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18.8.13

A inversa de uma circunferência de centro C que passa pelo centro O de inversão interseta OC no ponto médio de OC'


Enunciado:
A inversa de uma circunferência de centro C que contém o ponto de inversão O interseta a reta OC no ponto médio de OC', sendo C' o inverso de C.

Já sabemos que uma circunferência que passa por O, centro de inversão, tem por imagem uma reta perpendicular a OC.

Apresentamos uma construção dinâmica adequada à verificação em causa
Pode deslocar os centros C e O ou as circunferências
Demonstremos.
Seja r o raio da circunferência de inversão I(O, r) e seja D o ponto cujo inverso D' é B, que é um ponto da circunferência de centro C
O, \;B,\; C, \;C', \;D\; estão sobre a reta que contém o diâmetro [OD] da circunferência de centro \;C e, por isso, \;OB \times OD =r^2 = OC\times OC'. Como \;2\times OC=OD, \; \;2\times OB\times OC = OC\times OC'\; e, em consequência, \;2 \times OB = OC'\;, ou seja, \;OB=BC'\; \hspace{9cm} \square
Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992

7.8.13

A composta de duas inversões concêntricas é uma homotetia com o mesmo centro


A construção desta entrada pretende ilustrar que
A composta de duas inversões relativas a circunferências com o mesmo centro O de potências k1 e k2 - I(O,k2). I(O, k1) - é uma homotetia de centro O e razão k2 / k1 - H(O,k2k1)
I(O,k2). I(O, k1)= H(O, k2 / k1

Na figura, por I(O, k1), P é transformado em P' e, este, por sua vez, é transformado em P'', por I(O, k2):
Na figura podem deslocar P livremente no plano. Ao mover o ponto P, deixam traços os pontos P, P', P'', podendo assim verificar as relações entre as curvas descritas por P' e P'' quando P descreve a curva que escolha ao deslocá-lo.
Demonstremos que
I(O, k2)º I(O, k1)= H(O, k2 / k1)
  1. Um ponto P≠O qualquer do plano, por I(O, k1), é transformado em P', colinear com O e P e tal que OP . OP' = r1 2= k1
  2. Seguidamente, por I(O, k2), P' é transformado em P'', colinear com O e P' e tal que OP' . OP'' = r2 2= k2
  3. O, P e P'' são colineares, sendo OP"= k2 / OP'=k2 / k1OP de onde OP’’/OP= k2k1
  4. Se P = O, então P’= Z e P'' = O, o que significa que o centro O é invariante pela composta das duas inversões, consistente com a definição de homotetia de centro O.



Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992

5.8.13

Inversão ou reflexão relativamente a uma circunferência


A entrada anterior aborda os resultados que podemos enunciar
  1. Se C e D são inversos relativamente à circunferência de centro O e raio r, então (A,B;C,D)=-1, em que [AB] é o diâmetro da circunferência de inversão que passa por C e D:
    e, reciprocamente, se (A,B;C,D)=-1, sendo [AB] um diâmetro de uma circunferência de centro O e raio r, então C e D são inversos relativamente a essa circunferência
  2. Se C e D são inversos relativamente a uma circunferência de centro O e raio r, então qualquer circunferência que passe por C e D corta ortogonalmente a circunferência de centro O e raio r;
    e, reciprocamente, se um diâmetro de uma circunferência de centro O e raio r corta uma circunferência ortogonal a ela em C e D, então a C e D são inversos relativamente à circunferência de centro O e raio r
A nova construção, que se segue, pretende ilustrar que
Se duas circunferências de centros O_1 e O_2 se intersetam em dois pontos C e D e cada uma delas é ortogonal a uma terceira de centro O, então os pontos C e D são inversos relativamente a essa terceira circunferência de centro O.

Na figura podem deslocar O_i livremente no plano. O resultado é válido para circunferências (O_1 e O_2) que se intersetam e são ortogonais à circunferência de centro O e raio r .
  1. Tome-se a reta OC. Na ilustração é aparente que OC passa por D.
    De facto, assim terá de ser.
  2. Se OC intersetasse a circunferência de centro em O_1 em D_1\;, como esta é ortogonal à circunferência de centro O, D_1 seria inverso de C relativamente à circunferência vermelha de centro em O
  3. Do mesmo modo, se pode concluir que a interseção D_2 de OC com a circunferência de centro O_2, por esta ser ortogonal à circunferência de centro O, seria inverso de C relativamente à circunferência de centro O.
  4. Sabendo que C e D são pontos de interseção das duas circunferências de centros O_1 e O_2,
    D_1 é o inverso de C e está sobre a reta OC e a circunferência de centro O_1
    D_2 é inverso C e está sobre a reta OC e sobre a circunferência de centro O_2,
    e, finalmente, para cada ponto C há uma só ponto C' sobre OC que é seu inverso relativamente à circunferência de centro O, tem de ser C'=D_1=D_2=D único ponto nas circunferências de centro O_1, de centro O_2 e na reta OC.

