Processing math: 0%

30.10.14

Triângulos retângulos: altura e inraios


Problema: Um triângulo \;[ABC]\; retângulo em \;C\; está dividido em dois triângulos \;[CAH]\; e \;[BCH]\; pela sua altura \;CH\; relativamente à hispotenusa \;AB.\;
Provar que a altura \;h=CH\; é igual à soma dos raios\;i,\;j,\;k\; dos incírculos \;(I, i), \;(J, j), \; (K, k)\; de \;[ABC],\; [CAH], \; [BCKH]\; respetivamente.




© geometrias, 29 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra



Na entrada de 13.9.14 Círculo "misto" de um triângulo retãngulo mostrámos que o raio \;i\; do incírculo de um triângulo \;[ABC]\; retângulo em \;C\;, é dado por \;i= \displaystyle \frac{a+b-c}{2}.\;
Como \;[CAH]\; e \;[BCH]\; são retângulos em \;H\; \;j =\displaystyle \frac{AH+HC-CA}{2}=\frac{AH+h-b}{2}\; e \;k =\displaystyle \frac{CH+HB-BC}{2} =\frac{h+HB-a}{2}\;
Somando os raios das três circunferências inscritas da figura, temos \;i+j+k = \displaystyle \frac{a+b-c}{2} + \frac{AH+h-b}{2} + \frac{h+HB-a}{2}= \frac{a+b-c +AH+h-b+h+HB-a}{2}
Como \;AH+HB= c,\; conclui-se que
\;i+j+k = h \;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;

J. Marshall Unger, A collection of 30 Sangaku Problems, Ohhio State University.
(sugestões de António Aurélio Fernandes)

27.10.14

Seis círculos gémeos num quadrado


Problema: É dado um quadrado \;[ABCD],\; dividido pela diagonal \;BD\; em dois triângulos isósceles iguais. O triângulo \;ABD\; está dividido por \;DP\; em dois triângulos \;[APD]\; e \;[PBD]\; que admitem incírculos congruentes.
Determinar o raio destes incírculos em função do lado do quadrado.
  1. Na anterior entrada de 18.10.14 Triângulo dividido em dois triângulos com incírculos gémeos demonstrámos que para um triângulo, como \;[DAB]\; na figura, \;DP = \displaystyle \sqrt{p(p-a)},\; em que \; a=AB=DA, \;2p= DA+AB+BD. \; \;
    Este resultado permite determinar, com régua e compasso, \;PD\; e os triângulos \;[APD]\; e \;[PBD]\; que circunscrevem as circunferências gémeas.

  2. © geometrias, 25 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra


    Clicando no botão "□azulejo" pode ver o quadrado com seis círculos gémeos, assim construídos.

  3. No triângulo \;[DAB],\; como \;DA=AB = a\; e \;DB=\sqrt{2} a,\;
    o seu semi-perímetro é \;p = \displaystyle \frac{2a+\sqrt{2} a}{2} =a+\frac{\sqrt{2}}{2} a\;\;\; e \;\;\;\;p-a =\displaystyle \frac{\sqrt{2}}{2} a.\;
    E, em consequência, \;DP^2 = p(p-a) = \displaystyle \left(a+\frac{\sqrt{2}}{2} a \right) \frac{\sqrt{2}}{2} a = \frac{\sqrt{2}+1}{2} a^2\;
    Obtém-se assim o valor de \;DP\; em função de \;a\;.
    E, claro, podemos obter também imediatamente uma expressão para \;AP\; em função de \;a:\;
    \; AP^2 = PD^2 - DA^2 = \displaystyle\frac{\sqrt{2}+1}{2} a^2 - a^2 = \left(\frac{ \sqrt{2} +1}{2} -1\right) a^2 = \frac{\sqrt{2}-1}{2} a^2\;

  4. Por outro lado, na entrada de 13.9.14 Círculo "misto" de um triângulo retãngulo mostrámos que o raio \;k\; do incírculo de um triângulo \;[PDA]\; retângulo em \;A\;, é dado por \;k= \displaystyle \frac{DA+AP-PD}{2}.\;

    Assim, em função de \;a\; o valor de \;k\; é:
    \; \displaystyle \frac{1}{2} (DA+AP-PD) = \frac{1}{2}\left( a + \displaystyle \sqrt{\frac{\sqrt{2}-1}{2}} a - \sqrt{\frac{\sqrt{2}+1}{2}} a \right).\;
    Concluindo k= \frac{a}{2}\left( 1 + \displaystyle \sqrt{\frac{\sqrt{2}-1}{2}} - \sqrt{\frac{\sqrt{2}+1}{2}}\right)

