED\; \mbox{e}\; \Delta DFP\; têm um lado \;PD\; em comum e os ângulos \;\widehat{(\dot{P}E,\dot{P}D)} \;\mbox{ou}\; \angle D\hat{P}E \;\;\mbox{e}\;\; \widehat{(\dot{P}D,\dot{P}F)} \;\mbox{ou}\; \angle F\hat{P}D \; iguais.
Se fosse verdade (o que queremos provar, isto é que) \frac{PE}{PD} = \frac{PD}{PF}, por serem iguais os ângulos \;\widehat{(\dot{P}E,\dot{P}D)}\; e \; \widehat{(\dot{P}D,\dot{P}F)} \; dos triângulos \; \Delta PED\; \mbox{e}\; \Delta DFP\; respetivamente, estes seriam semelhantes: \left( \frac{PE}{PD} = \frac{PD}{PF} \wedge \angle D\hat{P}E) = \angle F\hat{P}D \right) \Longleftrightarrow \left( \Delta PED\sim \Delta DFP \right)\; (caso de dois lados diretamente proporcionais e o ângulos por eles formados iguais) e reciprocamente,
se os triângulos \; \Delta PED\; \mbox{e}\; \Delta DFP\; forem semelhantes sendo \;\angle D\hat{P}E) = \angle F\hat{P}D\; então verifica-se a relação que intentamos provar.
Bastará, pois, para provar a nossa tese, que se prove que, para além do par de ângulos de vértice \;P\; que são iguais, os triângulos \; \Delta PED\; \mbox{e}\; \Delta DFP\; têm um outro par de ângulos iguais.

\;\fbox{n=5}:\; Tratemos então de encontrar o par de ângulos iguais, um em cada um dos triângulos \; \Delta PED\; \mbox{e}\; \Delta DFP\;
  • Temos dois quadriláteros \;[PEBD], \; [DAFP]\; em que os ângulos opostos são suplementares, por ser \;PD \perp AB, \; PE \perp BC, \; PF \perp CA\; \mbox{e, em consequência,} \;\angle B\hat{D}P + \angle P\hat{E}B = 2\; \mbox{retos, que implica que} \;\angle D\hat{P}E + \angle E\hat{B}D = 1\; \mbox{raso, e} \;\angle P\hat{D}A + \angle A\hat{F}P = 2\; \mbox{retos, que implica que} \;\angle D\hat{A}F + \angle F\hat{P}D = 1\; \mbox{raso.} Sabemos que por terem ângulos opostos suplementares, esses quadriláteros são inscritíveis em circunferências que designamos por \;(PEBD), \; (DAFP).
  • Neste passo da construção acrescentámos as diagonais \;PB\; e \;AP\; dos quadriláteros e é imediato concluir que
    1. Na circunferência \;(PEBD),\; os lados dos ângulos \;\angle P\hat{E}D\; e \; \angle P\hat{B}D \;\mbox⁄{ou} \angle P\hat{B}A \; compreendem o mesmo arco \;(DP)\; e, por isso, \;\angle P\hat{E}D = \angle P\hat{B}D \;
    2. Os ângulos \; \angle D\hat{A}P\; (ou \; \angle B\hat{A}P\;) e \; \angle D\hat{F}P\; são iguais porque os seus lados compreendem o mesmo arco \;(PD)\; da circunferência \;(AFPD).
    3. Os lados do ângulo \;\angle P\hat{D}F\; do triângulo \; \Delta [PDF], \; como inscrito na circunferência \;(PDAF),\; compreendem o arco \;(FP).\; Os lados do ângulo \; \angle P\hat{A}F\; compreendem o mesmo arco dessa circunferência e, por isso, \;\angle P\hat{D}F = \angle P\hat{A}F.\;
E, resumindo \angle P\hat{E}D = \angle P\hat{B}D = \angle P\hat{B}A=\angle P\hat{A}F =\angle P\hat{D}F o que nos garante que os triângulos são semelhantes por terem os ângulos iguais cada um a cada um
\begin{matrix} \angle P\hat{E}D & = & \angle P\hat{D}F \\ \angle D\hat{P}E &= & \angle F\hat{P}D \\ \angle E\hat{D}P &= & \angle D\hat{F}P \\ & \Downarrow & \\ \Delta PED & \sim & \Delta PDF\\ & \Downarrow & \\ PD & \mapsto & PF\\ DE & \mapsto & FD\\ EP & \mapsto & DP\\ \end{matrix}
e, em consequência, é verdadeira, como queríamos demostrar, a proporcionalidade entre os lados homólogos, ou seja \frac{PF}{PD}= \frac{FD}{DE} = \frac{DP}{PE} \hspace{4cm} \blacksquare


