Processing math: 100%
Mostrar mensagens com a etiqueta meia volta. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta meia volta. Mostrar todas as mensagens

12.6.14

Resolver problema de construção, usando composta de rotações (e meia volta)


Problema:    
O tesouro enterrado
Um velho pergaminho, que descrevia o local onde piratas enterraram um tesouro numa ilha deserta, dava as seguintes instruções:
Na ilha só há duas árvores, \;A\; e \;B\;, e os restos de uma forca.
Comece na forca e conte os passos necessários para ir, em linha recta, até à árvore \;A\;. Quando chegar à árvore, rode \;90^o \; para a esquerda e avance o mesmo número de passos. No ponto em que parou, coloque um marco no chão.
Volte para a forca e vá em linha recta, contando os seus passos, até à árvore \;B. Quando chegar à árvore, rode \;90^o\; para a direita e avance o mesmo número de passos, colocando outro marco no chão, no ponto em que acabar.
Cave no ponto que fica a meio caminho entre os dois marcos e encontrará o tesouro.
Um jovem aventureiro que encontrou o pergaminho com estas instruções, fretou um navio e viajou para a ilha. Não teve dificuldade em encontrar as duas árvores mas, para seu grande desgosto, a forca tinha desaparecido e o tempo tinha apagado todos os vestígios que pudessem indicar o lugar onde ficava.
Fractal music, hipercards and more, de Martin Gardner

Proposto na brochura Trigonometria e Números Complexos: matemática - 12º ano de escolaridade. Maria Cristina Loureiro... DES. Lisboa:2000 (pp. 65/66), com uma resolução usando números complexos.
Mariana Sacchetti lembrou-se deste problema que tem utilizado na lecionação dos complexos, como um exemplo de problema que poderia ser resolvido usando transformações geométricas.
É o que vamos fazer, considerando que resolver o problema é encontrar o tesouro sem termos a exata localização de vestígios da forca.

A construção a seguir ilustra a resolução do problema, no caso mostrar que, qualquer que seja a posição da forca, seguir as instruções do pergaminho, conduz a uma única posição do tesouro. Com recurso exclusivo a propriedades das transformações geométricas.
  1. São dados os pontos \;A\; e \;B\; de localização das árvores
  2. Conhecida a localização da forca, designemo-la por \,F\;, seguir as instruções seria percorrer \;FA\;, rodar sobre os calcanhares \;90^o\; para a esquerda e fazer um percurso de comprimento gual a \;FA\;, local onde se coloca um marco, designemo-lo por \;M\;: \begin{matrix} &{\cal{R}} (A, \;-90^o)&&\\ F&\longmapsto&M&\\ &&&\;\;\; \mbox{e, do mesmo modo, para o outro marco,} \;N \\ &{\cal{R}} (B, \;+90^o)&&\\ F&\longmapsto&N&\\ \end{matrix}


    © geometrias, 10 de Junho de 2014, Criado com GeoGebra


    Clique no botão \;\fbox{1}\; para seguir as instruções do pergaminho para uma localização da forca.

  3. Não conhecendo a posição exata de \;F\; tomamos um ponto qualquer, \;F_1, do chão da ilha para localização da forca. Designando por \;M_1\; e \;N_1\; as posições dos marcos a que chegamos, seguindo as instruções do pergaminho. Se \;F_1\; fosse a localização exata da forca, no ponto médio \;O\; de \;M_1N_1\; valeria a pena cavar porque estaríamos a desenterrar o tesouro.
    É altura de fazer variar a posição de \;F_1\; para observar o comportamento de \;O\;
  4. Pela rotação de \;-90^0\; em torno de \;A\;, \;M_1\; é a imagem de \;F_1\; e, em consequência, \;F_1 é imagem de \;M_1\; pela rotação de \;+90^0\; em torno de \;A\;. Podemos escrever: \begin{matrix} &{\cal{R}}(A, \;+90^o)&&{\cal{R}}(B, \;+90^o)&\\ M_1&\mapsto & F_1 & \mapsto & N_1 \\ \end{matrix}
    Ora, a composta de duas rotações \;{\cal{R}}(B, \;+90^o)\circ {\cal{R}}(A, \;+90^o)\; é uma rotação:
    • o ângulo de rotação da composta é a soma dos ângulos das componentes, no caso \;+90^o + 90^o =180^o
    • o centro da rotação composta de rotações é um ponto equidistante de qualquer par de elementos relacionados pela composta, no caso \;O\; : \;OM_1 = ON_1.
      De um modo geral, o centro da rotação composta determina-se como ponto de encontro das mediatrizes de dois pares de pontos por ela relacionados.
    Assim, se vê que as posições dos marcos \;M\; e \;N\; obtidas, para qualquer posição da forca \;F\; de acordo com as instruções do pergaminho, estão relacionadas por uma transformação de meia volta. E o centro de uma rotação de meia volta é invariante, não dependendo da posição da forca.
O botão \;\fbox{2}\; parte de outra localização da forca. Claro que bastará fazer variar uma posição de \;F\;.

