21.8.17

Dividir um quadrilátero em duas partes equivalentes por uma reta a passar por um vértice

Determinar a reta que passa por um dos vértices de um quadrilátero e o divide em dois polígonos equivalentes
Dividir um quadrilátero em duas partes equivalentes por uma reta a passar por um vértice

Apresentamos a seguir uma construção dinâmica a ilustrar que para qualquer quadrilátero há uma reta a passar por um vértice que o divide em dois polígonos equivalentes

O enunciado do problema desta entrada é:
Dado um quadrilátero ABCDABCD determinar uma reta a passar, por exemplo, por D,D, que divide ABCDABCD em duas partes iguais em área.

Pode seguir os passos da nossa construção e notas de demonstração usando a barra de navegação para passos da construção ao fundo do rectângulo de visualização
  1. Apresenta-se inicialmente um quadrilátero ABCD.ABCD.
    • Sabemos que, das retas tiradas por D,D, a diagonal DBDB divide o quadrilátero ABCDABCD em duas partes.
      Quando ABDABD é equivalente a BCDBCD o segmento de reta que procuramos é BDBD
    • Quando a área de ABDABD é maior que a área de BCD,BCD, a reta que procuramos há-de cortar o segmento AB.AB. Designemos por EE o ponto de ABAB para o qual DEDE divide em duas partes equivalentes o quadrilátero [ABCD]=[AED][BCDE]Área de [AED]=Área de [BCDE][ABCD]=[AED][BCDE]Área de [AED]=Área de [BCDE]
      Como determinamos EE?
    • Quando a área de ABDABD é menor que a área de BCD,BCD, o segmento da reta que procuramos há-de ter para segundo extremo um ponto FF de BC.BC. para o qual DFDF divide em duas partes equivalentes o quadrilátero [ABCD]=[ABFD][FCD]Área de [ABFD]=Área de [FCD][ABCD]=[ABFD][FCD]Área de [ABFD]=Área de [FCD]
      Como determinamos FF?
  2. 21 agosto 2017, Criado com GeoGebra

  3. O quadrilátero ABCDABCD com os vértices nas posições apresentadas inicialmente é tal que Área de[ABD]>Área de[BCD]Área de[ABD]>Área de[BCD] e é, por isso, necessário cortar alguma parte ao [ABD].[ABD]. E, de acordo com o enunciado, DD deve ser um extremo do segmento de reta que corta ABDABD e divide o quadrilátero em duas partes iguais. Se chamarmos EE ao outro extremo do segmento, terá de ser [AED][AED] equivalente a [BCDE].[BCDE].
    Como se vê na figura, tomámos as seguintes retas AB,DB,AB,DB, uma paralela a DBDB tirada por CC que interseta ABAB em CC e finalmente a reta DC.DC.
    Como é óbvio, os triângulos DBCDBC e DBCDBC têm uma base DBDB comum e os vértices C,CC,C opostos a DBDB sobre uma paralela a ela. São, por isso, iguais em área. Assim, Área de[DEBC]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEC].Área de[DEBC]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEC]. Como DEDE deve ser tal que Área de[DEBC]=Área de[AED],Área de[DEBC]=Área de[AED], pelo que vimos há pouco Área de[DEBC]=Área de[DEC]Área de[DEBC]=Área de[DEC] e, em consequência, Área de[AED]=Área de[DEC]Área de[AED]=Área de[DEC] o que, para ser verdade, como a distância de DD a ABAB é a altura comum aos dois triângulos de bases AE,ECAE,EC que têm de ser equivalentes, então EE tem de ser o ponto médio de AC.AC. Ficamos a saber os passos do processo de determinação de EE que com DD define a reta que corta o quadrilátero em duas partes equivalentes.
  4. No passo 3, precisamos que o leitor desloque, por exemplo C,C, para uma posição tal que Área de [ABD]<Área de [ABD]Área de [ABD]<Área de [ABD] em que teremos de procurar/apresentar um ponto FF de BCBC tal que DFDF divide o quadrilátero ABCD em duas partes equivalentes. O processo é inteiramente análogo ao anterior.


