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28.5.18

Estudo do Problema de Castillon

Problema: Inscrever numa dada circunferência um triângulo [DEF] em que cada um dos seus lados passa por um único de três pontos dados A, B, C : por exemplo \;A\in FE, \;B \in ED, \;C \in DF\;



Em síntese, a construção, que a seguir se apresenta, passo a passo, não é óbvia por não serem óbvios os elementos que vão sendo determinados em cada passo. Os autores de F.G.-M., Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, (http://gallica.fr)- a propósito, esclarecem: "A síntese permite a quem sabe, expôr o que conhece; é habitual usá-la nos elementos de geometria, na demonstração de teoremas; mas a síntese não pode ser usada na resolução de problemas porque não pode indicar a priori cada uma das construções a fazer. A análise é por excelência, o método para descobrir; e, por conseguinte, usa-se constantemente na solução das questões que ainda não estudámos."
Fazendo variar o cursor \;\fbox{n= 1, 2, … 10}\; pode seguir sucessivos passos da construção, envolvendo potências de pontos relativamente à circunferência dada que servem para provar igualdade de ângulos interessantes cuja utilidade é desvendada pela análise do problema resolvido (ou pelo resultado obtido :-).





Transcrevemos a seguir uma adaptação do excerto de metodologia para a resolução deste problema seguindo
F.G.-M., Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, (http://gallica.fr)-
acompanhadas das figuras ilustrativas que lá se encontram.


Problema de Castillon: 51. On donne trois points \;A, \;B, \;C,\; et une circonférence; inscrire dans cette circonférence un triangle \;DEF,\; tel que chaque côté passe par un des points donnés.



Considerado o problema resolvido, a imagem ao lado esclarece que, sendo \;GF\; paralela a \;BC\; e que \;GE\; interseta \;BC\; em \;H,\; sendo iguais os ângulos (\;BHE\; ou) \;\angle B\hat{H}G\; e \: \angle H\hat{G}F\; alternos internos no sistema de retas paralelas \;GF,\; BC\; cortadas pela secante \;HG\; e também \;\angle H\hat{G}F; e \;BDC\; são iguais por estarem inscritos num mesmo arco \;ETF.\; Assim sendo, são semelhantes os triângulos \;BHE\; e \;BCD\; com o ângulo \;B\; comum e os ângulos \;BHE\; e \;CDB\; iguais. E, pelo menos, o ponto \;H\; pode ser determinado por \;HB.BC=BT^2.\;
Começamos por aí.
É preciso determinar um dos pontos \;D,\; E\; ou \;F\; para que o problema fique resolvido.

Por isso, podemos dizer que precisamos de resolver o seguinte
Problème
52. On donne deux points \;A, \;H,\; une circonférence et une droite \;BC.\; Déterminer sur cette circonférence un point \;E,\; tel qu'en le joignant aux deux points donnés \;A,\; H,\; la corde \;FG\; soit parallèle à la droite \;BC.\; Soit le problème résolu et \;FG\; parallèle à \;BC.\;



Consideremos o problema resolvido e \;FG\; paralela a \;BC.\; De forma análoga ao feito no caso anterior, acrescentamos à ilustração (das condições do problema resolvido) uma paralela a \;HA\; tirada por \;F,\; que intersecta a circunferência dada em \;L\; e traçamos a reta \;LG\; que intersecta \;HA\; em \;M.\;

Nestas condições, temos \; \angle G\hat{F}L = \angle D\hat{H}M, \; \mbox{e} \; \angle F\hat{L}M+\angle L\hat{M}H = \pi,
\; \angle G\hat{E}F +\angle F\hat{L}M = \pi \; \;\mbox{sendo por isso,}\;\;\angle G\hat{M}H = \angle H\hat{E}A\;
e, em consequência,
\Delta [HGM] \sim \Delta [HEA],\; dos quais \angle \hat{H}\; é ângulo comum. E é essa semelhança que nos permite escrever \frac{\overline{HM}}{\overline{HE}} = \frac{\overline{HG}}{\overline{HA}} \; \Leftrightarrow \overline{HM} \times \overline{HA}= \overline{HE} \times \overline{HG}= \overline{HT}^2 que nos permite determinar sobre \;HA\; o ponto \;M,\; colinear de \;G, \;L\; sendo
\;\angle B\hat{H}M = \angle G\hat{F}GL\; \Leftarrow \;(BH \parallel GF \wedge HM \parallel FL )




