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8.9.14

Construção das circunferências do anjo com um pão


Problema: Dados um quadrado \;[ABCD]\; de lado \;a\;, arcos \;(A, BD), \;(B, AC)\; e o semicírculo de diâmetro \;CD\;, determinar os centros e raios de dois círculos, um tangente aos três arcos e outro tangente a \;CD\; e aos dois arcos \;(A, BD), \;(B, AC)\;
Para determinar os dois círculos, bastará determinar os raios dos círculos. Os seus centros estarão forçosamente no eixo de simetria da figura, isto é sobre a reta que liga os pontos médios \;E\; de \;CD\; e \;F\; de \;AB.\;
Chamemos \;O_1\; e \;r_1\; aos centro e raio da maior circunferência (o pão?) e \;O_2\; e \;r_2\; aos centro e raio da circunferência menor (a cabeça do anjo?)
Clicando o botão no centro ao fundo verá os segmentos de reta auxiliares.
Toma-se o segmento de reta \;EF\; que conterá \;O_1, \;O_2\; e analisa-se o problema supondo que já está resolvido.

© geometrias, 7 de Setembro de 2014, Criado com GeoGebra


  1. \;(O_1, r_1)?\; Esta circunferência é tangente internamente às circunferências
    • \;(E, \; \displaystyle \frac{a}{2})\; e, por isso,
      • passa por \;G,\; sua interseção com \;EF\;
      • \;FO_1\; = FG+GO_1 = \displaystyle \frac{a}{2} + r_1
    • \;(A,\; a)\; e, por isso, \;AO_1 = a-r_1, \;, pois a distância entre centros de duas circunferências tangentes interiormente é igual ao valor absoluto da diferença dos seus raios
    • \;(B,\; a)\; e, por isso, \;BO_1 = a-r_1:\; (\;AO_1=BO-1 =a-r_1\;)
    Considerando o triângulo \;[AFO_1],\; retângulo em \;F\;, cujos catetos são \;AF = \displaystyle \frac{a}{2}\; e \;FO_1= \displaystyle \frac{a}{2} + r_1, \; e cuja hipotenusa é \;AO_1=a-r_1\;, o teorema de Pitágoras estabelece \left( \frac{a}{2}\right)^2 + \left(\frac{a}{2} + r_1\right)^2 = \left(a-r_1\right)^2
    que dá o valor de \;r_1\, em função do lado \;a\; do quadrado: r_1 = \frac{a}{6}
  2. \;(O_2, r_2)?\; Esta circunferência é tangente a \;CD\; no ponto \;E\; e exteriormente às circunferências \;(A, \; a)\; e \;(B, \; a)\;. As circunferências tangentes exteriormente têm centros distanciados um do outro \;AO_2 =a+r_2.\;.
    O Teorema de Pitágoras aplicado ao triângulo \;[AFO_2]\;, retângulo em \;F\; cujos catetos são \;AFO_2 = \displaystyle \frac{a}{2}\; e \;FO_2=a-r_2\; e cuja hipotenusa é \;AO_2 = a+r_2\; garante que \left(\frac{a}{2}\right)^2 + \left(a-r_2\right)^2 = \left( a+r_2\right)^2
    que dá para \;r_2\; um valor em função do lado \;a\; do quadrado r_2 = \frac{a}{16}

Assim, a construção das circunferências fica feita se tomarmos o segmento \;EF\; de comprimento \;a\; e sobre ele tomarmos
  • \;O_1\; tal que \;GO_1 =\displaystyle \frac{a}{6} =r_1\; - \;(O_1, r_1)\; passa pelo ponto de interseção da semicircunferência de diâmetro \;CD\; da figura
  • \;O_2\; tal que \;EO_2 = \displaystyle\frac{a}{16} =r_2\; - \;(O_2, r_2)\; passa por \;E\;

sugerido em vários apontamentos feitos sobre "sangakus", asssim apresentadas em pt.wikipedia: tábuas comemorativas, em madeira, oferecidas a pequenos santuários japoneses, como forma de agradecer aos deuses, provavelmente, a resolução de um problema matemático...

29.8.14

Posições de 3 circunferências tangentes entre si e tangentes a uma reta dada


Problema: Dada uma reta \;a\; construir três circunferências tangentes à reta dada e tangentes duas a duas de que se conhecem os raios \;r_1, \;r_2\; de duas delas.