1.6.14

Resolver problema de construção, usando meias voltas e translações


Problema:     São dados cinco pontos \;A, \;B, \;C, \;D, \;E. Estes pontos são os pontos médios dos lados de um pentágono \;PQRST\; desconhecido. Reconstruir o pentágono.
Este problema está referido no livro Simetrias e Transformações Geométricas de Eduardo Veloso (p.15) e já aqui foi citado, bem como o artigo Cinco pontos, um problema e cinco resoluções, publicado no número 79 da revista Educação e Matemática de Setembro/Outubro de 2004. Recomendamos a leitura do artigo que conta uma história e apresenta 5 resoluções. Na circunstância, chamamos a atenção para a resolução usando transformações de Maria Dedò.
O enunciado é o que José Paulo Viana propõe numa mensagem a Eduardo Veloso.
A construção a seguir ilustra essa resolução do problema recorrendo a transformações geométricas. Clicando nos sucessivos botões 2, 3, ... acompanha os passos da resolução/demonstração(?).
  1. Estão dados os pontos \;A, \;B, \;C, \;D, \;E médios dos lados do pentágono de vértices \;P, \;Q, \;R,\;S,\;T\; cujas posições desconhecemos e queremos construir.
  2. Consideremos \;A\; ponto médio de \;PQ\;, \;B\; ponto médio de \;QR\;, \;C\; ponto médio de \;RS\;, \;D\; ponto médio de \;ST\;, \;E\; ponto médio de \;TP\;.
    Sejam quais forem as posições de \;P\; e de \;Q\;, sabemos que estão relacionados por uma transformação de meia volta centrada em \;A\;; \;Q\; e \;R\; estão relacionados por uma meia volta centrada em \;B\;
    Não sabendo a posição de \;P\;, tomemos \;P_1\; para uma "falsa" posição de \;Partida. E \begin{matrix} &{\cal{R}}(A, 180^o)&&{\cal{R}}(B, 180^o)&&{\cal{R}}(C, 180^o)&&{\cal{R}}(D, 180^o)&&{\cal{R}}(E, 180^o)&\\ P_1& \longmapsto& P_2 &\longmapsto&P_3&\longmapsto& P_4 &\longmapsto&P_5 & \longmapsto & P'_1\\ \end{matrix}