E, assim, o problema de Castillon depende agora da resolução do
Problème
53. Par un point donné \;M,\; mener une sécante telle que l'angle inscrit \;L\hat{F}G\;, qui correspond à la corde interseptée \;GL,\; soit égale à un anglé donnée \;A\hat{H}B.\;



Por um ponto qualquer da circunferência dada, tiramos paralelas a \;BH\; e a \;MH\; ou seja inscrevemos na circunferência um ângulo de amplitude igual a \; \angle B\hat{H}M\;
Em seguida traçamos a corda correspondente a esse ângulo inscrito. As cordas correspondentes a ângulos inscritos iguais em amplitude a ele, são iguais e tangentes a uma circunferência concêntrica à dada. Determinada essa nova circunferência pelo centro e pelo pê da perpendicular da corda do dito ângulo inscrito com amplitude igual a \; \angle B\hat{H}M,\; o problema de Castillon fica resolvido tirando por \;M\; a tangente a ela que intersectará a circunferência inicialmente dada nos pontos \;G, L\;

Por esse ponto \;G\;, finalmente determinado, a paralela a \;BC\; por ele tirada intersecta a circunferência inicial em \;F.\;
\;D\; ficará determinado na circunferência pela reta \;CF\; e
o ponto \;E\; ficará determinado sobre a circunferência pela reta \;DB\; ou pela reta \;FA.\;\blacksquare

16.2.16

Secantes a uma circunferência passando por um ponto exterior e que determinam cordas de comprimento dado


Problema:
São dados um ponto \;P,\;Q\; um círculo \;c\; e um comprimento \;a\;
Traçar por \;P\; uma secante à circunferência \;c\; que a corte em cordas de comprimento \;a\;

©geometrias. 16 fevereiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode acompanhar a construção da resolução do problema fazendo variar os valores de n no seletor centrado e no fundo da janela de visualização.



As cordas da circunferência \;c\; com um dado comprimento \;a\; são tangentes a uma circunferência concêntrica com \;c\;. Tomando um ponto \;F\; qualquer sobre \;c\; e \;G \in c:\; FG=a,\; essa circunferência fica determinada pelo centro \;O\; e pelo ponto \;H\; médio de \;FG.\; As tangentes a \;(O, OH)\; tiradas por \;P\; determinam cordas de \;c: \; \;LM,\;NQ; e \;LM=NQ=a\;

149. On donne un cercle et un point P. Mener par P une sécante telle que la corde interceptée ait une longueur donné l
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Librairie Vuibert. Paris:1947

11.2.16

Circunferência por 2 pontos com tangentes iguais tiradas por 2 ponto distintos


Problema:
São dados quatro pontos \;A,\;B,\;C,\;D.\;
Construir a circunferência que passa por \;A,\;B\; e cujas tangentes tiradas por \;C\; e por \;D\; têm o mesmo comprimento.

©geometrias. 10 fevereiro 2016, Criado com GeoGebra

Pode acompanhar a construção da resolução do problemas fazendo variar os valores de n no seletor centrado e no fundo da janela de visualização.



Este é mais um dos problemas que se resolve, analisando-o como se o tivessemos resolvido. Claro que, como temos dois pontos \;A, \;B\; da circunferência-solução, sabemos que o seu centro \;O\; é um ponto equidistante de \;A\; e de \;B\;.
Também sabemos que \;CH =DG\; se H for o ponto de tangência da tangente tirada por \;C\; e \;G\; for o ponto de tangência da tangente à circunferência tirada por \;D\; e sabemos que \;OG=OH\; (raios) e que \;OG \perp GD\; e \;OH \perp HC.\;. E, em consequência, serão iguais os triângulos \;[CHO]\; retângulo em \;H\; e \;[DGO]\; retângulo em \;G\;. Assim sendo, serão iguais as hipotenusas \;OC = OD\;. Ou seja \;O\; é um ponto equidistante dos pontos dados, \;C\; e \;D\;, da mediatriz de \;CD\;
Deste modo, \;O\; fica determinado como interseção das mediatrizes de \;AB\; e de \;CD\; e a circunferência requerida tem este centro \;O\; e passa por \;A\;

147. On donne quatre points A, B, C, D. Construire un cercle passant par A et B et tel que les tangentes issues de C et D soient égales.
Th. Caronnet. Éxércices de Géométrie. Deuxièmes Livre: La circonférence 5ème édition. Librairie Vuibert. Paris:1947 >

21.9.14

Semicircunferência, círculos, triângulos e tangências


Problema: No interior de uma semicircunferência de diâmetro \;AB\; uma circunferência é tangente nos pontos médios do seu diâmetro e do arco da semicircunferência. Há dois círculos, coloridos na imagem, tangentes ás retas que unem A e B com os pontos de interseção da semicircunferência com as tangentes à circunferência, inscrita na semicircunferência, tiradas por \;A\; e por \;B.\; Construa geometricamente os círculos coloridos.

