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11.12.21

dividir um triângulo em iguais áreas por uma reta paralela a um lado

Problema:
Determinar a recta paralela a AC que divide o triângulo [ABC] em duas partes equivalentes.
A seguir, a construção de Mariana Sacchetti:
E a demonstração de MS aqui fica:



Cluzel & Robert. La Géometrie et ses applications. Enseignement Technique; Librairie Delagrave. Paris:1964

31.3.18

Pontos médios dos lados, pés das alturas, equidistantes do ortocentro e de ponto da circunscrita do triângulo são co-cíclicos.



TEOREMA:[Círculo dos nove pontos.]

Num triângulo, os pontos médios dos lados, os pés das alturas e os pontos médios dos segmentos de reta que ligam os vértices ao ortocentro são pontos de uma mesma circunferência (são concíclicos)


F.G.-M., Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, (http://gallica.fr)-
Théorème 27. Cercle de» neuf point. Dans un triangle, les milieux des côtés, les pieds des hauteurs et les milieux des droites qui joignent les sommets au point de concours des hauteurs, sont situés sur une même circonférence.

Para acompanhar os passos, desloque o cursor |n=1,…, 4| na esquerda alta da janela de construção.

  1. São dados o triângulo [ABC],[ABC], de lados a=[BC],a=[BC], b=[CA],b=[CA], e c=[AB]c=[AB] os pontos Ma,Mb,McMa,Mb,Mc médios dos seus lados e a circunferência única que passa por esses três pontos médios, não colineares.
  2. Mostramos as alturas AHa,BHb,CHc.AHa,BHb,CHc. Precisamos de provar que os pés das perpendiculares Ha,Hb,HcHa,Hb,Hc tiradas de cada vértice para o lado oposto são pontos da mesma circunferência (MaMbMc).(MaMbMc).
    A nossa descrição para este passo da demonstração apoia-se na figura em que AA está para a esquerda de MaMa


  3. 31 março 2018, Criado com GeoGebra

    Provar que um dos pés, por exemplo, Ha,Ha, é um ponto daquela circunferência, pode reduzir-se a provar que o quadrilátero [HaMaMbMc][HaMaMbMc] é inscritível em (MaMbMc),(MaMbMc), ou seja, provar que Ma^MbMc+Mc^HaMa=1rasoMaˆMbMc+McˆHaMa=1raso

    ACBHaACBHa é um triângulo retângulo em HaHa e McMc é o ponto médio da sua hipotenusa ABAB o que implica que AMcHaAMcHa é um triângulo isósceles de base AHaAHa e McA=McB=McHa=MaMbMcA=McB=McHa=MaMb já que MaMbMaMb e McBMcB são segmentos paralelos entre paralelas (MbMcBCMbMcBC).
    Podemos assim concluir que o quadrilátero [HaMaMbMc][HaMaMbMc] é um trapézio isósceles, portanto inscritível e, assim, o quarto vértice HaHa estará obrigatoriamente na única circunferência que passa pelos outros três.
    Para um dos outros pés das alturas restantes, o mesmo raciocínio dará a prova.

  4. Mostra-se o ponto HH comum às alturas e os pontos EA,EB,ECEA,EB,EC equidistantes de HH e de A,B,CA,B,C respetivamente. que também pertencem a (MaMbMc),(MaMbMc), o que é preciso provar.

    A nossa descrição para este passo da demonstração apoia-se na figura em que AA está para a direita de MaMa

    O segmento de reta McEAMcEA une pontos médios dos lados ABAB e AHAH do triângulo [ABH][ABH]e, por isso, McEABH.McEABH. Como McMaMcMa une pontos médios dos lados ABAB e BC,BC,, é McMaCA.McMaCA. Como BHBH é um segmento da altura perpendicular a CACA é também perpendicular a McMa.McMa. Concluindo: (BHMcEAMcMaCH)McMaMcEA(BHMcEAMcMaCH)McMaMcEA EA^McMa=B^HaA=1retoEAˆMcMa=BˆHaA=1reto sendo estes ângulos opostos e de soma rasa no quadrilátero [MaHaEAMc][MaHaEAMc] e, por isso, EAEA é um ponto da circunferência (MaHaMc)(MaHaMc) que tínhamos visto que era a mesma que (MaMbMc)(MaMbMc).
    O mesmo raciocínio se usa para provar que EB,ECEB,EC são pontos da mesma circunferência.