J. Marshall Unger, A collection of 30 Sangaku Problems, Ohhio State University.
(sugestões de António Aurélio Fernandes)

18.10.14

Triângulo dividido em dois triângulos com incírculos gémeos


Problema: Dois círculos gémeos \;(J, k)\; e \; (K, k)\; estão inscritos respetivamente em \;[ABP]\; e \;[APC].\;
Determinar o comprimento de \;AP\; em função dos lados de \;[ABC]\;


Notações: \; x=AP, \;a =BC, \;b=AC,\; c=AB, 2p=a+b+c,\; 2p_1=c+BP+PA., 2p_2=AP+PC+b\; De resto seguimos as designações usadas na fuigura.

© geometrias, 15 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra


Clicando no botão que mostra ou esconde a circunferência \;(I, r),\;inscrita no triângulo \;[ABC],\; mostram-se ainda os segmentos \;BI, CI\; das bissetrizes de \;\hat{B}\; (a passar por \;J\;) e de \;\hat{C}\; a passar por \;K\; ; e o segmento \;II_a,\; raio de \;(I)\; para o ponto de tangência com \;BC.\;<

O problema apresentado consiste em demonstrar, consideradas as notações da figura e as referidas acima, que \;AP = \sqrt{p(p-a)}
  1. Sendo \; 2p_1=c+BP+PA,\; \;2p_2=AP+PC+b \; e \;BP+PVC=a,\; \;\; 2(p_1+p_2)= c+BP+x +x+PC+b =a+b+c+2x =2p+2x
    ou, concluindo, p + x = p_1 + p_2
  2. As áreas dos três triângulos relacionam-se como segue. \;\Delta ABC = \Delta ABP + \Delta APC \;\;\; e, cada uma das áreas pode ser obtida pelo produto do semiperímetro do triângulo pelo raio da circunferência nele inscrita. Assim, temos \;p\times r = (p_1 +p_2)\times k = (p+x)\times k = p.k+x.k\; e, finalmente, de \;p.r=p.k+x.kp\; se conclui x = \frac{p.r}{k}-p
  3. Há, na figura completa, triângulos obviamente semelhantes \;[IBI_a]\; \sim \;[JBJ_a]\; e \;[CII_a]\; \sim \;[CKK_a]\; Por isso, podemos escrever que \frac{r}{k} = \frac{BI_a}{BJ_a} = \frac{I_aC}{K_aC} \;\; \;\; (*) Como \;(I, r)\; é tangente a \;BC\; em \;I_a,\; a \;AC\; em \;I_b\; e a \;BC\; em \;I_c,\; \; BI_a =BI_c, \; CI_a=CI_b, \; AI_c=AI_b\;
    \underbrace{BI_a+ I_aC}+AI_c =BI_c+\underbrace{CI_b+I_bA} =BC+AI_c=BI_c+CA= = a+AI_c=BI_c+b=a+AI_b=b+BI_a=p \; e, em conclusão,
    \;BI_c=BI_a=p-b, \; CI_b=CI_a = p-c.
    Também é \;AI_b=AI_c=p-a.\;.
    Do mesmo modo, como \; (J, k)\; é o incírculo de \;[ABP], \; \;BJ_a=p_1-AP=p_1-x e, por ser \; (K, k)\; incírculo de \;[APC],\;\;\; CK_a=p_2 - AP=p_2-x.

    E, retomando \;\;(*)\;\;, podemos escrever \frac{r}{k} =\frac{p-b}{p_1-x} =\frac{p-c}{p_2-x}
  4. Temos assim 3 equações envolvendo \;AP=x,\; r,\; k, \;p, \;a, \;b, \;c,\;p_1, \;p_2\; :
    • x=\displaystyle \frac{rp}{k}-p
    • \displaystyle \frac{r}{k} =\frac{p-b}{p_1-x}
    • \displaystyle \frac{r}{k}=\frac{p-c}{p_2-x}
    que se podem reduzir a duas em \;x, \;a, \;b; \;c. \; p,\;p_1, \;p_2\; x=p\times\frac{p-b}{p_1-x} -p \Longleftrightarrow p_1x -x^2 =p(p-b)-p(p_1-x) x= p\frac{p-c}{p_2-x}-p\Longleftrightarrow p_2x-x^2 = p(p-c)-p(p_2-x) que, somadas ordenadamente, dá (p_1+p_2).x-2x^2=p.(2p-b-c)-p.(p_1+p_2)+2px e, finalmente,
    (p+x).x-2x^2=p.a-p(p+x)+2px \Longleftrightarrow -2x^2 =p.a-p(p+x)-x.(p+x)+2px \Longleftrightarrow \\ \Longleftrightarrow -2x^2=p.a+2px-(p+x)^2 \Longleftrightarrow -2x^2 =p.a+2px - p^2 -x^2-2px \Longleftrightarrow -x^2 =pa-p^2 \Longleftrightarrow \\ \Longleftrightarrow x^2 = p(p-a) x= \sqrt{p(p-a)} \;\;\;\;\;\;\; \square