16.2.16

Secantes a uma circunferência passando por um ponto exterior e que determinam cordas de comprimento dado


Problema:
São dados um ponto \;P,\;Q\; um círculo \;c\; e um comprimento \;a\;
Traçar por \;P\; uma secante à circunferência \;c\; que a corte em cordas de comprimento \;a\;

©geometrias. 16 fevereiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode acompanhar a construção da resolução do problema fazendo variar os valores de n no seletor centrado e no fundo da janela de visualização.



As cordas da circunferência \;c\; com um dado comprimento \;a\; são tangentes a uma circunferência concêntrica com \;c\;. Tomando um ponto \;F\; qualquer sobre \;c\; e \;G \in c:\; FG=a,\; essa circunferência fica determinada pelo centro \;O\; e pelo ponto \;H\; médio de \;FG.\; As tangentes a \;(O, OH)\; tiradas por \;P\; determinam cordas de \;c: \; \;LM,\;NQ; e \;LM=NQ=a\;

149. On donne un cercle et un point P. Mener par P une sécante telle que la corde interceptée ait une longueur donné l
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Librairie Vuibert. Paris:1947

7.2.16

Circunferência tangente a duas retas paralelas e que passa por um ponto da faixa entre elas


Problema:
São dadas duas retas paralelas \;a, \;b\; e um ponto \;P\; da faixa entre elas.
Construir uma circunferência tangente às retas \;a, \; b\; e a passar pelo ponto \;P.\;

©geometrias. 7 fevereiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode acompanhar a construção da resolução do problemas fazendo variar os valores de n no seletor na esquerda baixa da janela de visualização.



Uma circunferência tangente a duas paralelas \;a, \;b\; tem o seu centro numa terceira paralela \;m\; equidistante das duas dadas e raio igual a \;r\; - distância de \;m\; a \;a .\; Se passa por \;P\;, o centro da circunferência estará numa circunferência centrada em \;P\; e raio \;r.\; O problema tem duas soluções \;(O), \;(O').
Nas condições do nosso problema há sempre duas soluções. Se \;P\; fosse um ponto de uma das paralelas \;a\; ou \,b\; o problema teria uma só solução e se estivesse fora da faixa entre as paralelas, não haveria circunferência alguma tangente às duas paralelas.

155. Étant donnés deus droîtes parallèles X, Y et un point A situé entre elles, décrire un cercle passant par ce point et tangente aux deux droîtes
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Librairie Vuibert. Paris:1947

3.2.16

Circunferência tangente a três retas sendo duas delas paralelas


Problema:
São dadas três retas \;r,\;s,\;t\; sendo duas delas paralelas \;r \parallel s\;
Construir uma circunferência que seja tangente às três retas \;r, \;s,\;t. \;

©geometrias. 2 fevereiro 2016, Criado com GeoGebra



Uma circunferência tangente a três retas \;r, \;s, \;t\; tem centro \;O\, equidistante das três \;d(r,O)= d(s, O) = d(t,O)\;. Por isso \;O\; é ponto de interseção de bissetriz do ângulo \;\angle (\widehat{r, \;t})\; com bissetriz do ângulo \;\angle (\widehat{s, \;t}).\;
O problema tem duas soluções \; (O)\; e \;(O').\;

153. On donne trois droîtes X, Y et Z dont les deux prémières sont parallèles. Construire les cerces tangents à ces trois droîtes.
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Livbrairie Vuibert. Paris:1947

31.1.16

Construir uma circunferência tangente a uma reta e passe por dois pontos (2)


Problema:
São dados dois pontos \;A,\;B\; ambos à mesma distância de uma dada reta \;r.\;
Construir uma circunferência que passe pelos pontos \;A, \;B\; e é tangente a \;r. \;