  5. Apresentamos aqui um ponto P da circunferência (ABC) circunscrita ao triângulo [ABC] e o ponto F médio do segmento [HP]. Deslocando o ponto P sobre (ABC) verá que o ponto F (de Feuerbach, assim falamos dele) percorre a circunferência dos nove pontos (MaMbMcHaHbHcEAEBEC) e que estes nove pontos têm a propriedade comum de serem pontos - F - equidistantes do ortocentro e de um ponto da circunferência circunscrita do triângulo [ABC], havendo para além deles uma infinidade de pontos com essa propriedade.

E lembramos a nossa primeira publicação desse resultado.
Circunferência dos 9 pontos de um triângulo como lugar geométrico dos pontos médios dos segmentos com extremos no ortocentro e em ponto livre na circunferência circunscrita (Paul Yu )

26.3.18

Meio proporcional das distâncias de um ponto numa circunferência às tangentes nos extremos de uma corda dada é a distância dele à corda.




TEOREMA:

A distância de um ponto qualquer P de uma dada circunferência a uma corda dada [AB] é o meio proporcional entre as distâncias de P às tangentes à circunferência em A e B, extremos da corda dada
Problema: Sendo D,E,F os pés das perpendiculares tiradas por P à corda AB e às tangentes à circunferência em B,A é preciso provar que PEPD=PDPF que é o mesmo que PD2=PE×PF


F.G.-M., Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, (http://gallica.fr)- Théorème. 25.La distance MP d'un point quelconque M d'une circonférence à une corde donnée AB est moyenne proportionnelle entre les distances ME,MG du même point M aux tangentes AC,BC, menées par les extrémités de la corde donnée. Il faut prouver que l'on a : MP2=ME×MG.

n=1: São apresentadas a circunferência (O) e a sua corda [AB]

n=2: E o ponto P(O)

n=3: Apresentam-se as tangentes à circunferência (O,OA) perpendiculares aos raios [OB],[OA] que, no caso se encontram no ponto C.Para além disso, também se apresentam os segmentos [PD],[PE],[PF] em que D,E,F são os pés das perpendiculares tiradas por P respetivamente a AB,BC,CA que são os elementos entre os quais existirá a relação PD2=PE×PFPEPD=PDPF que intentamos provar.



23 março 2018, Criado com GeoGebra



n=4: Da reta CO que é a mediatriz da corda AB (e bissetriz de BˆCA) tomamos um dos pontos J da sua intersecção com a circunferência (O) equidistante de BC e de CA: (JKBC)(LJCA))(JK=LJ)(CˆJK=LˆJC) Por isso, e por ser (JKBC)(PEBC)(JLCA)(PFCA)(JCAB)(PDAB) podemos concluir que JKPE,JLPFeJCPD, e, em consequência, DˆPE=CˆJKeFˆPD=LˆJC. Finalmente, como tínhamos visto que CˆJK=LˆJC), podemos concluir que DˆPE=FˆPD Os triângulos ΔPEDeΔDFP têm um lado PD em comum e os ângulos ^(˙PE,˙PD)ouDˆPEe^(˙PD,˙PF)ouFˆPD iguais.
Se fosse verdade (o que queremos provar, isto é que) PEPD=PDPF, por serem iguais os ângulos ^(˙PE,˙PD) e ^(˙PD,˙PF) dos triângulos ΔPEDeΔDFP respetivamente, estes seriam semelhantes: (PEPD=PDPFDˆPE)=FˆPD)(ΔPEDΔDFP) (caso de dois lados diretamente proporcionais e o ângulos por eles formados iguais) e reciprocamente,
se os triângulos ΔPEDeΔDFP forem semelhantes sendo DˆPE)=FˆPD então verifica-se a relação que intentamos provar.
Bastará, pois, para provar a nossa tese, que se prove que, para além do par de ângulos de vértice P que são iguais, os triângulos ΔPEDeΔDFP têm um outro par de ângulos iguais.