Clique no botão de mostrar e ocultar "Auxiliares" para tornar visiveis pontos e segmentos auxiliares e as designações que lhe foram atribuídas para acompanhar a descrição da construção e dos cálculos.

© geometrias, 20 de Setembro de 2014, Criado com GeoGebra



A figura inicial mostra: a semicircunferência e o seu diâmetro \;AB\;, a preto; uma circunferência azul tangente aos pontos médios do diâmetro e do arco \;AB\; da semicircunferência; quatro segmentos de reta, castanhos, obtidos como partes das tangentes à circunferência azul tiradas por \;A, \;B \;, desde \;A\; (ou \,B\;) até à interseção da tangente com o arco da semicircunferência, e os outros dois unindo cada um destes pontos com \;A\; ou com \;B\;; dois círculos - um amarelo e outro verde - tangentes aos dois últimos segmentos e à circunferência azul nos pontos em que esta é tangente aos diâmetro e arco da semicircunferência.
A mediatriz de \;AB\; é obviamente eixo de simetria da figura dada.

Desocultando as referências auxiliares,
  1. Temos o ponto \;M\; médio de \;AB\;, o segmento \;MN\; da perpendicular a \;AB\; tirada por \;M\; e o ponto \;O\; médio de \;MN\;, centro da circunferência azul que passa por \;M, \;N\;, pontos de tangência.
    Designando o comprimento de \;AB\; por \;4r,\; \;AM = MB= MN =2r, \; e \;OM=ON = r, \; sendo o diâmetro \;AB\; da semicircunferência duplo do diâmetro \;MN\; da circunferência azul.
  2. Realçamos os pontos \;C\; e \;D\; de uma das tangentes a \;(O, OM)\; tiradas por \;A.\; A outra é \;AMB\; Como \;D, \;M\; são pontos de tangência, sabemos que \;AD =AM = 2r\; e como \;C\; é ponto da semicircunferência de diâmetro \;AB, \; o triângulo \;ABC\; é retângulo em \;C\; ou \;AC \perp CB\;
  3. O segmento \;DO\; que, por ser o raio de \;(O)\; para o ponto \;D\; de tangência, é perpendicular à tangente \;AC.\; Realçamos o ponto \;E = DO.AB \;, sendo \;DE \perp AC \wedge DE \parallel BC\;.
  4. Assim são semelhantes os triângulos \;AED \sim ABC,\; respetivamente retângulos em \;D\; e \;C\;.
    E, como é óbvio, também \;AED \sim EOM e \; EOM \sim BHM,\;, por ser \;\angle A\hat{E}D = \angle A\hat{B}C = \angle M\hat{E}O \; e \;\angle E\hat{D}A = \angle B\hat{C}A = \angle O\hat{M}E \; \frac{AC}{AD} = \frac{CB}{DE}= \frac{AB}{AE}; \; \frac{AE}{OE}=\frac{AD}{OM}=\frac{DE}{ME}; \; \frac{BH}{OE} =\frac{BM}{ME} =\frac{HM}{OM} A área do triângulo \; \Delta AED\; pode ser calculada: 2\Delta AED = AD\times DE = AD\times (DO+OE)= 2r \times (r+ OE) =2r^2 +2r.OE, como triângulo de base \;AD\; e altura \;DE\; por ser retângulo em \;D,\; ou 2\Delta AED = 2\Delta AOD + 2\Delta AEO = AD\times DO + OM \times AE = AD\times DO + OM \times (AM+ME)= =2r \times r + r.(2r+ME)=2r^2+ 2r^2+r.ME = 4r^2 +r.ME, como soma do triângulo \;ADO\; retângulo em \;D\; com triângulo \;AOE\; de base \;AE\; e altura \;OM.\; 2r^2 + 2r.OE = 4r^2 + r.ME \Longleftrightarrow 2r.OE= 2r^2+r.ME \Longleftrightarrow 2\times OE=2r + ME \Longleftrightarrow OE= r +\frac{ME}{2} Como o triângulo \;EOM\; é retângulo em \;M,\; \;EO^2 = EM^2 + MO^2\; ou \left(r+\frac{ME}{2}\right)^2 = EM^2 +r^2, \;r^2+\frac{ME^2}{4} +r \times ME=ME^2 +r^2 \Longleftrightarrow \frac{ME^2}{4} +r \times ME=ME^2 \Longleftrightarrow ME^2 +4r \times ME=4ME^2 \Longleftrightarrow \Longleftrightarrow ME +4r =4\times ME \Longleftrightarrow 4r =3\times ME para, finalmente, ME= \frac{4r}{3} =\frac{AB}{3}=\frac{2}{3} MN
  5. A construção do círculo amarelo é simples, já que ele está inscrito no triângulo isósceles \;AHB,\; com \;AH = HB\;. O centro do círculo amarelo é o incentro \;J\; de \;AHB\; na interseção das bissetrizes do triângulo: de \;A\hat{H}B\; (que é a mediatriz \;MH\; de \;AB\;) e do ângulo \;H\hat{A}, por exemplo. A circunferência amarela tem centro em \;J\; e passa por \;M\;$.
  6. O círculo verde é homotético do círculo amarelo. Ambos são tangentes a \;AC, \;AC', \; (O, 2r)\;. Os pontos de tangência com \;(O, 2r)\; são \;M\;, para \;(J)\;, e \;N\;, para o círculo verde, permitem determinar a razão \;k\; da homotetia de centro \;H\; que transforma \;M\; em \;N\; \;k = \frac{\overrightarrow{HM}}{\overrightarrow{HN}}
    Como já vimos antes,
    \;EOM \sim BHM\; e \; \displaystyle \frac{BM}{ME} =\frac{HM}{OM}.\;
    Sendo \;BM=2r, \;ME=\displaystyle\frac{4r}{3} \;\;\; e \;\;\; OM = r, \; obtemos \frac{2r}{\displaystyle\frac{4r}{3}} = \frac{BH}{r} ou BH = \frac{3r}{2} e, em consequência, como MN= MH+HN = 2r, HN=\displaystyle\frac{r}{2} e \frac{HN}{HM} = \frac{1}{3} \;\;\;\; \mbox{e} \;\;\;\; k=-\frac{1}{3} Para determinar o centro \;K\; do círculo verde, bastará tomar \;\displaystyle \frac{MJ}{3}\; e transferi-lo para \;NK\;