©geometrias. 31 janeiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode seguir a construção da solução do problema, fazendo variar os valores de n no seletor apresentado à direita baixa do retângulo de visualização



Se \;A,\;B\; estão à mesma distância de \;r, \; \;AB \parallel r.\; O centro da circunferência que passa por \;A,\;B\; é um ponto da mediatriz de \;AB \; que intersecta \;r\; em \;D.\; Como a mediatriz de \;AB\; é perpendicular a \;AB\; também é perpendicular à sua paralela \;r.\; Por isso o ponto \;D\; é o ponto de tangência da circunferência que passa por \;A, \;B\; e é tangente a \;r.\; Assim o centro da circunferência que procuramos é o ponto comum a \;CD\; e a mediatriz de \;AD\; ou de \;BD\;

151. On donne une droite D et d'un même côté, sur une même perpendiculaire à D, deux points A et B. Construire un cercle passant par A et B et tangent à la droîte D.
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Livbrairie Vuibert. Paris:1947

30.1.16

Construir uma circunferência tangente a uma reta e passe por dois pontos (1)


Problema:
São dados dois pontos \;A,\;B\; ambos sobre uma perpendicular a uma reta \;r\; dada e num dos semi-planos determinados por ela.
Construir uma circunferência que passe pelos pontos \;A, \;B\; e é tangente a \;r. \;

©geometrias. 30 janeiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode seguir a construção da solução do problema, fazendo variar os valores de n no seletor apresentado à direita baixa do retângulo de visualização



Por serem dados dois pontos da circunferência que se procura, bastará determinar um terceiro ponto da circunferência ou o seu centro \;F\; que é um ponto equidistante dos pontos \;A\; e \;B\;( FA = FB ) — da mediatriz de \;[AB]. Para que a circunferência seja tangente a \;r\; é preciso que o seu raio seja igual à distância de \;F\; a \;r,\; ou, o que é o mesmo, que seja igual à distância de \;r\; à mediatriz de \;[AB]\;. Esta distância é \;CD\; em que \;C\; é \;AB.r\; e \;D\; é o ponto médio de \;[AB]\;. O centro da circunferência é determinado como \; (A, CD). (B, CD),\; por exemplo. Há dois pontos \;E, \;F\; que verificam essas condições. As soluções do problemas serão \;(E, EA)\; e \;(F, FB) \;, simétricas relativamente ao espelho \;AB.\;

151. On donne une droite D et d'un même côté, sur une même perpendiculaire à D, deux points A et B. Construire un cercle passant par A et B et tangent à la droîte D.
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Livbrairie Vuibert. Paris:1947

8.9.14

Construção das circunferências do anjo com um pão


Problema: Dados um quadrado \;[ABCD]\; de lado \;a\;, arcos \;(A, BD), \;(B, AC)\; e o semicírculo de diâmetro \;CD\;, determinar os centros e raios de dois círculos, um tangente aos três arcos e outro tangente a \;CD\; e aos dois arcos \;(A, BD), \;(B, AC)\;
Para determinar os dois círculos, bastará determinar os raios dos círculos. Os seus centros estarão forçosamente no eixo de simetria da figura, isto é sobre a reta que liga os pontos médios \;E\; de \;CD\; e \;F\; de \;AB.\;
Chamemos \;O_1\; e \;r_1\; aos centro e raio da maior circunferência (o pão?) e \;O_2\; e \;r_2\; aos centro e raio da circunferência menor (a cabeça do anjo?)
Clicando o botão no centro ao fundo verá os segmentos de reta auxiliares.
Toma-se o segmento de reta \;EF\; que conterá \;O_1, \;O_2\; e analisa-se o problema supondo que já está resolvido.