n=5: Tratemos então de encontrar o par de ângulos iguais, um em cada um dos triângulos ΔPEDeΔDFP
  • Temos dois quadriláteros [PEBD],[DAFP] em que os ângulos opostos são suplementares, por ser PDAB,PEBC,PFCAe, em consequência, BˆDP+PˆEB=2retos, que implica queDˆPE+EˆBD=1raso, e PˆDA+AˆFP=2retos, que implica queDˆAF+FˆPD=1raso. Sabemos que por terem ângulos opostos suplementares, esses quadriláteros são inscritíveis em circunferências que designamos por (PEBD),(DAFP).
  • Neste passo da construção acrescentámos as diagonais PB e AP dos quadriláteros e é imediato concluir que
    1. Na circunferência (PEBD), os lados dos ângulos PˆED e PˆBDouPˆBA compreendem o mesmo arco (DP) e, por isso, PˆED=PˆBD
    2. Os ângulos DˆAP (ou BˆAP) e DˆFP são iguais porque os seus lados compreendem o mesmo arco (PD) da circunferência (AFPD).
    3. Os lados do ângulo PˆDF do triângulo Δ[PDF], como inscrito na circunferência (PDAF), compreendem o arco (FP). Os lados do ângulo PˆAF compreendem o mesmo arco dessa circunferência e, por isso, PˆDF=PˆAF.
E, resumindo PˆED=PˆBD=PˆBA=PˆAF=PˆDF o que nos garante que os triângulos são semelhantes por terem os ângulos iguais cada um a cada um
PˆED=PˆDFDˆPE=FˆPDEˆDP=DˆFPΔPEDΔPDFPDPFDEFDEPDP
e, em consequência, é verdadeira, como queríamos demostrar, a proporcionalidade entre os lados homólogos, ou seja PFPD=FDDE=DPPE


17.11.17

Áreas: Problemas de Optimização (5)

Problemas Sangaku de Optimização

Enunciado do problema (adaptado):
Num determinado setor circular AOB de raio fixo, r=AO=BO=CO, é construído um círculo menor de raio variável, x=OD, com DAO. À medida que o raio menor aumenta, uma corda tangente ao círculo interno tirada pelo ponto A determina uma região de área variável, na figura assinalada a vermelho (limitada por segmentos de reta AT,OT e pelo arco ^DT da circunferência (O,x).
Qual deve ser o raio x do círculo interno para maximizar esta área?

Na figura abaixo apresentam-se inicialmente as etapas da construção que ilustra o enunciado do problema, a saber:

    na figura inicial
  1. dois segmentos AO,OB de comprimento fixo r e um dado arco circular de extremos A,B parte da circunferência de de centro em O e a passar por A. Também se apresenta o ponto D que pode assumir qualquer posição em [AO].
  2. 16 novembro 2017, Criado com GeoGebra