Problema de construção, a partir de A collection of 30 Sangaku Problems, de J. Marshall Unger, Ohhio State University.

20.8.14

Cinco círculos gémeos num quadrado


Começámos o ano de 2008 com a publicação de uma construção animada sobre círculos gémeos (iguais) na faca de sapateiro (que é sempre referida a Arquimedes) que pode ser revisitada, clicando aqui.
Nesta entrada, apresentamos uma construção muito conhecida com triângulos retângulos, usada para demonstrar o Teorema de Pitágoras, mas sujeita a restrições de modo a acolher num quadrado cinco círculos gémeos, em que cada um de quatro deles é tangentes a um lado do quadrado e todos esses quatro são tangentes exteriormente ao quinto central.

Os passos da construção podem ser vistos, fazendo variar os valores \;n\; no cursor \; \fbox{n=1, 2, …, 6}
  1. \fbox{n=1}:\; Apresenta-se um triângulo \;ABC\; retângulo em \;C\;, de hipotenusa \;c=AB\; e catetos \;a=BC, \:b=AC.\;
  2. \fbox{n=2}:\; Tomamos a circunferência inscrita em \;ABC\; cujo centro é o ponto comum às bissetrizes dos ângulos do triângulo, equidistante dos lados do triângulo. Tomammos os pontos de tangência \;T_a, \;T_b, \;T_c.\;
  3. \fbox{n=3}:\;
    • Como sabemos os segmentos das tangentes a uma circunferência tiradas por um ponto são iguais; \;AT_b = AT_c, \;BT_a =BT_c, \;CT_b =CT_a\;
    • Uma tangente a um círculo é perpendicular ao raio no ponto de tangência: IT_c \perp AB, \;IT_b \perp AC, \; IT_a \perp BC. \;
    • Num triângulo retângulo em \;C\;, \;T_bC \perp T_aC.
    • \;CT_bIT_a\; é um quadrado de lado igual ao inraio \;r\;

