Processing math: 100%
Mostrar mensagens com a etiqueta quadratura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta quadratura. Mostrar todas as mensagens

13.6.16

Quadratura de um par de hexágonos regulares




Temos vindo a apresentar construções de régua e compasso para determinar um quadrado de área igual à área de uma dada figura. Em todas elas, há uma preocupação de economia no que ao número de passos respeita. O número de passos de uma construção refere-se ao número de vezes que se recorre à régua ou ao compasso. A identificação de pontos como intersecção de retas com retas, de retas com circunferências, e de circunferências com circunferências não contam como passos da construção. Um dos problemas que nos é apresentado em [3] pede
a construção de um quadrado de área igual à soma das áreas de dois dados hexágonos regulares, com o menor número de passos.
O problema é interessante porque nos pede que estudemos o hexágono e a forma de pensar em determinar uma figura de área igual à soma das áreas de dois hexágonos antes de pensarmos na quadratura propriamente para evitarmos alguns passos da construção. Há vários outros caminhos que podem ser seguidos para resolver o problema. Sabemos determinar os dois quadrados cada um equivalente a um dos hexágonos e obtidos estes, sabemos obter o quadrado somma das áreas, recorrendo ao teorema de Pitágoras e ete seria o caminho óbvio a seguir.
\fbox{n=0}\;\;\; A figura dinâmica abaixo apresenta-nos um hexágono regular \;ABCDEF\; inscrito numa circunferência de centro \;O\, que sabemos ter raio igual ao lado do hexágono regular que aqui designamos por \;a= AB=BC=CD=DE=EF=FA.\;
Podem ver-se ainda os diâmetros \;AD, \;BE, \;CF\; que dividem o hexágono em três paralelogramos equiláteros iguais \;OABC,\;OCDE, \;OEFA, \; ou em seis triângulos equiláteros iguais \;OAB, \;OBC, \;OCD, \;ODE, \;OEF, \;OFA\; e de lados iguais ao lado do hexágono ou ao raio da circunferência em que o hexágono se inscreve.