    na figura seguinte, acrescenta-se
  3. a semicircunferência tracejada de centro em O e raio OD=x
  4. a que sucede a determinação da
  5. tangente a (O,D) tirada por A e o respetivo ponto T de tangência: OTAT. E o triângulo ATO retângulo em T preenchido a vermelho, cuja área pode ser expressa por ¯ATׯTO2 ou y1=12×r2x2×x que nos dá a variação dos valores das áreas de [ATO] com a variação da posição de D ou a variação dos valores dos comprimentos OD.
  6. e, finalmente,
  7. o setor circular,cor de ouro, limitado pelos segmentos OD,OT e pelo arco circular ^DT, cuja área é expressa por y2=12×arccosxr×x2 e que subtraído ao triângulo ΔAOT nos deixa uma figura vermelha limitada pelos segmentos de retas [AD,[AT e pelo arco (^DT cuja área nos é dada por y=y1y2=12(r2x2×xarccosxr×x2) em função de x, raio de (O,D) É a maximização desta última que nos ocupa.
  8. Nesta etapa a figura disponível é acrescentada com os gráficos num referencial ortonormado Oxy em que se apresentam os pontos (x,y1) e (x,y2) respetivamente das áreas do triângulo ATO e do sector circular DTO em função de OD e (x,y) da área da figura ADT obtida como resto da subtração do sector circular ODT ao triângulo AOT em função de OD. O traçado das curvas correspondentes às três funções sugere-nos que a área máxima de ADT é atingida para o valor do raio x a que corresponde áreas iguais y(x)=y2(x) que é o mesmo que dizer quando y1(x)y2(x)=y2(x)ou quandoy1(x)=2y2(x)=2y(x)
Notas finais:
12(r2x2×xarccosxr×x2)x=12.r2x2r2x2x.arccosxr=12r2x2x.arccosxr E 12r2x2x.arccosxr=0r2x2=2x.arccosxr que confirma a conjectura acima porque obriga a que xr2x2=2x2.arccosxr ou seja, a área do triângulo [ATO] é dupla da área do sector circular (DTO] ou que as figuras [ATD( e (DTO] são equivalentes quando a área de [ATD( atinge o seu máximo.

Para o raio AO=4 as soluções da equação xr2x2=2x2.arccosxr são x1,57694x=4. Claro que para os valores 0,4 de x, os dois membros da equação anulam-se e não corresponde ao raio maximizante da área em estudo. □


Sangaku Optimization Problems:
(All animations written by David Schultz in MAPLE (TM). Source code available upon request: davvu41111@mesacc.edu)
Tenman Shrine, 1822, Takeda Atsunoshin
Problem Statement: In a given sector of a circle of fixed radius, R, a smaller circle of varying radius, r, is constructed. As the smaller radius increases, a chord tangent to the inner circle with left-endpoint fixed cuts off a region of varying area. What should the radius of the inner circle be in order to maximize this area?
Sacred Mathematics: Japanese Temple Geometry. Fukagawa, H. & Rothman, T. 2008.

28.10.17

Áreas. Problemas de Optimização (4)

Problemas Sangaku de Optimização

Nesta entrada, embora todas as construções sejam feitas com régua e compasso, recorremos a operações algébricas, conceitos de função, derivada, etc.

Enunciado adaptado, construção e demonstração de Mariana Sacchetti
Dado um segmento de reta AB de comprimento a fixo, constrói-se com centro na perpendicular a AB tirada por B um círculo de raio variável x tangente ao segmento de reta AB no ponto B. Unindo o centro C da circunferência com o ponto A, obtém-se o triângulo retângulo ABC. Construa-se-se um quadrado com com dois vértices em AB, outro na hipotenusa AC e o quarto na circunferência de centro C e a passar por B
Determinar

  • o raio do círculo para o qual o quadrado tem área máxima;
  • o lado do quadrado de área máxima

As etapas da construção que ilustram as diversas relações podem ser seguidas na figura dinâmica abaixo.