J. Marshall Unger, A collection of 30 Sangaku Problems, Ohhio State University.
(sugestões de António Aurélio Fernandes)

13.10.14

Num quadrado, uma semicircunferência e duas circunferências com tangentes comuns


Problema: Temos um quadrado \;[ABCD]\;, um semicírculo de diâmetro \;AB,\; ao qual \;CK\; é tangente. A circunferência de centro \;O_1\; está inscrita no triângulo \;[CDK],\; As tangentes comuns a \;(O), \;(O_1)\; são as retas \;AD, \; EH.\; Esta última \;EH\; interseta \;CK\; em \; G\;. A circunferência de centro \;O_2\; está inscrita no triângulo \;[CGH].\;
Determinar relações entre os raios de \;(O_1)\; e \;(O_2).\;


Notações: Representemos por \;a =AB =...\; o comprimento do lado do quadrado , por \;r_1\; o raio de \;(O_1)\; e por \;r_2\; o raio de \;(O_2).\;

A construção da figura é feita pela ordem que a descrição do enunciado sugere e a determinação das relações pode ser feita de vários modos. Escolhemos o que nos pareceu mais simples, com recurso a propriedades das tangentes comuns a circunferências, a triângulos retângulos, teorema de Pitágoras e semelhanças.


© geometrias, 13 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra


Fazendo variar de 1 a 4 os valores de \;n\; no cursor verde escuro ao fundo da construção, poderá acompanhar com elementos auxiliares os passos de resolução do problema.

  1. Por construção, a semicircunferência \;(O)\; tem diâmetro \;AB=a\; ou raio igual a \;\displaystyle \frac{a}{2}\; e como \;CL\; e \;CB\; são segmentos das tangentes a \;(O)\; tiradas por \;C, \; \;CL =CB =a.\; Do mesmo modo, por serem \;CS\; e \;CM\; segmentos das tangentes a \; (O_1)\; tiradas por \;C, \; \;CS =CM= CD-DS = a- r_1. Assim, o segmento entre os pontos \;L\; e \;M\; de tangência de uma tangente comum (interiormente) a (O) e (O_1) é tal que \;LM = CL - CM = a-(a-r_1)=r_1\; \; \; \\ \wedge \\ LM^2 =OO_1^2 - OW^2= (OT^2+TO_1^2)- OW^2= \left(\frac{a}{2} -r_1\right)^2 +\left(a-r_1\right)^2 - \left(\frac{a}{2}+r_1\right)^2 =\\ =\frac{a^2}{4}+r_1^2 - ar_1 + a^2+r_1^2-2ar_1 - \frac{a^2}{4} - r_1^2 - ar_1 = r_1^2 + a^2 - 4ar_1 r_1^2 = r_1^2 + a^2- 4ar_1 \Longleftrightarrow a^2-4ar_1=0 \Longleftrightarrow a(a-4r_1)=0 \Longleftrightarrow a=0 \vee r_1=\frac{a}{4} Existindo quadrado \;ABCD\; de lado não nulo \;(a \neq 0), \; o raio da circunferência \;(O_1) \; é \, \displaystyle r_1 = \displaystyle \frac{a}{4}
  2. Como \;M, \;F\; são pontos de tangência das tangentes a \;(O_1)\; tiradas por \;G,\; \;O_1M \perp MG, \; O_1F \perp GF, \; GM=GF, \; O_1M=r_1=\displaystyle \frac{a}{4}=O_1F \: e, em consequência, \;[O_1MGF]\; é um quadrado de lado igual a \;r_1 = \displaystyle \frac{a}{4}, (um quadrilátero equilátero com dois ângulos opostos retos é um quadrado.)
    De modo análogo por \;L, \; V\; serem pontos de tangência das tangentes a \;(O)\; tiradas por \;G,\; \;[GLOV]\; é um quadrado de lado \; \displaystyle \frac{a}{2}\;
    Como \;KR\; e \;KM\; são segmentos das tangentes a \;(O_1) \; tiradas por \;K, \;\;KR\;=\;KM
    E, do mesmo modo, como \; AK\; e \;KL\; são segmentos das tangentes a \;(O)\; tiradas por \;K,\; AK=KL
    \;AR =AD-RD = \displaystyle a-\frac{a}{4} = \frac{3a}{4}=AK+KR=AK+KM=AK+KL+LM=2KL+LM=2AK+\frac{a}{4}\;, de onde se retira \;2AK=\displaystyle \frac{2a}{4}\; ou \;AK=KL=\displaystyle \frac{a}{4}.\;
    \;GK = \frac{3a}{4}\; Como \;[EO_1F] \sim [O_1KM]\; e \;KM=2.MO_1\; temos O_1F=2.EF\; ou \;EF=\displaystyle \frac{1}{2}O_1F = \frac{1}{2} \times \frac{a}{4} = \frac{a}{8}.\;
    GE=GF+FE = \displaystyle \frac{a}{4}+\frac{a}{8} = \frac{3a}{8}\; Como \;S, \; F\; são pontos de tangência das tagentes a \;(O_1)\; tiradas por \;E, \; EF=ES= \displaystyle \frac{a}{8}\; e \;DE = \displaystyle \frac{a}{4}+\frac{a}{8} = \frac{3a}{8}= GE.\;
    CE= CD-DE =\displaystyle a -\frac{3a}{8} = \frac{5a}{8}
    Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo \;CGE\; retângulo em \;G\; temos \;CG^2 = CE^2-GE^2 = \displaystyle \left(\frac{5a}{8}\right)^2 - \left(\frac{3a}{8} \right)^2 = \frac{16a^2}{64},\; de onde \;CG=\displaystyle \frac{a}{2}.\;
  3. A circunferência \;(O_2, \;r_2)\; está inscrita no triângulo \;[HCG]\; retângulo em \;G\; e obviamente semelhante a \;[KCD]\; retângulo em \;D.\; . De facto, para além de \; \angle D = \angle G,\; também \;\angle G\hat{H}C = \angle D\hat{C}K\;por ambos serem complementares de \;\angle H\hat{C}G.\;
  4. Para resolver o problema proposto de determinar a relação entre os raios dois círculos, bastará determinar a razão da semelhança entre os triângulos em que eles estão inscritos.
    A razão da semelhança \;[HCG]\;\sim \;[KCD]\; pode ser calculada, já que conhecemos os comprimentos (em função de \;a\;) de dois catetos homólogos \;CG = \displaystyle \frac{a}{2}\; e \;KD=\displaystyle \frac{3a}{4}. Assim, podemos dizer que \;r_1 = \frac{3}{2} \times r_2\; \;\;\;\; \; \square
    Como \; \displaystyle r_1=\frac{a}{4}, \; r_2=\frac{a}{6}.\; ....