© geometrias, 7 de Setembro de 2014, Criado com GeoGebra


  1. \;(O_1, r_1)?\; Esta circunferência é tangente internamente às circunferências
    • \;(E, \; \displaystyle \frac{a}{2})\; e, por isso,
      • passa por \;G,\; sua interseção com \;EF\;
      • \;FO_1\; = FG+GO_1 = \displaystyle \frac{a}{2} + r_1
    • \;(A,\; a)\; e, por isso, \;AO_1 = a-r_1, \;, pois a distância entre centros de duas circunferências tangentes interiormente é igual ao valor absoluto da diferença dos seus raios
    • \;(B,\; a)\; e, por isso, \;BO_1 = a-r_1:\; (\;AO_1=BO-1 =a-r_1\;)
    Considerando o triângulo \;[AFO_1],\; retângulo em \;F\;, cujos catetos são \;AF = \displaystyle \frac{a}{2}\; e \;FO_1= \displaystyle \frac{a}{2} + r_1, \; e cuja hipotenusa é \;AO_1=a-r_1\;, o teorema de Pitágoras estabelece \left( \frac{a}{2}\right)^2 + \left(\frac{a}{2} + r_1\right)^2 = \left(a-r_1\right)^2 que dá o valor de \;r_1\, em função do lado \;a\; do quadrado: r_1 = \frac{a}{6}
  2. \;(O_2, r_2)?\; Esta circunferência é tangente a \;CD\; no ponto \;E\; e exteriormente às circunferências \;(A, \; a)\; e \;(B, \; a)\;. As circunferências tangentes exteriormente têm centros distanciados um do outro \;AO_2 =a+r_2.\;.
    O Teorema de Pitágoras aplicado ao triângulo \;[AFO_2]\;, retângulo em \;F\; cujos catetos são \;AFO_2 = \displaystyle \frac{a}{2}\; e \;FO_2=a-r_2\; e cuja hipotenusa é \;AO_2 = a+r_2\; garante que \left(\frac{a}{2}\right)^2 + \left(a-r_2\right)^2 = \left( a+r_2\right)^2 que dá para \;r_2\; um valor em função do lado \;a\; do quadrado r_2 = \frac{a}{16}

Assim, a construção das circunferências fica feita se tomarmos o segmento \;EF\; de comprimento \;a\; e sobre ele tomarmos
  • \;O_1\; tal que \;GO_1 =\displaystyle \frac{a}{6} =r_1\; - \;(O_1, r_1)\; passa pelo ponto de interseção da semicircunferência de diâmetro \;CD\; da figura
  • \;O_2\; tal que \;EO_2 = \displaystyle\frac{a}{16} =r_2\; - \;(O_2, r_2)\; passa por \;E\;

sugerido em vários apontamentos feitos sobre "sangakus", asssim apresentadas em pt.wikipedia: tábuas comemorativas, em madeira, oferecidas a pequenos santuários japoneses, como forma de agradecer aos deuses, provavelmente, a resolução de um problema matemático...

20.5.14

Resolver problemas de construção usando homotetia


Problema:     Para uma dada circunferência \;c\; e um ponto \;O\; do seu interior, determinar a corda que passa pelo ponto \;O\; e por ele fica dividida em dois segmentos cuja razão \;k\; é dada.

A construção a seguir ilustra a resolução do problema recorrendo a transformações geométricas. Clicando no botão Resolução pode ver a solução do problema.