  3. © geometrias, 1 de Junho de 2014, Criado com GeoGebra



  4. Fácil é verificar que a composta de duas meias voltas é uma translação: \forall P_1, \;\;\left({\cal{R}}(B, 180^o) \circ {\cal{R}}(A, 180^o)\right) (P_1)={\cal{R}}(B, 180^o)\left( {\cal{R}}(A, 180^o ) (P_1)\right)={\cal{R}}(B, 180^o) (P_2) = P_3
    {\cal{R}}(B, 180^o) \circ {\cal{R}}(A, 180^o) = {\cal{T}}_{2\overrightarrow{AB}}: \;\;\;\; P_1 \longmapsto P_3
    Do mesmo modo, {\cal{R}}(C, 180^o) \circ {\cal{R}}(D, 180^o) = {\cal{T}}_{2\overrightarrow{CD}}: \;\;\;\; P_3 \longmapsto P_5
    A composta das duas translações é uma translação. Assim: {\cal{T}}_{2\overrightarrow{CD}} \circ {\cal{T}}_{2\overrightarrow{AB}} = {\cal{T}}_{2(\overrightarrow{AB}+\overrightarrow{CD})} : \;\;\; P_1 \longmapsto P_5
    que é o mesmo que dizer que as quatro primeiras meias voltas são equivalentes a uma translação.
  5. Se a composta de duas meias voltas é uma translação, a composta de uma translação com uma meia volta é uma meia volta: \begin{matrix} &{\cal{T}}_{2(\overrightarrow{AB}+\overrightarrow{CD})}&&{\cal{R}}(E, 180^o)&\\ P_1 & \longmapsto & P_5 & \longmapsto & P'_1 \end{matrix}
    Se \;P_1\; fosse a posição verdadeira de \;P\;, então seria \;P_2 \equiv Q, \; \;P_3 \equiv R, \;\;P_4 \equiv S, \;\;P_5 \equiv T, \; \;\;\;P'_1 \equiv P.
    Para a meia volta que a \;P_1 \; faz corresponder \;P'_1\; tem um ponto invariante, o centro da meia volta que é o ponto médio de todos os segmentos P_1P'_1 em que \;P_1\; é um ponto qualquer de \;P'_1\; é o seu correspondente por cinco meias voltas sucessivas: de centros \;A, \;B, \;C, \;D, \;E.
    É esse ponto médio de todos os \;P_1P'_1\; que tomamos para \;P\;
    Variando as posições de \;P_1\;, podemos constatar que a posição de \;P\; fica invariante.
  6. Finalmente, pode constatar que a sucessão de meias voltas de centros \;A, \;B, \;C, \;D, \;E permite determinar os vértices \;Q, \;R, \;S, \;T\; sendo \begin{matrix} &{\cal{R}}(A, 180^o)&&{\cal{R}}(B, 180^o)&&{\cal{R}}(C, 180^o)&&{\cal{R}}(D, 180^o)&&{\cal{R}}(E, 180^o)&\\ P& \longmapsto & Q & \longmapsto &R &\longmapsto & S& \longmapsto &T&\longmapsto& P\\ \end{matrix}
Pode variar as posições de \;A, \;B,\;C,\;D, \;E\; e de \;P_1\;.

29.5.14

Resolver um problema de construção usando a meia volta


Problema:     Dadas duas circunferências \;c_1\; e \;c_2\; e um ponto \;M\; determinar um ponto \;P_1\; de \;c_1\; e um ponto \;P2\; de \;c_2\; para os quais \;M\; é o ponto médio de \;P_1P_2\;
Este problema está proposto no livro Simetrias e Transformações Geométricas de Eduardo Veloso (p.15).
O autor recomenda que
  • se comece por procurar o lugar geométrico dos pontos \;B\; quando \;A\; percorre \;c_1\; sendo \;AM=BM\;, e
  • se investigue para que posições de \;M\; há soluções ou não, uma, duas ou infinitas soluções do problema

A construção a seguir ilustra a resolução do problema recorrendo a transformações geométricas. Clicando no botão Resolução pode ver a solução do problema.


