29.7.13

Notas: noção e notação de inversão e determinação do inverso com recurso ao teorema de Thales


Temos vindo a utilizar a inversão em várias ocasiões. Muitas vezes para resolver problemas em que a passagem de circunferências para retas ou viceversa ajuda a encontrar as soluções.De passagem, já nos referimos várias vezes à definição e a propriedades da inversão e a métodos geométricos de encontrar o inverso de ponto, reta ou círcunferência, caso a caso, e, em várias ilustrações, já recorremos ao modo de transformação (ou macros) do Cinderella ou do Geogebra. Não nos preocupámos com o domínio da inversão como transformação, embora tenhamos tido alguns cuidados e referido restrições, em especial, para as construções só com compasso (ou só com circunferências).
Voltemos à definição.
Se P não é o centro O de uma dada circunferência de raio r, o inverso de P em, ou relativamente a essa circunferência, é um ponto P da reta OP tal que ¯OPׯOP=r2.
À circunferência de centro O e raio r chama-se circunferência de inversão, ao ponto O chama-se centro de inversão, a r chama-se raio de inversão e a r2 chama-se potência de inversão. Para a inversão de centro O e potência k>0 usamos a notação I(O,k).
Desta definição de I(O,r), decorre que a cada ponto P do plano, distinto de O, corresponde um único inverso P e que, se P é o inverso de P também P é o inverso de P. Como não há correspondente do centro O de inversão, I(O,r) não é uma transformação do conjunto de todos os pontos do plano em si mesmo.
Também é verdade que fica estabelecida uma correspondência, um a um, entre os pontos do interior da circunferência (distintos de O) e os pontos do exterior da circunferência de inversão; que cada ponto da circunferência de inversão é inverso de si mesmo e que o conjunto dos pontos (distintos de O) de uma reta que passe por O é imagem de si mesmo (no seu todo e não ponto a ponto, só os pontos da circunferência são inversos de si mesmos).
A construção que se segue, da inversão I(O,9), pretende ilustrar isso mesmo. Pode deslocar P, assumindo qualquer posição do plano para acompanhar o que acontece nas diferentes posições.


Nesta construção, determinamos os inversos dos pontos P por I(O,9), com recurso ao teorema de Thales (ou a triângulos semelhantes)
  1. Começámos por tomar a reta OP que interseta a circunferência em A¯OA=3
  2. Tiramos pelo ponto O uma outra reta qualquer, distinta de OP, e chamámos B ao seu ponto sobre a circunferência de inversão — ¯OB=3
  3. Traçada a reta PB, por A tirámos uma paralela a PB e chamámos C à interseção desta com OB. Resulta, da semelhança dos triângulos [OPB] e [OAC], ¯OP¯OB=¯OA¯OCou¯OPׯOC=¯OAׯOB=9
    .
  4. P será o ponto de OP tal que ¯OP=¯OC


Howard Eves, Fundamentals of Modern Elementary Geometry . Jones and Bartlett Pub. Boston:1992

23.7.13

Inversão (e diversão)

Pedido de ajuda:
Temos tido problemas com a visualização de "applets" construídos com geogebra. Agradecemos que nos informem quando vêem e quando não vêem as ilustrações animadas.

Na construção abaixo, pretendemos ilustrar que, por uma inversão relativa a uma circunferência,seu centro e respetivo raio, a imagem de um ponto no interior da circunferência é um ponto do seu exterior (e reciprocamente) e que a imagem da circunferência de inversão é ela mesma. Para isso, determinamos as imagens, relativamente à circunferência vermelha, das circunferências concêntricas com a circunferência de inversão.

E se invertermos circunferências não concêntricas com a circunferência de inversão? Experimente. No caso da ilustração abaixo, pus-me a bordar invertendo circunferências não concêntricas com a circunferência de inversão.