© geometrias, 20 de Maio de 2014, Criado com GeoGebra



  1. É dada a circunferência \;c\; de centro em \;C\; e o ponto \;O\; no seu interior, para além da razão \;k.
  2. A corda que procurarmos \;XY\; que procuramos passa por \;O\; e deve ser dividida por \;O\; em dois segmentos \;OX\; e \;OY\;, tais que \displaystyle \frac{OX}{OY} = k. Procuramos \;X, \;Y sobre a circunferência \;c\; que satisfaçam essa condição.
    Essa condição é equivalente a \;X\; ser o correspondente (a imagem) de \;Y\; (original) por uma homotetia - \;{\cal{H}} (O, \;-k)\; -de centro \;O\; e razão \;-k\;, já que \;OX\; é de sentido contrário a \;OY.
    Para encontrar a posição de algum deles bastará, usando qualquer pontos de \;c\; e o seu centro \;C\;, determinar a imagem \;c' =(C')\; de \;c =(C)\; pela homotetia \;{\cal{H}} (O, \;-k)\;.
  3. No caso da nossa construção, os pontos de interseção \;c.c'\; são \;A\; e \;B. Tomemos \;A\;, para exemplo.
    Ao ponto \;A\; de \;c\; corresponde o ponto \;A'\; de \;c'\;, tal que \;\overrightarrow{OA'} = - k. \overrightarrow{OA}.
    A reta \;AA'\; passa por \;O\; e corta a circunferência \;c\; em \;D, para além de \;A\; determinado na interseção \;c.c'\;. E como \;D,\;O,\;A\; são colineares com \;O\;, \;D \in c\; e \;A \in c'\;, \;{\cal{H}} (O, \;-k) (D) = A\; e, em consequência, podemos concluir que: o segmento \;AD\; é uma corda de \;c\; a passar por \;O\; para a qual \;OA = k. DO.
  4. O mesmo se pode fazer com \;B\;, para concluir que
    o segmento \;BE\; é uma corda de \;c\; a passar por \;O\; para a qual \;OB = k. EO.
Deslocando o cursor \;\fbox{k=1, ..., 4}\; ao cimo à esquerda, pode constatar que, para haver soluções do problema, não pode tomar quaisquer valores para \;k\;.

16.5.14

Resolver problema de construção usando uma homotetia


Problema:    De uma dada circunferência são dados dois raios. Determinar a corda da circunferência dada que trisseta aqueles dois raios

A construção a seguir ilustra a resolução do problema recorrendo a transformações geométricas e na resolução do problema da entrada anterior.


© geometrias, 16 de Maio de 2014, Criado com GeoGebra


Deslocando o cursor \;\fbox{k=1, ..., 6}\; ao fundo, pode seguir os passos da construção.
  1. É dada a circunferência de centro em \;O\; e seus dois raios \;OR. \;OS\;
  2. Na nossa resolução, tomamos o segmento \;RS\;, prolongamos os raios e, por um ponto \;A\; de \;OR\;, tiramos uma paralela a \;RS\; que interseta \;OS\; em \;B\;.
  3. Sobre a reta \;AB\; marcamos \;C, \;D\; tais que \;AB = AC =BD
  4. Consideramos a homotetia de centro \;O\; definida por \;C\longmapsto C'\;, sendo \;C'= (O, \;OR).OC .
    Pela mesma homotetia, \;D\longmapsto D'\;, sendo \;D'= (O, \;OR).OD .
  5. A corda \;C'D'\; deve ser a solução do problema.
  6. \;C'D'\; é paralela a \;CD\; e corta \;OR\; e \;OS\; respetivamente em \;A'\; e \;B', assim designados por serem correspondentes de \;A\; e de \;B\; pela homotetia de centro \;O\; antes definida.
    A homotetia transforma segmentos iguais em segmentos iguais. Assim, \begin{matrix} CA &= &AB&=&BD\\ \downarrow&\Downarrow&\downarrow&\Downarrow&\downarrow\\ C'A'&=&A'B'&=&B'D' \end{matrix} A corda \;C'D'\; de \;(O, \;OR)\; é trissetada pelos dois raios \;OR, \;OS\;

16.3.14

Usando lugares geométricos para resolver problemas de construção (11)

Problema: Determinar um triângulo retângulo inscrito numa dada circunferência e tal que os seus catetos passem por dois pontos dados.

Na construção a seguir, apresentamos os passos da resolução do problema de construção.
       Dados (a azul): uma circunferência de centro \;O, dois pontos \;P,\;Q\;

Para resolver este problema, basta determinar um ponto \;A\; da circunferência dada, de tal modo que \;P\hat{A}Q\; seja um ângulo reto.
  1. O lugar geométrico dos pontos tais que as retas tiradas para dois extremos \;P\;\;,\;Q\; de um segmento fazem um ângulo é constituído por dois arcos de circunferências congruentes que têm por corda comum \;PQ\;. No caso, como \;P\hat{A}Q é reto, o lugar geométrico são dois semicírculos, ou seja \;PQ\; é um diâmetro. Obviamente, os extremos do diâmetro não são pontos do lugar geométrico (5º lugar geométrico da lista)

    Poderá seguir os passos desta construção elementar, deslocando o cursor \;\fbox{n}\; na figura abaixo.


