Apresentamos a seguir uma construção dinâmica a ilustrar que para qualquer quadrilátero há uma reta a passar por um vértice que o divide em dois polígonos equivalentes
O enunciado do problema desta entrada é:
Dado um quadrilátero ABCDABCD determinar uma reta a passar, por exemplo, por D,D, que divide ABCDABCD em duas partes iguais em área.
- Apresenta-se inicialmente um quadrilátero ABCD.ABCD.
- Sabemos que, das retas tiradas por D,D, a diagonal DBDB divide o quadrilátero ABCDABCD em duas partes.
Quando ABDABD é equivalente a BCDBCD o segmento de reta que procuramos é BDBD - Quando a área de ABDABD é maior que a área de BCD,BCD, a reta que procuramos há-de cortar o segmento AB.AB. Designemos por EE o ponto de ABAB para o qual DEDE divide em duas partes equivalentes o quadrilátero [ABCD]=[AED]∪[BCDE]∧Área de [AED]=Área de [BCDE][ABCD]=[AED]∪[BCDE]∧Área de [AED]=Área de [BCDE]
Como determinamos EE? -
Quando a área de ABDABD é menor que a área de BCD,BCD, o segmento da reta que procuramos há-de ter para segundo extremo um ponto FF de BC.BC. para o qual DFDF divide em duas partes equivalentes o quadrilátero [ABCD]=[ABFD]∪[FCD]∧Área de [ABFD]=Área de [FCD][ABCD]=[ABFD]∪[FCD]∧Área de [ABFD]=Área de [FCD]
Como determinamos FF?
- Sabemos que, das retas tiradas por D,D, a diagonal DBDB divide o quadrilátero ABCDABCD em duas partes.
- O quadrilátero ABCDABCD com os vértices nas posições apresentadas inicialmente é tal que Área de[ABD]>Área de[BCD]Área de[ABD]>Área de[BCD] e é, por isso, necessário cortar alguma parte ao [ABD].[ABD]. E, de acordo com o enunciado, DD deve ser um extremo do segmento de reta que corta ABDABD e divide o quadrilátero em duas partes iguais. Se chamarmos EE ao outro extremo do segmento, terá de ser [AED][AED] equivalente a [BCDE].[BCDE].
Como se vê na figura, tomámos as seguintes retas AB,DB,AB,DB, uma paralela a DBDB tirada por CC que interseta ABAB em C′C′ e finalmente a reta DC′.DC′.
Como é óbvio, os triângulos DBCDBC e DBC′DBC′ têm uma base DBDB comum e os vértices C,C′C,C′ opostos a DBDB sobre uma paralela a ela. São, por isso, iguais em área. Assim, Área de[DEBC]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEB]+Área de[BC′D]=Área de[DEC′].Área de[DEBC]=Área de[DEB]+Área de[BCD]=Área de[DEB]+Área de[BC′D]=Área de[DEC′]. Como DEDE deve ser tal que Área de[DEBC]=Área de[AED],Área de[DEBC]=Área de[AED], pelo que vimos há pouco Área de[DEBC]=Área de[DEC′]Área de[DEBC]=Área de[DEC′] e, em consequência, Área de[AED]=Área de[DEC′]Área de[AED]=Área de[DEC′] o que, para ser verdade, como a distância de DD a ABAB é a altura comum aos dois triângulos de bases AE,EC′AE,EC′ que têm de ser equivalentes, então EE tem de ser o ponto médio de AC′.AC′. Ficamos a saber os passos do processo de determinação de EE que com DD define a reta que corta o quadrilátero em duas partes equivalentes. - No passo 3, precisamos que o leitor desloque, por exemplo C,C, para uma posição tal que Área de [ABD]<Área de [ABD]Área de [ABD]<Área de [ABD] em que teremos de procurar/apresentar um ponto FF de BCBC tal que DFDF divide o quadrilátero ABCD em duas partes equivalentes. O processo é inteiramente análogo ao anterior.
21 agosto 2017, Criado com GeoGebra
Cluzel, R.; Robert, J-P. La Géometrie et ses applications. (Enseignement Technique) Librairie Delagrave. Paris: 1964
Caronnet, Th. Éxércices de Géométrie -quatrième livre: Les Aires 4. éd.,Librairie Vuibert. Paris:1947