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15.1.18

Envolvente. Problema recorrrendo a lugar geométrico (20)


Notas prévias:

O lugar geométrico dos pontos a uma distância \;r\; de um ponto \;O\; dado é uma circunferência centrada em \;O\; e de raio \;r\; e uma circunferência centrada em \;O\; e de raio \;r\; é o lugar geométrico dos pontos a uma distância \;r\; do ponto \;O.\;
A distância de um dado ponto O a uma reta a é igual ao comprimento do segmento da reta perpendicular tirada por \;O\; a \;a\; de extremos \;O\; e \;A,\; pé dessa perpendicular a \;a;\; e, por isso, podemos dizer que sendo o
lugar geométrico dos pontos dos pés das perpendiculares a retas equidistantes de um ponto \;O\; é uma circunferência ou mesmo que a circunferência é o lugar geométrico das retas equidistantes de \;O\; tomando por cada reta o seu ponto de tangência ou dizendo que a circunferência é envolvente (que envolve ou é envolvida) das retas equidistantes do seu centro.


Problema: Para um dado ângulo \;\angle B\hat{A}C, \; determinar a envolvente da base \;BC\; de um triângulo \;[BAC]\; cujo perímetro é constante.

F.G.-M. Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, - Problème 123. Quelle est l'envelope de la base BC d'un triangle BAC dont le périmètre est constant, et dont l'angle A est donné de grandeur et de position?

A seguir encontra-se uma ilustração dinâmica dos dados do enunciado deste problema, bem como dos auxiliares passos de uma construção em apoio da demonstração.
  1. Apresenta-se ao cimo da janela um segmento de reta de comprimento igual ao perímetro \;2p\; constante de um triângulo \;ABC\; partido em 3 segmentos, da esquerda para a direita, \;AB, \;BC, \;CA.\; e também em duas partes iguais a \;p,\; \;AM, \;MA\;.
    Logo abaixo na janela, temos um exemplar de triângulo com um ângulo \;Â\; dado (no caso, de amplitude 46°) e lados com os comprimentos referidos acima ou seja com o perímetro constante considerado (no caso, 7).
    Considerámos, no segmento original, o ponto \;B\; a tomar posições entre \;A\; e \;M,\; já que \;AB < BC+CA\; (desigualdade triangular). Se deslocar \;B\; pelas posições dos pontos de \;AM,\; obtemos todos os representantes dos triângulos de perímetro 7 e com ãngulo 46° em \;A.\;
    Os lados \;AB\; e \;AC\; são segmentos das retas definidas por cada um dos pares de pontos \;(A,\; B),\; (A, \;C).\; Já vimos que não há triângulo quando \;B=A\; ou quando \;B=M\;


  2. 14 janeiro 2018, Criado com GeoGebra



  3. As posições extremas de \;B:\; B=M\; e \;B=A \; levam-nos a aos pontos de intersecção de \;AB\; e \;AC\; com a circunferência (A, \;p) sendo \;p=AM\; semiperímetro de triângulos com um ângulo de 46°
  4. \;AD=AE=p,\; ou seja \;ADE\; é um triângulo isósceles de base \;DE.\; com ângulo \;Â\; dado (46°)
    \;AD+AE = 2p = AB+BC+CA\;
  5. Consideremos a circunferência de centro em \;H\; tangente em \;D\; e \;E\; às retas \;AB\; e \;AC\; respetivamente:
    • \;DH \perp AB, \;HE \perp AC,\;
    • Por ser \; DH=HE, \; \;\; H\; está na bissetriz do ângulo \;Â.\; Assim, esta circunferência \;(H, HE)\; é uma ex-inscrita de qualquer dos triângulos \;ABC\; e portanto tangente a \;BC.\;
  6. As bases \;BC\; são tangentes ao arco aberto da circunferência \;(H, \;HT):\; ]\widehat{DTE}[ \; a vermelho (os extremos a castanho \;D, \;E\; não são pontos da envolvente dos segmentos \;BC\; considerados).

31.12.17

Problema de construção —análise e síntese (9)


De vez em quando vamos acrescentando problemas de construção euclidiana (régua e compasso) usando um outro dos métodos já apresentados seguindo vários autores que foram sendo referenciados. Hoje resolvemos um problema de quadrados a partir da análise das propriedades de quadrados, ângulos, … triângulos isósceles,….