    • \;AC=b=AT_b+T_bC = AT_b + r\; e, logo, \;AT_b =b-r\;
      \;BC=a=BT_a+T_aC = BT_a + r\; e, logo, \;BT_a =a-r\;
      \;AB=c=AT_c+T_cB = AT_b + BY_a = b-r + a-r = a+b-2r \;
      que é o mesmo que \;2r=a+b-c\,
    Fica assim estabelecida a relação, para qualquer triângulo retângulo de catetos \;a,\;b\; e hipotenusa \;c\;, entre os lados e o raio \;r\; da circunferência inscrita: r=\frac{a+b-c}{2}

  4. © geometrias, 20 de Agosto de 2014, Criado com GeoGebra


  5. \fbox{n=4}:\;\; Para demonstrar o Teorema de Pitágoras, usamos várias formas de, a partir de triângulos retângulos iguais a um original, construir
    • ou um quadrado de lado igual à soma dos catetos em que as hipotenusas de 4 triângulos iguais são lados de um quadrado, de tal modo que (a+b)^2=4\times \frac{ab}{2} +c^2 para concluir que a^2+b^2=c^2
    • ou um quadrado cujos lados são as hipotenusas de quatro triângulos retângulos iguais de tal modo que c^2 =4\times \frac{ab}{2}+ (b-a)^2 para concluir que \;c^2 = a^2+b^2
    É esta última construção que se apresenta em que há dois quadrados, um de lado \;b-a\; e outro de lado \;c\; que o contém.
  6. \fbox{n=5}:\;\; Por esta construção, aqui apresentada, se percebe que para um dado quadrado, em que se queiram acolher 5 círculos nas condições requeridas, é preciso que \;r=\displaystyle \frac{a+b-c}{2},\; por estar inscrito no triângulo retângulo, e para ser igual ao inscrito no quadrado de lado \;b-a\; terá de ser, simultaneamente, \;r=\displaystyle \frac{b-a}{2}\;. Os dois círculos só são iguais se for \frac{b-a}{2} = \frac{a+b-c}{2},\; \mbox{ou seja, }\; b-a=a+b-c, \; \mbox{que é o mesmo que,}\; c=2a
  7. \fbox{n=6}:\;\; Os restantes círculos gémeos podem ser obtidos por isometrias (reflexões, p. ex.) aplicadas aos dois primeiros.
Para obter cinco círculos gémeos num quadrado de lado \;c\;, precisamos de decompor o quadrado usando quatro triângulos retângulos de hipotenusa igual ao lado do quadrado e um cateto igual a metade do lado do quadrado.

12.5.14

Resolver problema de construção usando homotetia


Problema:     Desenhar uma circunferência que passa por um ponto dado, \;A\;, que seja tangente a duas retas dadas \;a, \;b.

A construção a seguir ilustra a resolução do problema recorrendo a transformações geométricas.


© geometrias, 12 de Maio de 2014, Criado com GeoGebra


Deslocando o cursor \;\fbox{k=1, ..., 5}\; ao fundo à direita, pode seguir os passos da construção.
  1. São dados um ponto \;A\; e duas retas \;a, \;b.
  2. Para que uma circunferência seja tangente a duas retas \;a, \;b\; é preciso que tenha centro equidistante delas. Esse centro está sobre uma bissetriz do ângulo das duas retas quando elas se intersetam ou sobre uma reta paralela a \;a, \;b\; quando estas são paralelas. No caso da nossa construção, as retas \;a.b\; são concorrentes em \;O. E, como sabemos, na bissetriz do ângulo das duas retas incidirá o centro de qualquer das circunferências tangentes a \;a\; e \;b.
  3. Tomamos um ponto \;G\; sobre a bissetriz e a circunferência nele centrada tangente a \;a\; em \;I\; e a \;b\; em \;H\;.
  4. Duas circunferências tangentes a \;a\; e \;b são correspondentes por alguma homotetia de centro \;O; Para determinar a homotetia entre uma circunferência \;(G)\; e a circunferência que passa por \;A\;, basta traçar a reta \;OA\; e a sua interseção \;J\; com \;(G)\;. A homotetia de centro em \;O\; que transforma \;J\; em \;A\; transforma \;G\; em \;K\;, este obtido pela interseção da bissetriz com a paralela a \;JG\; tirada por \;A.
  5. A circunferência de centro em \;K\; que passa por \;A\; é a homotética de \;(G)\; tangente à reta \;a\; no homotético de \;I\; e à \;b\; no homotético de \;H\;

27.3.14

Usando lugares geométricos para resolver problemas de construção(14)

Problema: Determinar uma tangente a uma dada circunferência cortada por uma reta dada a uma dada distância do ponto de tangência.