a partir de enunciado de J. Marshall Unger, A collection of 30 Sangaku Problems, Ohhio State University.
e seguindo em parte o processo de Garcia Capitán, F. J. Resolución de problemas bonitos de Geometría con métodos elementales Priego de Córdoba, 2003
(sugestões de António Aurélio Fernandes)

6.10.14

Raios das circunferências inscritas e altura em triângulos retângulos


Problema: Dividimos o triângulo \;ABC\; retângulo em \;C\; pela altura \;CD\; relativa à hipotenusa \;AB.\; Provar que a soma dos raios \;r_1, \;r_2, \;r_3\; respetivamente das circunferências inscritas em \;ABC, \; BCD, \; CAD\; é \;CD\;

Na entrada de 13 de Setembro p.p., círculo "misto" de um triângulo retângulo no seu ponto 5. tínhamos demonstrado que o raio \;r\; da circunferência inscrita num triângulo \;ABC\; retângulo em \;C\; é dado pelo seu semiperímetro subtraído da hipotenusa r= \frac{a+b+c}{2} - c = \frac{a+b-c}{2} em que \;a=BC, \;b=AC, \;c=AB.\; Ou: o comprimento do diâmetro do incírculo de um triângulo retângulo é igual à soma dos catetos subtraída da hipotenusa 2r= a+b-c

© geometrias, 6 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra


Clicando nos botões \fbox{1, 2, 3, 4}\;, na esquerda ao fundo, poderá ver (ou ocultar) a altura, os diversos (in)círculos e respetivos (in)raios.