© geometrias, 29 de Maio de 2014, Criado com GeoGebra



  1. São dados um ponto \;M\; e duas circunferências \;c_1 = (O_1), \;c_2=(O_2)\;
  2. Se \;A, \;M, \; B\; são colineares e \;\overrightarrow{AM}=\overrightarrow{MB}\;, \;A\; e \;B\; são correspondentes por uma transformação de meia volta de centro em \;M\;, (ou \;{\cal{R}}(M, 180^o)\; ou \;{\cal{H}}(M, -1)\;.
    Por isso, quando \;A\; percorre \;c_1\;, \;B\; percorre uma circunferência \;c'_1\; que é imagem de \;(c_1\; pela meia volta de centro em \;M\;
  3. No nosso caso, a posição de \;M\; relativamente às circunferências \;c_1, \;c_2 é tal que \;c'_1 . c_2 = \{ P_2,\; Q_2\}\;. A reta \;P_2M\; interseta \;c_1\; em dois pontos, sendo um deles \;P_1\; o correspondente original de \;P_2\; pela meia volta de centro \;M\;: \begin{matrix} &{\cal{R}}(M, 180^o)& &\\ c_1&\longrightarrow &c'_1& \\ &&&\;\;\;c'_1.c_2 =\{P_2, \;Q_2\}\\ P_1& \longleftarrow & P_2& \;\;\;(P_1,\;P_2) \in c_1 \times c_2 \; \mbox{ é uma solução}\\ Q_1& \longleftarrow& Q_2& \;\;\;(Q_1,\;Q_2) \in c_1 \times c_2 \; \mbox{ é outra solução}\\ \end{matrix}
Pode variar a posição de \;M\; e das circunferências \;c_1, \;c_2

1.5.14

Resolver problema de construção usando transformação de meia volta

Problema:    Num dado quadrilátero de vértices \;A,\;B, \;C, \;D\; inscrever um paralelogramo de centro num ponto \;O\; dado.

A construção a seguir ilustra a resolução do problema.


© geometrias, 1 de Maio de 2014, Criado com GeoGebra


Deslocando o cursor \fbox{n=1, ..., 4}  (direita ao fundo) pode ver os passos da resolução.
  1. São dados 5 pontos \;A,\;B, \;C, \;D, \;O
  2. Os quatro vértices \;A,\;B, \;C, \;D \; definem quatro retas \;AB=a, \;BC=b, \;CD=c, \;DA=d\;. Assinalam-se os quatro segmentos dessas retas: \;AB, \;BC, \;CD, \;DA\; lados.
  3. Na nossa resolução recorremos a uma meia volta de centro em \;O.  Por essa meia volta, cada uma das retas tem por correspondente uma reta paralela \;a \parallel a', \; b\parallel b', ...\;, sendo contrários os sentidos de \,AB\; e \;A'B'\;, etc. segmentos assinalados a tracejado e com as cores dos seus correspondentes pela meia volta. \begin{matrix} & {\cal{R}}(O, 180^o) & & \\ a & \longrightarrow & a'&\;\;\; a\parallel a'\\ b & \longrightarrow & b'& \;\;\;b\parallel b'\\ c & \longrightarrow & c'& \;\;\;c\parallel c'\\ d & \longrightarrow & d'&\;\;\; d\parallel d'\\ a.b = B & \longmapsto & a'.b'=B' & \;\;\;O\in BB' \wedge BO=OB'\\ b.c = C & \longmapsto & b'.c'=C' &\;\;\; O\in CC'' \wedge CO=OC'\\ c.d = D & \longmapsto & c'.d'=D' &\;\;\; O\in DD' \wedge DO=OD'\\ d.a = A & \longmapsto & d'.a'=A' &\;\;\; O\in AA' \wedge AO=OA'\\ \end{matrix}
  4. Tomamos E=a.c' , F=b.d', G=a'.c, H=b'.d \begin{matrix} & {\cal{R}}(O, 180^o) & & \\ a & \longrightarrow & a'&\;\;\; a\parallel a'\\ b & \longrightarrow & b'& \;\;\;b\parallel b'\\ c & \longrightarrow & c'& \;\;\;c\parallel c'\\ d & \longrightarrow & d'&\;\;\; d\parallel d'\\ E= a'.c &\longmapsto& a.c'=G & \;\;\; O\in EG \wedge EO=OG\\ F= b.d' &\longmapsto& b'.d=H & \;\;\; O\in FH \wedge FO=OH\\ \end{matrix}
    O quadrilátero EFGH tem diagonais EG e FH que se intersetam e bissetam em O. É, por isso, um paralelogramo de centro \;O\; inscrito no quadrilátero de vértices \;ABCD: \;\;\;\;E\in a, \;F\in b, \;G \in c, \;H \in d