Cluzel, R.; Robert, J-P. La Géometrie et ses applications. (Enseignement Technique) Librairie Delagrave. Paris: 1964
Caronnet, Th. Éxércices de Géométrie -quatrième livre: Les Aires 4. éd.,Librairie Vuibert. Paris:1947

17.8.17

Dados os paralelogramos ABDE e ACFG sobre os lados AB e AC de um triângulo ABC, determinar um paralelogramo BCKL cuja área seja igual à soma das áreas dos outros dois.

Dados os paralelogramos ABDE e ACFG sobre os lados AB e AC de um triângulo ABC, determinar um paralelogramo BCKL cuja área seja igual à soma dos outros dois.
Trilátero abc e áreas de paralelogramos construídos sobre a, b, c exteriormente

Apresentamos a seguir uma construção dinâmica a ilustrar que há um paralelogramo em que um dos lados é BC equivalente à soma de dois paralelogramos construídos sobre os lados AB e AC exteriormente ao triângulo ABC

O enunciado do problema desta entrada é:
Construir (e demonstrar) que dado um triângulo ABC qualquer e dois paralelogramos cada um sobre um de dois dos seus lados, por exemplo AB e AC, construídos exteriormente ao triângulo dado, construir um paralelogramo sobre o terceiro lado BC cuja área seja igual à soma das áreas dos primeiros dois paralelogramos.

Pode seguir os passos da nossa construção e notas de demonstração usando a barra de navegação para passos da construção ao fundo do rectângulo de visualização
  1. Apresenta-se inicialmente um triângulo ABC qualquer (A,B,C livres no plano da construção)
  2. Sobre AB aparece construído um paralelogramos ABDE em que D é um ponto qualquer no exterior de ABC e no semiplano determinado por AB sem pontos interiores de ABC. O quarto ponto E do paralelogramo é a interseção da paralela a BD tirada por A com a paralela a AB tirada por D
  3. De modo análogo se construíu o paralelogramo ACFG em que F tem graus de liberdade num semiplano para o exterior de ABC dos determinados por AC.
  4. 17 agosto 2017, Criado com GeoGebra

  5. A construção do paralelogramo BCKL que é tal que Área de[BCKL]=Área de[ABDE]+Área de[ACFG] apoia-se exclusivamente na Proposição XXXV. PROB. do LIVRO I de “Os Elementos”: Os paralelogramos que estão sobre a mesma base, e entre as mesmas paralelas, são iguais.
    • Como as retas AB e AC se intersetam em A também as suas paralelas a AB tirada por D e a AC tirada por F se interseta, denominemos por H o ponto DE.FG
    • E se considerarmos os paralelogramos ABBH e ACCH(BBCCAH, pela proposição referida acima, verificam-se as equivalências: [ABDE][ABBH] e [ACFG][ACCH].
    • Repare-se que estes paralelogramos têm em comum um lado AH com os mesmos comprimento e direção de BB e CC
    • Se tomarmos as retas BB e CC paralelas a AH podemos considerar novos paralelogramos entre a reta AH (que é a mesma que MN em que M é AH.BC e MN=AH) por um lado e por outro BL, ou CK. Assim, recorrendo à Prop. XXXV, sabemos que [ABBH][BLNM] e [ACCH][CKNM].
    • Ora [BLNM][CKNM]=[BCKL], que é um paralelogramo, e consideradas as equivalências confirmadas, em consequência Área de[BCKL]=Área de[ABDE]+Área de[ACFG].
  6. Finalmente realçam-se os segmentos que são os lados dos diferentes paralelogramos auxiliares das demonstração e construção do paralelogramo BCKL cuja área é igual à soma das áreas dos paralelogramos ABDE e ACFG.


Cluzel, R.; Robert, J-P. La Géometrie et ses applications. (Enseignement Technique) Librairie Delagrave. Paris: 1964
Caronnet, Th. Éxércices de Géométrie -quatrième livre: Les Aires 4. éd.,Librairie Vuibert. Paris:1947