Na construção a seguir, apresentamos os passos da resolução do problema de construção.

Poderá seguir os passos desta construção elementar, deslocando o cursor \;\fbox{n}\; na figura abaixo.

  1. Dados (a azul): uma reta \;a\;, um segmento \;d\;, uma circunferência de centro \;O\; e raio \;r\;

    Resolver este problema resume-se a determinar um ponto \;P\; da reta \;a\; de que se tire uma tangente \;t\; a \;(O, r)\; sendo \;PT = d\;, em que T é o seu ponto de tangência.
  2. Um ponto \;P\; de \;a\; que satisfaz as condições requeridas é vértice de um triângulo \;PTO\; retângulo em \;T\; em que os catetos são \;PT=d\; e \;TO = r\; conhecidos e a hipotenusa é \;OP\;
    Para determinar \;OP =h\; basta tomar o triângulo retângulo de catetos \;r, \; d\;.

    © geometrias, 27 de Março de 2014, Criado com GeoGebra


  3. E o ponto \;P\;, se existir fica determinado pela interseção de \;a\; com a circunferência \;(O, h)\;, No caso da nossa figura ficam determinados dois pontos \;P.\;Q\; : \;PO = QO = h, sendo \;h^2=r^2+d^2\;
  4. Os pontos \;T\; de tangência encontarm-se na interseção de \;(O, r)\; com a circunferência de diâmetro \;OP=h\; (caso particular do 5º ou do 9º lugar geométrico da lista). Na nossa figura, para o ponto \;P\; há duas tangentes \;t_1\; e \;t_2\;, para as quais \;PT_1 = PT_2 = d\;, como queríamos.
  5. Outras soluções, no nosso caso, são as tangentes a \;(O, \;r)\; tiradas por \;Q\;

Podemos variar os comprimentos \;d\; \;r\; e as posições relativas das circunferência e reta dados. Verificamos que a existência de soluções depende da relação entre o comprimento de \;d\; e as posições relativas de \;a\; e \;(O,r)\;

3.8.07

Inversão

Com os alunos do 8º ano, experimentei a compreensão de alguns procedimentos para efectuar, com régua e compasso, construções geométricas sobre segmentos correspondentes a operações sobre números. Escolhido um segmento para unidade, e dados segmentos de comprimentos a e b, quaisquer, não aparecia como fácil a determinação de um segmento correspondente ao comprimento ab e menos ainda os correspondentes aos comprimentos a/b, 1/a, a2>, etc. Na altura, tal era pedido depois de termos cuidado das semelhanças de triângulos e os raciocínios usavam só a proporcionalidade entre segmentos determinados por feixes de rectas concorrentes cortadas por paralelas. Parece que não há qualquer problema em determinar 2a em linha nem em compreender o que significa ab, a2 ou a(b+c) em termos de áreas, mas já tudo se complica quando se pede um segmento igual a 2a/3, ab, etc. Parece que não é assumida a sistemática comparação entre segmentos quando se fala em medida de um comprimento relativamente a outro.
No 9º ano, vamos poder voltar às operações sobre segmentos, agora com recurso sistemático a circunferência e tangentes tiradas por um ponto, sem acrescentar muito ao que se sabe sobre triângulos. Será que a compreensão aumenta? Estas dificuldades devem estar todas resolvidas quando entramos na geometria analítica como tal. Por exemplo, sobre a construção que se apresenta a seguir, está desenhada uma circunferência de raio 3 e as tangentes tiradas por um ponto P (que pode deslocar), um ponto P' (da polar de P relativamente à circunferência e colinear com O e P), define o segmento [OP'] cujo comprimento é o inverso do comprimento de [OP] se tomarmos como unidade o raio da circunferência.

[A.A.F.]

A transformação associada à circunferência dada que a cada P faz corresponder P' (e reciprocamente) nas condições da construção dada, toma naturalmente o nome de inversão relativamente à circunferência. Este é outro exemplo, para aprofundar e melhorar o conceito de medida, permitindo realizar exercícios geométricos muito atractivos geometricamente. Valerá a pena?
No mundo do ATRACTOR há uma máquina muito potente que efectua inversões. Pode usar livremente.