    © geometrias, 16 de Março de 2014, Criado com GeoGebra


  2. Construímos o lugar geométrico dos pontos tais que \;P\hat{A}Q\; é reto; nada mais que a circunferência de diâmetro \;PQ\;, excetuando os seus pontos \;P\; e \;Q\; - tracejada a castanho, na figura.
  3. Qualquer dos pontos de interseção da circunferência de diâmetro \;PQ\; (centro \;M\;) com a circunferência dada de centro \;O\;, caso existam, resolve o problema.
  4. No caso da nossa figura, as circunferências intersetam-se em dois pontos \;A\; e \;A'\;.
  5. O triângulo \;APQ\; é retângulo em \;A\;. Tomemos os segundos pontos de interseção das retas \;AP\; e \;AQ\; com a circunferência de centro \;O\; dada, que designámos por \;B\; e \;C\; respetivamente. Como \;A\;, B\;, C\; são pontos da dada circunferência centrada em \;O\;, a hipotenusa \;BC\; oposta ao ângulo reto em \;A\;, passa pelo ponto \;O\;.
    O triângulo \;ABC\; está bem definido e tem as propriedades requeridas pelo problema.
  6. O triângulo \;A'B'C'\; obtido de forma análoga ao \;ABC\; é outra solução do problema.

Para a circunferência dada, fazendo variar algum dos pontos \;P; \;Q\; (ou ambos) confirmará que pode haver duas, uma ou zero soluções.

14.3.14

Usando lugares geométricos para resolver problemas de construção (9)


Problema: Por dois pontos de uma circunferência tirar duas cordas paralelas de que se conhece a soma dos seus comprimentos.

Na construção a seguir, apresentamos os passos da resolução do problema de construção..
1.
Dados (a azul): uma circunferência de centro \;O\; e dois pontos \;A\;B\; sobre ela; um segmento \;s=AC+BD\;.
2.
O problema pede que determinemos dois pontos \;C, \;D\; da circunferência dada, tais que \;AC\; \parallel \;BD\; e \;s=AC+BD\;. \;ABCD\; será um trapézio inscrito na circunferência de centro \;O\; dada.
  • Nas codições do problema, este trapézio é isósceles: \;AC\; \parallel \;BD\; e, em consequência, \;CD=AB\;. Os pontos médios \;M, \; N\; das cordas \;AB\; e \;CD\; estão à mesma distância de \;O\;. \;MO = NO\;. Isto é os pontos médios de \;AB\; e \;CD\; estão na circunferência \;(O, OM)\; (1º lugar geométrico da lista)
  • Como \;MN\; é a mediana \;\displaystyle \frac{AC+BD}{2}\; do trapézio \;ABCD\; , \;N\; estará sobre a circunferência centrada em \;M\; e de raio \; \displaystyle \frac{s}{2}\; (1º lugar geométrico da lista).


© geometrias, 14 de Março de 2014, Criado com GeoGebra


3.
A interseção das circunferências \;(O, OM)\; e \; \left(M, \displaystyle \frac{s}{2} \right)\; (caso existam), serão pontos médios de \;CD\; de acordo com as condições do problema. Conhecido \;N\;, como interseção da perpendicular a \;ON\; com a circunferência dada obtêm-se os pontos \;C\; e \;D\;
(\;CD\; é corda da circunferência dada de centro \;O\; e \;N\; é o ponto médio \;CD\;)
No caso da nossa figura, as circunferências intersetam-se em dois pontos \; N, \;N'\; e há por isso dois trapézios que satisfazem o pretendido \;ACBD\; e \;AC'D'B\;
Pode fazer variar o tamanho de \;s\; e confirmará que pode haver uma só solução ou nenhuma, que há casos em que o trapézio se reduz a um triânguo ou mesmo só a \;AB\; e em que os segmentos \;AB\; e \;CD\; se intersetam, ...

4.1.11

Lugar da interseção de lados opostos de um quadrilátero de diagonal variável

Duas circunferências são tangentes em A e têm diâmetros AB e AC. Por A fazemos passar uma reta de direção variável que interseta a primeira circunferência em B' e a segunda em C'. Qual o lugar geométrico dos pontos P de interseção de BC' com CB'?