© geometrias, 26 outubro 2017, Criado com GeoGebra

  1. Apresenta-se a figura base: o segmento AB, a semi-reta ˙BC perpendicular a AB, sendo C de posição variável, a circunferência ou um seu arco de centro em C e raio BC e o triângulo CAB com um lado AB fixo e os outros variáveis com C.
  2. Apresenta-se o quadrado construído para respeitar as condições do enunciado, a saber: um vértice P sobre a parte do arco da circunferência (C,CB) no interior do triângulo CAB, dois vértices Q,R sobre o cateto AB e um quarto ponto S sobre a hipotenusa CA
  3. Apresenta-se o segmento CD da reta CP que intersecta AB em D. Também se apresenta o segmento SE da reta SP perpendicular a BC e paralela a AB que intersecta BC no ponto E. Ficamos assim com pares de triângulos semelhantes CADCSP,CDBCPS,CPEPDQ e CDBPDQ
    Por isso, podemos escrever ADSP=CDCP=CACS=CBCE,DBPE=BCPQ=CDCP,CPPD=PEDQ=CEPQ,CDPD=CBPQ=DBDQ que nos permitem estabelecer uma relação de dependência do lado y=PQ do quadrado PQRS do raio x=CB=CP da circunferência (C,CB).
    Como a razão das alturas de dois triângulos semelhantes é igual à razão entre qualquer par de lados homólogos, concretizando:
    • ADSP=CBCE pode escrever-se ADy=xxy para concluir que AD=xyxy.
    • CPPD=CEPQ pode escrever-se xPD=xyy para concluir que PD=xyxy
      Concluímos também que para qualquer círculo (C,x),AD=DP
    Designemos por a o valor correspondente ao comprimento de AB e estudemos o triângulo CDB, retângulo em B: CB2+BD2=CD2 que se pode escrever CB2+(ABAD)2=(DP+PC)2 e nos permite escrever uma relação entre os variáveis raio da circunferência e lado do quadrado x,y e o invariável a comprimento do segmento AB considerado fixo no enunciado. Para PQCBxy: x2+(axyxy)2=(xyxy+x)2x2+a22axyxy+(xyxy)2=(xyxy)2+2xxyxy+x2 a22axyxy=2xxyxya2(xy)2axy=2x2ya2xa2y2axy2x2y=0 y=a2xa2+2ax+2x2 a forma como o lado do quadrado é dependente do raio da circunferência quando este varia com a deslocação de C
  4. Nesta última etapa dos passos da nossa construção acrescentamos um ponto O e a partir dele, o ponto variável X tal que OX=O+(x,0) e os pontos PQ=O+(x,y) e PQRS=O+(x,y2) - pontos dos gráficos de “lado do quadrado e área do quadrado PQRS em função do raio da circunferência (C,x).
    Claro que o quadrado de área máxima é o quadrado de máximo lado e por isso bastará determinar o valor do raio x para o qual o lado y; do quadrado é máximo.
    Podemos determinar esse valor recorrendo aos zeros da derivada da função y=a2xa2+2ax+2x2 dydx=a2(a 2+2ax+2x2)(2a+4x)a2x(a2+2ax+2x2)2=a4+2a3x+2a2x22a3x4a2x2(a2+2ax+2x2)2=2a2x2+a4(a2+2ax+2x2)2 Para a>0 e x>0 que é o que se adequa às condições do problema y(x)=2a2x2+a4(a2+2ax+2x2)2=02a2x2+a4=0x2=a42a2x=22a E convém verificar que
    x<22a2a2x2>2a2(22a)22a2x2+a4>2a2(22a)2+a4>0 que, por ser (a2+2ax+2x2)2>0,x nos permite afirmar que y(x)>0,x]0,22a[ e os valores de y(x) crescem com x a crescer até atingir o valor de 22a.
    E, de igual modo, se verifica que y(x)<0,x>22a e os valores de y(x) decrescem com x a crescer a partir de 22a.
Concluíndo, para um raio x=22a da circunferência (C,BC), o lado do quadrado PQRS correspondente atinge o seu valor máximo que é 22a3a2+2a2+a2=2a32a2(2+2)=22+2a=212a e a sua área (máxima) corresponde ao quadrado desse valor do lado.
Sangaku Optimization Problems:
(All animations written by David Schultz in MAPLE (TM). Source code available upon request: davvu41111@mesacc.edu)
Japanese Optimizations Problema found in Shiokawa Kokaido Building
Problem Statement: A circle of varying radius is constructed from the far-right endpoint of a segment of fixed length. A right triangle is formed using the circle's center and the two endpoints of the segment. A square is constructed using the circle, the hypotenuse, and the segment. Find the side length of the square that maximizes the square's area.
Sacred Mathematics: Japanese Temple Geometry. Fukagawa, H. & Rothman, T. 2008.