Foi devido a este resultado que alguns geómetras passaram a referir-se à inversão como a reflexão relativamente a uma círcunferência. O enunciado poderia ser assim:
Se duas circunferências se intersetam e cada uma delas é ortogonal a uma terceira circunferência, então cada um dos pontos de interseção das duas circunferências é a reflexão do outro relativamente à terceira circunferência.
Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992

1.8.13

Inversão e ortogonalidade.


Algumas notas sobre ângulos de curvas e ortogonalidade:
  • Chamamos ângulo de duas circunferências que se intersetam ao ângulo das tangentes a cada uma delas no ponto de interseção.O ângulo num dos pontos de interseção é igual ao ângulo formado pelas tangentes no outro.
  • Dizemos que as circunferências são ortogonais quando o ângulo das duas é um reto.
  • Se o raio de uma circunferência tirada do centro para o ponto de interseção com outra, for tangente a esta no ponto de interseção, as circunferências são ortogonais.
  • Se duas circunferências são ortogonais, o diâmetro de uma delas é cortado harmonicamente pela outra.

A construção, que se segue, pretende ilustrar
  1. a determinação do inverso de um ponto exterior P à circunferência de inversão, usando a construção da tangente tirada por P
  2. que a circunferência de centro em P e raio \overline{PT} é ortogonal à circunferência de inversão
  3. que o inverso X' de um ponto X da circunferência ortogonal à circunferência de inversão é um ponto da circunferência ortogonal
  4. .
Demonstraremos, logo de seguida.
Por favor habilite Java para uma construção interativa (com Cinderella).
Na figura podem deslocar P livremente no plano e X sobre a circunferência castanha.
  1. Toma-se um ponto O e uma circunferência (a vermelho) que definem I(O,k) e toma-se um ponto genérico P do exterior da circunferência. Os pontos T de tangência à circunferência de inversão das tangentes tiradas por P são os vértices de triângulos retângulos OPT de hipotenusa [OP]: interseção da circunferência de inversão com uma circunferência de diâmetro [OP]. O inverso P' de P por I(O,k) é o ponto de interseção da reta OP com a reta definida por esses pontos de tangência
    De facto, da semelhança de triângulo [OPT] \sim [OP'T], retângulos em P e em P', tira-se \frac{\overline{OP}}{\overline{OT}} =\frac{\overline{OT}}{\overline{OP'}} = \frac{\overline{TP}}{\overline{TP'}} e \overline{OP}\times \overline{OP'}= \overline{OT}\;^2 Por ser \overline{OT}=r, \overline{OP}\times \overline{OP'}= r^2 =k
  2. [PT] é raio da circunferência centrada em P e que passa por T (castanha) ao mesmo tempo é tangente à circunferência de inversão (vermelha) no ponto de interseção. Isso basta para garantir que as circunferências são ortogonais.
  3. Lembramos que vamos trabalhar a seguir com segmentos orientados. Quando escrevemos AB é o mesmo que B-A, BA é A-B, AB=-BA, A-B=-(B-A), etc

    Tome-se um ponto X da circunferência ortogonal à circunferência de inversão. OX contém um diâmetro [AB] da circunferência de inversão.Tome-se a reta que passa pelo centro O da circunferência de inversão que corta esta em A e B e a ortogonal em X e Y, Sabemos, por isso, terá de ser (AB, YX)=-1.
    O inverso X' de X foi determinado de modo a ser OX \times OX' = r^2=OB ^2. Y=X'?
    (AB, YX) =\frac{AY}{BY} / \frac{AX}{BX} =-1 \Leftrightarrow \frac{AY}{BY} = - \frac{AX}{BX} e, em consequência, por ser AY= AO+OY = OY-OA, BY= OB-OY, AX=AO+OX=OX-OA, BX=OX-OB, \frac{OY - OA}{OB - OY} = - \frac{OX - OA}{OX - OB} Como AO=-BO, fica \frac{OY+OB}{OB-OY}=-\frac{OX+OB}{OX-OB} \Leftrightarrow (OY+OB) \times (OX-OB) = (OB-OY) \times (OX+OB) OY \times OX - OY \times OB +OB\times OX - OB^2 = OB\times OX +OB^2 -OY \times OX - OY \times OB \Leftrightarrow \Leftrightarrow 2\times OY \times OX =2\times OB^2 ou seja OY \times OX =OB^2 Y é inverso de X por I(O,k): X' =Y é o inverso de X e está sobre a circunferência de centro P e raio OT, ortogonal à circunferência de inversão.
    Serve isto para demonstrar que uma circunferência ortogonal à circunferência de inversão tem por inversa ela própria, mas não ponto por ponto, como acontece com a circunferência de inversão em que cada ponto é inverso de si mesmo.
Estes processos juntam a determinação de conjugados harmónicos com a determinação de inversos, polaridade, ortogonalidade,...

Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992