Os passos da construção podem ser vistos, fazendo variar os valores \;n\; no cursor \; \fbox{n=1, 2, …, 6}
  1. \fbox{n=1}:\; Apresenta-se a reta \;a\; e segmentos \;r_1, \;r_2\; de comprimentos iguais aos raios de duas circunferências \;(O_1, \;r_1), \;(O_2, \;r_2).\;
  2. \fbox{n=2}:\; Tomamos a circunferência inscrita em \;(O_1, \;r_1)\; para a qual \;T_1\; é um ponto de \;a :\; O_1T_1 \;\perp\; a \;\wedge\; O_1T_1 =r_1.\;
  3. \fbox{n=3}:\; Para construir \;(O_2, \;r_2)\; nas condições requeridas temos de determinar os pontos \;O_2, \; T_2\; tais que \;T_2 \in a, T_2O_2\; \perp \;a, \; T_2O_2=r_2, \;O_1O_2=r_1+r_2\;
    Analisando o problema resolvido, a posição de \;T_2\; sobre \;a\; relativamente a \;T_1\; é dada por \;T_1T_2 = 2 \sqrt{r_1r_2}\;
    Nota: \;\sqrt{r_1r_2}\; é determinado como altura de triângulo retângulo inscrito numa semicircunferência de diâmetro \;r_1+r_2\; por ela dividido nos comprimentos - parcelas).
  4. \fbox{n=4}:\; Esse resultado está bem ilustrado na figura. Recorrendo a um triângulo \;O_1PO_2\; retângulo em \;P\;, para o qual um dos catetos é \;O_1P = |r_1-r_2|\; e a hipotenusa é \;O_1O_2 = r_1+r_2\;, o outro cateto é \;O_2P = T_1T_2.\;
    E assim, pelo Teorema de Pitágoras aplicado a \;O_1PO_2\;, \;T_1T_2 ^2 = (r_1+r_2)^2 - (r_1-r_2)^2= 4r_1r_2\;, e finalmente \;T_1T_2 =2\times \displaystyle \sqrt{r_1r_2}.\;
    Fica assim determinada a posição da circunferência \;(O_2, \;r_2)\; tangente a \;a\; e a \;(O_1, \;r_1).\;

  5. © geometrias, 29 de Agosto de 2014, Criado com GeoGebra


  6. \fbox{n=5}:\;\; Para determinar a posição do ponto de tangência a \;a\; - \;T_3\; e raio \;r_3\; de uma circunferência \;( O_3, \;r_3),\;, usamos os resultados anteriores agora aplicados aos pares de circunferências \;\left(( O_1, \;r_1), \;( O_3, \;r_3)\right)\; e \;\left(( O_2, \;r_2), \;( O_3, \;r_3)\right)\;:
    \;T_1T_3 = 2\sqrt{r_1r_3}, \;T_2T_3 = 2\sqrt{r_2r_3}.\;
    Como terá de ser \;T_1T_2 = T_1T_3 + T_3T_2,\; \;2\sqrt{r_1r_2}=2\sqrt{r_1r_3} + 2\sqrt{r_2r_3}, equivalente a \;\sqrt{r_1r_2}=\sqrt{r_3}(\sqrt{r_1} + \sqrt{r_2}), por sua vez equivalente a \frac{1}{\sqrt{r_3}} =\frac{1}{\sqrt{r_1}} + \frac{1}{\sqrt{r_2}}
    que nos permitem a determinação de segmento de comprimento \;\sqrt{r_3} \;.
    Na nossa construção, usamos a construção de \;\sqrt{r}\; como altura do triângulo retângulo de hipotenusa \;r+1\; por ela dividida nestas suas parcelas, e recorremos à inversão (já muitas vezes aplicada na resolução de problemas de construção neste "lugar geométrico")
    Nota: O que fazemos para obter \;r_3\; após termos obtido \;\sqrt{r_3}\;? Tomamos um segmento de comprimento 1 sobre uma reta à distância \;\sqrt{r_3}\;. Tiramos por um dos extremos do segmento unitário uma perpendicular a este e marcamos a interseção com a paralela. Tomamos para cateto de um triângulo retângulo o segmento que une esta interseção com o outro extremo do segmento unitário. A reta perpendicular a este cateto vai intersetar a reta do segmento unitário num ponto à distância \;r_3\; do extremo da altura do triângulo de hipotenusa \;1+\sqrt{r_3}\;
  7. \fbox{n=6}:\;\; O centro \;O_3\;pode ser obtido como interseção das circunferências \;(O_1, \;r_1+r_3)\; e\;(O_2, \;r_2+r_3)\;. E a terceira circunferência da solução do problema inicial está bem determinado (com régua e compasso)