11.8.17

Crescente equivalente a um triângulo

Crescente equivalente a um triângulo.
Um Crescente é equivalente a um triângulo

Apresentamos a seguir uma construção dinâmica a ilustrar a equivalência de um triângulo a um Crescente limitado por dois arcos circulares.

O enunciado do problema desta entrada é:
Demonstrar que um Crescente Vermelho (entre dois arcos) na figura é igual em área a um triângulo.

Para além da superfície que estudamos, apresentam-se inicialmente retas, segmentos e arcos que ajudam a compreender a construção e permitem determinar a sua área da superfície em estudo ou a compará-la com outras áreas. Na construção deve recorrer à barra de navegação para passos da construção e seguir etapas da construção e os raciocínios até à demonstração (acompanhados de fórmulas que não escondem o uso dos axiomas da igualdade em geral e neste caso de igualdade entre áreas)
  1. Apresenta-se inicialmente uma circunferência de centro O e diâmetro AB e a mediatriz de AB que intersecta a circunferência em C,D.
  2. 11 agosto 2017, Criado com GeoGebra

  3. A seguir mostra-se a circunferência de centro em D e raio DA:.
    Como CD é a mediatriz de AB, sabemos que AD=BD; e, como AB é diâmetro de (O,OA) e D(O,OA), o triângulo ABD é rectângulo em D. Por isso, AB2=2AD2. Claro que também podíamos ter usado o facto de ODA ser triângulo rectângulo em O para concluir que AD2=2OA2
  4. O semicírculo de centro O e raio OA que designamos por ^ACB¯BA, neste passo evidenciado, tem área π×OA22=π×2.OA24=π×AD24
  5. Chamamos Crescente ao que sobra do semicírculo vermelho após retirarmos o segmento circular ^AB¯BA do círculo (D,DA).
  6. O segmento circular referido tem área igual à área do que sobra do sector circular D^AB (quarto do círculo) π×AD24 depois de lhe retirarmos o triângulo ABD rectângulo em D de área AD22
  7. Por um lado a área do Crescente é igual à área do semicírculo de centro O e raio OA π×AD24 subtraída da área do segmento que é, como vimos, π×AD24AD22 ou seja, Área do Crescente=π×AD24(π×AD24AD22)=AD22=Área do triânguloABD como queríamos demonstrar.


Cluzel, R.; Robert, J-P. La Géometrie et ses applications. (Enseignement Technique) Librairie Delagrave. Paris: 1964
Caronnet, Th. Éxércices de Géométrie -quatrième livre: Les Aires 4. éd.,Librairie Vuibert. Paris:1947

27.2.15

Elementos: Teorema de Pitágoras.


Optamos por escolher alguns exemplos de enunciados e demonstrações de #"Os Elementos" para ilustrar o que Euclides tinha em mente quando usava a palavra igualdade associada à construção de conceitos diferentes. Temos andado a abordar resultados relacionados com áreas de figuras planas, apresentando resultados muito conhecidos (por enunciados atuais), mas transcritos do original para perceber como era ao tempo da génese das noções de geometria escrita.

TEOREMA DE PITÁGORAS
PROP. XLVII. TEOR.

Em todo o triângulo retângulo o quadrado feito sôbre o lado oposto ao ângulo reto, é igual aos quadrados formados sôbre os outros lados, que fazem o mesmo ângulo reto .


© geometrias. 28 de Fevereiro 2015, Criado com GeoGebra

Fazendo variar o valor de n (no selector no centro ao fundo da janela de construção) verá o desenvolvimento da figura relativa à demonstração.