Problema: Construir um quadrado de que é dado um segmento de comprimento igual à soma \;d+l"\; dos comprimentos da diagonal e do lado.


F.G.-M. Exércices de Géométrie…. 6ème éd., J. de Gigord. Paris:1920, Problema 41.

Análise do problema:
Com o problema resolvido, teríamos um quadrado \;[ABCD]\; sendo \;AB=BC=CD=DA=l,\; AC=BD=d.\; Sabemos que as diagonais de um quadrado são perpendiculares se bissetam num ponto e bissectam os ângulos retos do quadrado. Cada uma das diagonais divide o quadrado em dois triângulos rectângulos isósceles. \;ABC, \;CDA\; por \;AC\; e \;DAB, \; BCD\; por \;DB.\;
O que temos é um segmento de reta de comprimento \;d+l = \overline{AC}+\overline{CD}.\; Tomada uma reta qualquer e sobre ela o segmento de reta de extremos \;A\; e \;E\; como uma extensão da diagonal \;AC,\; o vértice \;C\; do quadrado é o ponto que divide \;AE = d+l\; em \;AC=d\; e \;CE=l.\;
Chamemos \;M\; ao ponto médio de \;AE,\; podemos construir um triângulo retângulo isósceles de hipotenusa \;AE\; e catetos \;AF, \;EF\; sendo \;F\; a intersecção da perpendicular a \:AE\, tirada por \;M\, com uma semicircunferência de diâmetro \;AE\;. Este triângulo isósceles é meio quadrado de diagonal \;AE\; Sobre o cateto \;AF\; deste triângulo \;AEF,\; incidirá o vértice \;D\; do quadrado que procuramos. Como \;AE\; é a reta da diagonal \;AC, \;\; CD \parallel EF \perp AF\;


A construção (sintética, a seguir) é sugerida pelas relações desveladas na análise acima feita. Pode segui-la fazendo variar os valores de \;n\; no cursor \;\fbox{n=1,..., 5}.\;



8 janeiro 2018, Criado com GeoGebra


Considerando as considerações acima, podemos apresentar em síntese, os passos da nossa construção bem justificados.

Para \;\fbox{n= 1}:\; a figura apresentada ilustra os dados \;A, \;E,\;AE= d+l, para além do cursor \;\fbox{n=1,..., 5}.\;

Para \;\fbox{n= 2}:\; acrescentamos

  • o ponto \;M\; médio de \;AE\; e a perpendicular a \;AE\; tirada por \;M\; — mediatriz — (recorrendo a \;(A, \;AE). (E,\;EA)),\; por exemplo).
  • o ponto \;F\; numa intersecção \; \displaystyle (\perp_M AE) . (M,\;ME)\; e os catetos \;EF, \;FA\; triângulo retângulo isósceles de hipotenusa \;AE.\;

Para \;\fbox{n= 3}:\; acrescentamos a bissetriz do ângulo \; \displaystyle A\hat{E}F =\frac{\pi}{4}\; que determina o vértice \;D\; do quadrado na sua intersecção com \;AF. \; Como \;CD \parallel EF\; e uma paralela a \;EF\; fará um ângulo da mesma amplitude de \; \displaystyle A\hat{E}F =\frac{\pi}{4}\; sendo ângulo externo do triângulo determinado por estas últimas 3 retas e igual à soma dos ângulos internos a ele não adjacentes e que devem ser de iguais amplitudes —\;\displaystyle \frac{\pi}{8}\; para que os lados opostos a cada um deles sejam iguais, ou seja \; DC=CE\; já que \;C \; é tal que \;AE = AC+CD=d+l. \;

Para \;\fbox{n= 4}:\; acrescentam-se

  • o ponto \;C\; como \; (\parallel_D EF).AM\;
  • as retas \; \displaystyle (\perp_A AF)\; e \; \displaystyle (\perp_C EF)\;
  • o ponto \;B\; como intersecção \; \displaystyle (\perp_A AF) . (\perp_C EF)\;
  • os segmentos de reta \; AB, \;BC, \; CD, \;DA\; como lados do quadrado que procurámos.

Para \;\fbox{n= 5}:\; realçamos o interior do quadrado \;[ABCD].\;      □