© geometrias.13 junho 2016, Criado com GeoGebra


\fbox{n=1} Tomámos o segmento \;BB_0\; sendo \;B_0\; o ponto médio de \;OA. \; O retângulo de dimensões \;BB_0 \times OB_0\; tem área igual ao triângulo \;OAB.\;
Sabemos que \;OB_0 = \displaystyle \frac{a}{ 2}\; e que o quadrado de lado \;OB=a\; é igual à soma dos quadrados de lados \;OB_0 = \displaystyle \frac{a}{ 2}\; e \;BB_0:\; \;OB^2 =OB_0^2+BB_0^2. \;
E, por isso podemos dizer que o quadrado de lado \;BB_0\; tem área igual à da figura que se obtém retirando ao quadrado de lado \;OB = a\; o quadrado de lado \;OB_0:\; \; \; BB_0^2 = a^2 - (\displaystyle \frac{a}{2})^2 = \displaystyle \frac{3}{4} \times a^2, \; ou seja, o quadrado de lado \;BB_0\; é, em área, três quartas partes do quadrado de lado \,a.\;
A área do retângulo (de diagonal \;OB\;) é \;BB_0 \times OB_0 = k.a \times \frac{a}{2} = \frac{k}{2} a^2, \; em que \;k\; é tal que k^2=\frac{3}{4}.\;
A área deste retângulo, igual à área do triângulo \;OAB,\; é dada pela parte \;\displaystyle \frac{k}{2} \; do quadrado de lado \;a\; e, em consequência, a área do hexágono regular de lado \;a\; é \;3k\times a^2.\;
\fbox{n=2} Como sabemos todos os hexágonos regulares são semelhantes e podemos representar as diferentes classes de hexágonos regulares iguais entre si, por algum hexágono inscrito numa circunferência centrada em \;O\; que é o centro de um primeiro hexágono regular de lado \,a\; e área 3k\times a^2. \; Para representar a classe de hexágonos regulares com um dado lado \;b\; escolhemos o hexágono regular \;GHIJKL\; também centrado em \;O\; e do qual sabemos a área que é \; 3k.b^2\;
E também sabemos que se houver um hexágono regular cuja área seja igual à soma das áreas dos hexágonos de lados \;a\; e \;b :\;\;\; 3k. a^2 + 3k.b^2 \; terá de ter um lado \;c:\;´\;\; 3k.c^2 = 3k.a^2+ 3k.b^2, ou seja tal que \; c^2 =a^2 + b^2.\;
\fbox{n=3} Pelo que vimos, o lado do hexágono regular de lado \;c\; é tal que \;c^2= a^2+b^2\; ou seja é a hipotenusa deum triângulo retângulo de catetos \;a, \;b.\; que desenhámos tirando por \;G\, uma perpendicular a \;OG\; e tomando sobre essa perpendicular \;M\, tal que \;GM =a.\;
\fbox{n=4} Qualquer dos hexágonos regulares inscritos na circunferência de centro \;O\; e raio \;OM\; tem área igual à soma das áreas dos hexágonos \;ABCDEF\; e \;GHIJKL,\; já que \;c^2 = a^2+b^2 \Leftrightarrow 3k.c^2 = 3k.a^2 + 3k. b^2.\; O hexágono \;PQRSTU\; está nessas condições.
\fbox{n=5} Isolemos o hexágono regular \;GHIJKL.\; O nosso problema de quadratura de um par de hexágonos regulares dados fica reduzido à quadratura deste hexágono \;GHIJKL.\;
\fbox{n=6} Fácil é ver que um retângulo como \;QSNV\; é igual em área ao hexágono \;PQRSTU\;. E também já sabemos determinar um quadrado de área igual a um retângulo. Assim: Toma-se um segmento, por exemplo \;QW\; igual à soma das dimensões do retângulo \;QV+VN\; e uma semicircunferência de diâmetro \;QW.\; Qualquer ponto dessa semicircunferência é vértice de um ângulo reto de lados a passar pelos extremos do diâmetro \;Q, \;W. \; Se tomarmos \;Z\; na semicircunferência e na perpendicular a \;QW\; tirada por \;V\;, os triângulos retângulos em \;V,\; \;ZQV\; e \;VWZ, \; e \frac{QV}{VZ} = \frac{VZ}{VW} ou, por ser \;VW=VN,\; podemos afirmar que a área do retângulo \;VQSN\; é igual à área do quadrado de lado \, VZ:\; QV \times VN = VZ^2
\fbox{n=7} Encontrámos assim o quadrado de área igual à soma das áreas de 2 hexágonos regulares dados: \;VXYZ\;\;\;\;


  1. EUCLID’S ELEMENTS OF GEOMETRY The Greek text of J.L. Heiberg (1883–1885) from Euclidis Elementa, edidit et Latine interpretatus est I.L. Heiberg, in aedibus B.G. Teubneri, 1883–1885 edited, and provided with a modern English translation, by Richard Fitzpatrick
  2. David Joyce. Euclide's Elements
  3. George E. Martin. Geometric Constructions Springer. New York; 1997
  4. Robin Hartshorne. Geometry: Euclid and beyond Springer. New York: 2002
  5. Howard Eves. Fundamentals of Modern Elementary Geometry Jones and Bartlett Publishers, Boston: 1991.

27.5.16

Quadratura de um par de garras (de Leonardo)




Usando noções comuns, definições e teoremas de "Os Elementos" de Euclides,
determinar um quadrado com a mesma área da figura preenchida a vermelho \;-\;\fbox{n=1}\;-\; limitada exteriormente por 2 arcos de circunferências iguais (três quartos de uma e um quarto de outra) e interiormente por uma circunferência tangente aos dois arcos referidos.
Fazendo variar os valores de \;\fbox{n}\; no cursor do topo à esquerda, pode seguir os passos da resolução/demonstração.




