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1.8.13

Inversão e ortogonalidade.


Algumas notas sobre ângulos de curvas e ortogonalidade:
  • Chamamos ângulo de duas circunferências que se intersetam ao ângulo das tangentes a cada uma delas no ponto de interseção.O ângulo num dos pontos de interseção é igual ao ângulo formado pelas tangentes no outro.
  • Dizemos que as circunferências são ortogonais quando o ângulo das duas é um reto.
  • Se o raio de uma circunferência tirada do centro para o ponto de interseção com outra, for tangente a esta no ponto de interseção, as circunferências são ortogonais.
  • Se duas circunferências são ortogonais, o diâmetro de uma delas é cortado harmonicamente pela outra.

A construção, que se segue, pretende ilustrar
  1. a determinação do inverso de um ponto exterior P à circunferência de inversão, usando a construção da tangente tirada por P
  2. que a circunferência de centro em P e raio ¯PT é ortogonal à circunferência de inversão
  3. que o inverso X de um ponto X da circunferência ortogonal à circunferência de inversão é um ponto da circunferência ortogonal
  4. .
Demonstraremos, logo de seguida.
Por favor habilite Java para uma construção interativa (com Cinderella).
Na figura podem deslocar P livremente no plano e X sobre a circunferência castanha.
  1. Toma-se um ponto O e uma circunferência (a vermelho) que definem I(O,k) e toma-se um ponto genérico P do exterior da circunferência. Os pontos T de tangência à circunferência de inversão das tangentes tiradas por P são os vértices de triângulos retângulos OPT de hipotenusa [OP]: interseção da circunferência de inversão com uma circunferência de diâmetro [OP]. O inverso P de P por I(O,k) é o ponto de interseção da reta OP com a reta definida por esses pontos de tangência
    De facto, da semelhança de triângulo [OPT][OPT], retângulos em P e em P, tira-se ¯OP¯OT=¯OT¯OP=¯TP¯TP e ¯OPׯOP=¯OT2 Por ser ¯OT=r, ¯OPׯOP=r2=k
  2. [PT] é raio da circunferência centrada em P e que passa por T (castanha) ao mesmo tempo é tangente à circunferência de inversão (vermelha) no ponto de interseção. Isso basta para garantir que as circunferências são ortogonais.
  3. Lembramos que vamos trabalhar a seguir com segmentos orientados. Quando escrevemos AB é o mesmo que BA, BA é AB, AB=BA, AB=(BA), etc

    Tome-se um ponto X da circunferência ortogonal à circunferência de inversão. OX contém um diâmetro [AB] da circunferência de inversão.Tome-se a reta que passa pelo centro O da circunferência de inversão que corta esta em A e B e a ortogonal em X e Y, Sabemos, por isso, terá de ser (AB,YX)=1.
    O inverso X de X foi determinado de modo a ser OX×OX=r2=OB2. Y=X?
    (AB,YX)=AYBY/AXBX=1AYBY=AXBX e, em consequência, por ser AY=AO+OY=OYOA,BY=OBOY,AX=AO+OX=OXOA,BX=OXOB, OYOAOBOY=OXOAOXOB Como AO=BO, fica OY+OBOBOY=OX+OBOXOB(OY+OB)×(OXOB)=(OBOY)×(OX+OB) OY×OXOY×OB+OB×OXOB2=OB×OX+OB2OY×OXOY×OB 2×OY×OX=2×OB2 ou seja OY×OX=OB2 Y é inverso de X por I(O,k): X=Y é o inverso de X e está sobre a circunferência de centro P e raio OT, ortogonal à circunferência de inversão.
    Serve isto para demonstrar que uma circunferência ortogonal à circunferência de inversão tem por inversa ela própria, mas não ponto por ponto, como acontece com a circunferência de inversão em que cada ponto é inverso de si mesmo.
Estes processos juntam a determinação de conjugados harmónicos com a determinação de inversos, polaridade, ortogonalidade,...

Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992

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