Seja o triângulo retângulo ABC, cujo ângulo reto seja BAC. Digo que o quadrado feito sôbre o lado BC é igual aos quadrados descritos sôbre os lados BA, AC, que formam o ângulo reto BAC.
Descreva-se sôbre BC o quadrado BDEC (Pr. 46.1.*), e sôbre BA, AC os quadrados GB, HC. Pelo ponto A tire-se AL, paralela (Pr. 31.1. **) a BD, ou CE, tirem-se também as retas AD, FC. Porque os ângulos BAC, BAG são retos (Def. 30. ***), as duas retas CA, AG estão em direitura uma com outra (Pr. 14.1. ****). O mesmo será a respeito das duas AB, AH. Os ângulos DBC, FBA, por serem retos, são iguais. Ajunte-se-lhes o mesmo ângulo ABC. Logo, o total DBA será igual ao total FBC (Ax. 2.*****). E sendo as duas AB, BD iguais às duas FB, BC, cada uma a cada uma, e o ângulo DBA = FBC, será o triângulo ABD = FBC outro triângulo (Pr. 4.1.******). Mas o paralelogramo BL é o dôbro (Pr. 41.1.*******) do triângulo ABD, porque está sôbre a mesma base BD, e entre as mesmas paralelas BD, AL; e o quadrado GB é o dôbro do triângulo FBC, porque tem a base comum FB, e estão q as mesmas paralelas FB, GC. Logo, sendo iguais os dobros de quantidades iguais (Ax. 6.********), deve ser o paralelogramo BL igual ao quadrado GB. Do mesmo modo, tiradas as retas AE, BK, se demonstra, que o paralelogramo CL é igual ao quadrado HC. Logo, o quadrado inteiro BDEC, feito sôbre o lado BC oposto ao ângulo reto BAC, é igual aos dois quadrados GB, HC formados sôbre os lados BA, AC, que fazem o mesmo ângulo reto BAC. □

*PROP XLVI.PROB.
Sôbre uma linha reta dada descrever um quadrado
**PROP. XXXI. PROB.
De um ponto dado conduzir uma linha reta paralela a outra linha reta dada
*** DEFINIÇÃO XXX.
Entre as figuras quadriláteras, o quadrado é o que é juntamente equilátero e retângulo
**** PROP.XIV. TEOR.
Se em um ponto de uma linha reta qualquer concorrerem de partes opostas duas retas, fazendo com a primeira reta os ângulos adjacentes iguais a dois retos, as retas, que concorrem para o dito ponto, estarão em direitura uma da outra.
***** AXIOMA II
Se a cousas iguais se juntarem outras iguais, os todos serão iguais.
****** PROP. IV. TEOREMA.
Se dois triângulos tiverem dois lados iguais a dois lados, cada um a cada um, e os ângulos, compreendidos por êstes lados, forem também iguais; as bases e os triângulos, e os mais ângulos, que são opostos a lados iguais, serão também iguais.
*******PROP. XLI. TEOR.
Se um paralelogramo e um triângulo estiverem sobre a mesma base, e enre as mesmas paralelas, o paralelogramo será o dobro do triângulo.
********AXIOMA VI
As quantidades, das quais cada uma por si faz o dôbro de outra quantidade, são iguais.

Nota: Dedicadas ao Teorema de Pitágoras, há mais 50 entradas com diferentes enunciados, construções, demonstrações, aplicações, ... publicadas neste Lugar Geométrico.
  1. Euclides. Elementos de Geometria dos seis primeiros livros do undécimo e duodécimo da versão latina de Frederico Commandino , Adicionados e Ilustrados por ROBERTO SIMSON, Prof de Matemática na Academia de Glasgow. Revistos para Edições Cultura por ANÍBAL FARO. Edições Cultura. São Paulo (BR): 1944
  2. Robin Hartshorne. Geometry: Euclid and beyond Springer. New York: 2000