\fbox{x} 1. inscrita em ABC:     No caso da nossa circunferência \;(O_1,\; r_1)\; inscrita em \;ABC\; de catetos \;a=BC, b=AC\; e hipotenusa \;c=AB\;, temos 2r_1=a+b-c \fbox{x} 2. altura hC:     Chamámos D ao pé da altura relativa a \;c.\; Na nossa figura, \;h_C= h=CD . Como \;CD \perp AB,\; CD\; divide o triângulo ABC em dois triângulos, ambos retângulos em \;D:\;
  • \;BCD\; de catetos \;BD, \;DC\; e hipotenusa \;a=BC\;
  • \;CAD\; de catetos \;AD, \;DC\; e hipotenusa \;b=AC\;
\fbox{x} 3. inscrita em BCD:     Da circunferência \;(O_2, \;r_2)\; inscrita em \;BCD\; 2r_2 =BD+DC-a \fbox{x} 4. inscrita em ACD:     Da circunferência \;(O_3, \;r_3)\; inscrita em \;ACD\; 2r_3 =AD+DC-b
Finalmente, podemos concluir 2(r_1+r_2+r_3) = a+b-c + BD+DC-a +AD+DC-b=\underbrace{\underbrace{-c}+\underbrace{BD+DA}}+ 2DC= 2DC ou r_1+r_2+r_3 =h_C \;\;\;\; \;\; \square
a partir de A collection of 30 Sangaku Problems, de J. Marshall Unger, Ohhio State University. (sugestões de António Aurélio Fernandes)

3.10.14

Dois pentágonos e dois círculos numa circunferência


Problema: Observe a figura abaixo: Dois pentágonos iguais ABCDE e EFGHA de que os pontos C, D , F, G estão sobre uma circunferência azul; dois círculos vermelhos em que um deles está inscrito no triângulo BAH e outro tangente à circunferência azul, a DE e a EF.
Pede-se a relação entre os raios dos círculos vermelhos.

© geometrias, 1 de Outubro de 2014, Criado com GeoGebra


Clique no botão de mostrar e ocultar     [□auxiliares]    para tornar visiveis pontos e segmentos auxiliares e as designações que lhe foram atribuídas para acompanhar a descrição da construção e dos cálculos.

Como \;AC=AD=AF=AG,\; a circunferência que passa por \;C, \;D, \;F, \;G \; tem centro em \;A\; e raio igual às diagonais dos pentágonos.
Cada um dos círculos vermelhos está inscrito num triângulo: o maior no triângulo \;PEQ\;, o menor em \;BAH\; Para determinar a razão entre os raios dos círculos vermelhos, bastará determinar a razão de semelhança entre os triângulos em que se inscrevem. Por simples observação: dos ângulos \;PEQ \sim FEQ\; e dos lados \;FEQ =HAB\;.
A altura do triângulo PEQ, pode ser calculada assim EJ= AJ - AE = AD-AE =\; \displaystyle \frac{\sqrt{5}+1}{2} AE - AE = \frac {\sqrt{5} -1}{2} AE, \; porque a razão entre a diagonal \;AD\; de um pentágono regular e o seu lado \;AE\; é igual a \; \displaystyle \frac{AD}{AE} = \frac{\sqrt{5}+1}{2}\; (número de ouro). A altura do triângulo \;BAH\; relativa a \;HB\; é metade da base do triângulo \;AKB :\;\;\;\displaystyle AI=\frac{1}{2}AK\;. Este triângulo \;AKB\; é isósceles (e semelhante a \;ACE):\; \, A\hat{K}B= B\hat{A}K = 180^{o}-B\hat{A}E = 72^{o}, \;\; \; K\hat{B}A = 36^{o}.\; Para o que interessa, dessa semelhança retira-se: \; \displaystyle\frac{AB}{AK}= \frac{AC}{AE} = \frac{1+\sqrt{5}}{2},\; ou, para o que interessa, sabendo que \;AB=AE\; \;AK = \frac{2AB}{\sqrt{5}+1}= \frac{2AE}{\sqrt{5}+1} AI = \frac{1}{2} AK = \frac{1}{2}\times\frac{2AE}{\sqrt{5}+1}= \frac{AE}{\sqrt{5}+1} =\frac{AE \times (\sqrt{5} -1)}{(\sqrt{5} +1)\times (\sqrt{5} -1)} =\frac{\sqrt{5}-1}{4} AE ou seja, a razão de semelhança \;BAH \sim PEQ\; é 2, calculada pela razão das alturas \; \displaystyle\frac{EJ}{AI}=2\; relativas aos lados \;BH \; e \;PQ\;. Por isso, 2 é também razão entre os raios dos círculos vermelhos. O raio do círculo tangente à circunferência azul e aos lados \;DE\; e \;EF\; dos pentágonos tem comprimento duplo do raio do círculos vermelho tangente a \;AH, \;HB, \; BA\; \;\;\; \; \square
em Garcia Capitán, F. J. Resolución de problemas bonitos de Geometría con métodos elementales Priego de Córdoba, 2003 sugerido por António Aurélio Fernandes