©geometrias, 26 maio 2016, Criado com GeoGebra




\fbox{n=2}\;\;\;\; As duas circunferências iguais são centradas em \;O\; e em \;E\; e ambas a passar por \;A\; e por \;D.\; Os seus
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;arcos, que limitam exterioremente a figura dada, são \;\widehat{DGA}\; da circunferência \;E_A\; e \;\widehat{AJD}\; de \;O_A ,\; sendo
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;obviamente \;\angle D\hat{O}A\; um ângulo reto.
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; A circunferência \;M_G\; que limita interioramente a figura é tangente em \;G\; a \;\widehat{DGA}\; e em \;J\; a \;\widehat{AJD}, \;
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; sendo \;GJ\; um dos seus diâmetros.
\fbox{n=3}\;\;\;\; O quadrilátero \;AODE\; é um quadrado por ser equilátero \;AO=OD=DE=EA\; (raios de circunferências
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; iguais) e equiângulo (ângulos retos por construção e por serem os raios de uma tangentes à outra)
\fbox{n=4}\;\;\;\; Também são quadrados (e iguais) \;ABCD\; e \;DLKA,\; de lado \;DA\; inscritos respetivamente em \;O_A\; e
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; \;E_A .\; Como \;AOD\; é um triângulo isósceles e retângulo em \;O, \; \;AD^2= 2\times AO^2, \; que é o mesmo que
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; dizer que a área de \;ABCD\; é dupla da área de \;AODE.\;
\fbox{n=5}\;\;\;\; O círculo \;M_G\; é igual (e igual em área) ao círculo \;O_H\; inscrito no quadrado \;ABCD\; sendo o seu raio
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;metade do lado \;AB\; do quadrado a ele circunscrito.
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;Como \;HE = HO = AH = HD, \; o quadrado \;AODE\; é igual em área a um qualquer quadrado inscrito
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; em \,O_H\; ou em \;M_G .\; Como a razão das áreas dos quadrados inscritos nas circunferências \;O_A\; e \;O_H\; é
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;de 1 para 2, também a razão entre as áreas dos círculos \;O_H\; e \;O_A\; é de 1 para 2 e a coroa circular limitada
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;por esses dois círculos tem área igual à do círculo menor \;O_H\; ou do círculo \;M_G .\;
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; Vimos assim que se ao círculo de centro \;O\; que passa por \;A\; subtrairmos o círculo de centro \;M\; que
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; passa por \;G\;, restar-nos-á uma área igual à deste último círculo (que é em área é metade do primeiro.
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; Mas não chega. Para termos como resto a nossa figura vermelha, além de subtraírmos ao círculo \;O_A\; o
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;círculo \;M_G\; é preciso retirar \;(AGDIA)\; ou \;|AHDIA) + (AGDHA|\;
\fbox{n=6}\;\;\;\; Na entrada anterior, já vimos que a relação que existe entre as áreas destes bocados tracejados (entre cada
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;lado do quadrado inscrito numa circunferência e a circunferência) se relacionam na mesma razão existente
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;entre as áreas dos quadrados inscritos. No caso. como a área de \;O_A\; é dupla da área de \;M_G\;, então
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;|AHDIA)\; vale dois dos bocados tracejados ente o quadrado \;GSJT\; e a circunferência \;M_G.\; O outro
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;bocado \;(AGDHA|\; que é preciso retirar ainda ao \;O_A\; vale os outros dois bocados entre \;GSJT\; e \;M_G\;
\fbox{n=7}\;\;\;\; Subtraímos ao círculo \;O_A\; o círculo \;M_G\; e ficámos com uma área igual à do círculo \;M_G .\; Para termos
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;uma área igual à nossa figura inicial é ainda preciso subtrair a \;M_G\; o equivalente a \;(AGDIA),\; o que
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\; fizemos. O que sobrou foi um quadrado de lado igual ao raio \;OA\; do círculo maior \;O_A\;
\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;\;



  1. EUCLID’S ELEMENTS OF GEOMETRY The Greek text of J.L. Heiberg (1883–1885) from Euclidis Elementa, edidit et Latine interpretatus est I.L. Heiberg, in aedibus B.G. Teubneri, 1883–1885 edited, and provided with a modern English translation, by Richard Fitzpatrick
  2. David Joyce. Euclide's Elements
  3. George E. Martins. Geometric Constructions Springer. New York; 1997
  4. Robin Hartshorne. Geometry: Euclid and beyond Springer. New York: 2002
  5. Howard Eves. Fundamentals of Modern Elementary Geometry Jones and Bartlett Publishers, Boston: 1991.